Acordar não é algo que acontece para alguém. Acordar é a revelação de que não tem ninguém. Desse modo, não há nada para acontecer nem alguém com quem aconteça. Acordar acontece para ninguém. E, na verdade, não acontece.
As pessoas e talvez você também esteja procurando por um acontecimento. Este é um velho hábito. Estamos muito acostumados aos acontecimentos. O homem precisa de registros. Você tem o registro do seu nascimento, o registro da Primeira Comunhão, o registro da escola, o registro do noivado, o registro do casamento, o registro do divórcio... para tudo o que acontece, você tem um registro. Até porque, se não houver nenhum registro, o que acontece com essa falsa entidade entitulada "eu"? Sem registros fica óbvio que a entidade não existe. Ela só existe porque existe registro dela, porque tem uma história para contar.
Já aquilo para onde Satsang aponta, para onde eu insisto em chamar a sua atenção, é algo que não precisa de registro, porque é nisso que as coisas acontecem. Tudo acontece e desacontece nisso. E isso não acontece nem desacontece.
Isso não é o seu corpo, porque o seu corpo está acontecendo nisso. Isso não é a sua mente, porque a sua mente está acontecendo nisso. Isso não são os seus sentimentos e sensações porque ambos estão acontecendo nisso.
Acordar proporciona uma mudança de ponto de vista, um entendimento. Você começa a ver que o corpo e a mente não são você e tampouco têm escolha. Tudo o que acontece, acontece nisso e isso é aquilo que vê tudo acontecer e desacontecer.
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