sexta-feira, julho 29

verticalmente no instante



agora, dizer o que mais fundo me toca, a verdade, essa coisa que sua comigo,
que dorme comigo, que sonha, que anda, desanda, poemas escreve,
se encanta, desdobra-se em mil sombras e alimenta o prazer de se manter feliz
e inteiro quando todos os cacos já não grudam, quando a palha já era,
quando as cartas colapsam, quando os amigos partiram e queridos se foram,
quando nem mesmo as lágrimas adiantam, quando nem o riso inebria,
quando a sensação de estar é meramente a materialidade de um casaco sobre os ombros, quando nem resta esse sentido de pertencer ou de possuir, quando tanto faz, tanto fez.
no entanto, sem remorso, tristeza ou saudade mas um profundo ser
no instante eterno do aqui e agora.
verticalmente no instante.
vertiginosamente silencioso, integrado as mais finas frequências,
música esferal, sem fim nem começo, transcendental.
satyaprem

quinta-feira, julho 28

a porta


muitos buscam a porta
e no buscar a perdem,
por ser ela feita de consciência,
de matéria acordadea.
um sonho sonha uma porta sonho!
é preciso acordar,
navegar é preciso.
in let go, deixar ir.
sonhar a porta é só mais outro sonho.
satyaprem

terça-feira, julho 26

além das palavras

entrem e sentem.
conversaremos os pés.
sobre o nada.

Sobre o que nós temos que falar, só os seus pés irão entender.
E quando chegar à cabeça... estará além das palavras.
SATYAPREM