quarta-feira, julho 31

o instante do vazio é cheio e azul














No agora não há Psicologia e nada para ser encarado, a não ser o Silêncio. No agora o Silêncio está disponível. A Psicologia propõe uma meta e todas as metas vêm da mente, que está no tempo. Porém, sempre que você entra no tempo, está fadado a falhar.

No agora você não pode entrar depois. Só agora você pode entrar no agora. No entanto, tudo o que é tecido pela mente, todas as resoluções psicológicas vão acontecer “depois”. Na mente, o céu está depois, o paraíso acontecerá depois.

Apesar disso, a mente dita que você esteja no inferno agora. Já notou? Você nunca diz que está no céu, ele está sempre distante. Mas quantas vezes já se sentiu no inferno? Tirando o paraíso da equação, o inferno desaparece também. O inferno só existe porque existem metas. Sem a meta do paraíso não há inferno.

Portanto, aceite a condição de estar de mãos vazias. Sei que isso é exatamente o oposto do que você aprendeu e é exigido de você, mas a verdade é que mesmo aqueles que vão atrás das metas estão de mãos vazias.

Suas mãos estão cheias de metas, mas as metas são ilusões. Abra as mãos e aceite o vazio desse instante. Azul vazio.

segunda-feira, julho 29

entre sair e entrar, no quase, entre


A Verdade não está contida na forma e você não a encontra porque ela não está perdida. É muito simples! Veja se você consegue dar essa volta: a Verdade não pode ser encontrada porque ela não está perdida. Se ela estivesse perdida, algum indivíduo a teria encontrado.

 Outro dia encontrei um manuscrito que dizem ser de Shiva. Chama-se Centering (centramento, centrando-se). Shiva  cantou primeiramente estas canções para sua consorte Devi. Numa linguagem de amor que nós ainda temos que aprender. Amor é exatamente esse momento, de completa abertura para a possibilidade, completamente outra, que não aquilo que sua mente propõe. É um momento de dissolução. Veja o que diz:

Devi pergunta: Oh, Shiva! Qual é a tua realidade? 

Qual é o teu universo cheio de maravilhamento?

O que é que constitui a semente deste universo?

Qual é o centro? Quem centra essa roda universal?

O que é a vida, além das formas, das formas contidas?

Como podemos entrar nisso, totalmente, além do espaço,

além do tempo, além dos nomes, além das descrições?

Por favor, deixe que as minhas dúvidas sejam esclarecidas...

 Shiva  tem cento e doze respostas para essa pergunta. Eu fiquei com a primeira e compartilho. Veja se você acessa a simplicidade dessa resposta:

 Radiante Devi: essa experiência pode nascer entre duas respirações. Depois que a inspiração entrou e assim que ela estiver saindo, a beneficência.

 Ele está falando desse exato momento onde tudo pára. Então, se você senta e se aquieta, aqui, agora, enquanto tudo acontece, observe que a respiração em  quase nenhum momento para. Não se mova e note, nesse quase, tudo para.  A respiração entra e sai, quase sem parar. Quase.

 Shiva está chamando de "beneficência", este menos de um segundo em que a respiração fica suspensa, entre o entrar e o sair. E essa beneficência se encontra aqui e agora. Tenho insistido nessa única revelação. A sua única possibilidade está em dar-se conta daquilo que existe nesse menos de um segundo.

quinta-feira, julho 25

amor é uma cadeira vazia, também


Tudo o que acontece, é um convite para voltar para o lugar certo. Não esqueça isso. Todo o intuito está em descobrir que o amor independe do objeto. Não transfira o peso para o outro. Refute qualquer tentativa de descrição e permaneça com o amor.

Todos os objetos podem ser perdidos, mas o amor não pode ser perdido. E, aqui, não me refiro ao amor pelo objeto, estou falando do amor puro e simples. Pode parecer duro, mas a verdade é que o amor permanence retilíneo, vertical, somente com ele mesmo – não tem nada a ver com os objetos.

O oceano não sofre sequer a perda de uma única onda, nenhuma onda leva dele a sua magnitude. Na verdade, todas as ondas são dele, são ele. O amor, portanto, é aquilo que contém todos os objetos. Nada está fora.

Quando você refuta as descrições, o que lhe falta? Seja cruel consigo mesmo, nesse sentido. Seja cruel com a mente que exige que seja diferente – a sua mente e a dos outros, que são, na verdade, uma única coisa.

Refute toda e qualquer crença. Livre-se das bobagens que a mente acredita e faz com que o seu mundo seja tão restrito. Essa é a liberdade da qual todos os mestres sempre falaram. Não tem nada a ver com os objetos, com o ir e vir, com o lado de fora. Tem a ver apenas com saber quem você é, saber que você não é um objeto e, principalmente, saber que Amor É tudo. Inclusive uma cadeira vazia.

terça-feira, julho 23

aqui: intenso. tranquilo: agora.

O tempo todo você tenta aprisionar o temporário para mantê-lo sob controle, porém, não se dá conta de que isso é uma enorme perda de tempo. Proponho que a mesma intensidade que você deposita em manter as coisas controladas seja transferida para o lugar certo. Ponha toda essa energia em saber quem você é.

Ser uma mulher é um engano, é um pensamento que você está mantendo. Provavelmente, em Marte você não seria reconhecida como uma mulher – e isso causaria uma grande confusão interna, não é mesmo?

Por isso a ênfase em manter-se alinhado com a sabedoria que está adormecida em você, desperte para a Observação, para o Silêncio que você é.

O Silêncio nos liberta do amanhã, das metas que tiram o nosso sono. Sem metas você fica tranquilo. O lugar onde você quer chegar é imaginário, o "aqui" é muito mais interessante. Veja! Do que você precisa agora? Olhe para dentro e responda. 

segunda-feira, julho 22

vida, prazer, bondade


Participante – É muito comum se deixar levar pela ilusão do prazer. Ficaria mais fácil se vivêssemos numa pequena aldeia, criando momentos de transcendência total?

Reitero mais uma vez: o que você está buscando? Uma forma de não ser iludido pelo prazer? Estou te convidando a ver quem você realmente é, não proponho uma forma de viver a vida. Quero que você saiba quem você é.

A vida será vivida por ela mesma, da maneira que ela desenhar. Aliás, sem ilusão, não há vida. Vida é ilusão.

Quando digo que "você é Consciência", não estou apontando para este corpo sentado aí. Consciência não está sentada aí, não é uma propriedade sua – do corpo ou da mente. Nesse sentido, tudo é Consciência e Consciência está em todos os lugares.

Rompa com a mente, porque é ela que tem essa noção de bem e mal, de certo e errado, de moralidade e, principalmente, derradeiramente, de dualidade. A mente não admite o mal, mas quem você é – a pura Consciência – não é nem boa nem má. Não é verdade que o bem é o "direito" e que o mal é o "esquerdo". Esse é apenas um condicionamento cultural, linguístico. E, diga-se de passagem, é uma maldade alimentá-lo.

sexta-feira, julho 19

soberano e indescritível


Quando desaparecemos enquanto descrição, torna-se impossível estabelecer qualquer projeção sobre o que quer que seja. Somente dessa maneira podemos ver o mesmo em tudo. Na verdade, ver a si mesmo em tudo.

Fique quieto e não siga nenhum pensamento. Resista! Desconfie dos pensamentos tanto quanto desconfia de que, do jeito que você é, já seja o buda. Foque no Silêncio de uma maneira que essa "energia" venha a explodir internamente. Sem seguir nenhum pensamento – este é o único movimento necessário e, na verdade, é um não-movimento –, tudo já está perfeito do jeito que é.

Por condicionamento, há a tendência inconsciente de seguir a todo instante os impulsos físicos e mentais. Você dá imenso valor aos impulsos que surgem, como se fosse impossível não correspondê-los. Vem o pensamento: "Quero comer chocolate". E logo você obedece. Por quê? Experimente não ser tão obediente a esses impulsos.

Aquiete-se e torne-se íntimo do mistério. Há algo indescritível, imensurável, que está por trás de tudo. Aproxime-se! Essa é a única maneira de "vencer", pois somente ISSO é indestrutível, imperativo, soberano. Todo o resto é periférico, aparece e desaparece.

Um pensamento vem e vai. Um sentimento vem e vai. Uma sensação vem e vai. Um desejo vem e vai. Tudo acontecendo na periferia. Você é aquilo que  vê todos esses acontecimentos. É possível descrever tudo o que é visto, mas você não pode ser descrito. Aquilo que vê não pode ser visto. 

quarta-feira, julho 17

a beleza do agora em todas as coisas















Um dia estava caminhando em Santiago do Chile, com uma câmera na mão, era um fim de tarde e a luz estava incrível. Aquele sol chileno de verão estava batendo nos edifícios, refletindo céus e formas. Havia uma luz que batia num prédio e refletia no outro… Simplesmente um show! Então, levantei a câmera e fiz a foto. Fiz mais uma, outra e outra e ainda mais outras. Um pouco depois, parei para tomar um café. Estava acompanhado de uma pessoa que nunca me havia visto fotografar antes e, assim que sentamos, ela perguntou, incrédula: “Por que você estava fotografando prédios?” Além de sorrir, tive que dizer que não estava fotografando prédios, estava fotografando a beleza do agora.

Emudecida, com os olhos cheios de nada, mirou. Acho que ela não entendeu exatamente o ponto. Afinal, como pode o belo estar num prédio? Aquela edificação estava ali durante anos e ela nunca havia percebido, tampouco visto a beleza resplandecente daquele momento – que não era do prédio em si.

Na verdade, tudo é belo. Tudo! Até a morte é bela. Você só não pode ver porque está preso às suas crenças. Você não come isto, não come aquilo e repudia aqueles que comem isto ou aquilo – sem notar que o mal é o que sai da boca do homem, não o que entra.

Portanto, shut up e olha para dentro. Desapareça enquanto personagem, desapareça enquanto descrição. Pare de projetar as suas crenças em tudo o que você vê e perceba o belo em todas as coisas.

segunda-feira, julho 15

além dos clichês, divino é radical


Dê-se o direito de, momentaneamente, esquecer tudo o que você pensa que sabe. Experimente isso e veja como esse esquecimento é vivenciado. Olhe! Há muita coisa perdida? O que está faltando? Não descreva o que você vê e veja o que acontece com o mundo.

A mente está o tempo todo descrevendo. Tem um agente descritor que é também controlador. Ele tenta manter uma espécie de relação equilibrada – aos seus olhos – entre os objetos: "Esse pode ir embora, esse outro não quero que se vá…" É uma tortura! Porque muitas vezes o que você quer que vá, fica e o que você quer que fique, vai.

Inteligência, quietude, aponta para a aceitação: o que vai, vai. O que fica, fica. Se a mente quer que o que está indo embora, fique, isso é um problema dela. Você apenas observa. Do contrário, como pode querer levar uma vida saudável, plena e iluminada, acreditando no monte de histórias que você acredita? Todas contadas pela mente, diga-se de passagem.

A mente está o tempo todo dando significância, explicando e pedindo explicações. Falemos de desgaste! Desse modo, você vive dando significância a nuvens insignificantes. Sei que posso estar "pegando pesado", mas o que você quer que eu fale? Estamos aqui para olhar para a Verdade ou para nos acomodarmos no conforto da sentença "você é o divino"? Sim, porque é muito bom ouvir que somos o divino, não é mesmo? Mas do que serve se não for realizado?

De novo, é radical e coragem é necessária. Senão, cairemos na mesma história de sempre, nos velhos clichés. Os clichés são facilmente acomodados pela mente. Agora, experimenta propor que ela acomode o fato de que não tem ninguém, que não tem um lugar onde chegar e nenhum lugar de onde você tenha vindo. Permita-se conhecer o abismo do não-saber!

sábado, julho 13

deslocalização do imaginado e o des-mundo silêncio sem contrário


A proposta é radical, ela contraría todo o concebido até hoje. E não tem meio termo: ou você acredita nos seus pensamentos ou você não acredita. Se você acredita nos seus pensamentos, sinto dizer, mas não temos como ir em frente. Se você não acredita, podemos conversar.

No momento em que você questiona a veracidade dos pensamentos, há expansão, des-localidadedes-localização, silenciamento. Todo o sofrimento é gerado pelas descrições e cada descrição traz em si uma história. De nenhuma maneira fomos educados a cultivar o silenciamento – muito pelo contrário.

Despir-se de qualquer argumento, portanto, é fundamental. Qualquer coisa que defina, dará um limite. Aqui, rompemos com a linguagem e adentramos no mistério. Precisamos entrar em um outro nível de encontro. O que estou dizendo, embora possa ser rotulado como mais uma descrição, chamo a sua atenção para a possibilidade de que se trate do não-dizer, de uma não-descrição.

Você me pergunta "Como?" e eu te digo que não seguir os pensamentos é desconfiar deles, é não lhes dar crédito. Note que sempre que você se prende a uma descrição você está dando crédito a um pensamento. E esse pensamento procria e abre as portas para uma série de outros pensamentos. Tudo fruto de um equívoco.

A saída é rebobinar, voltar ao pensamento original, onde tudo começou e ver que você está servindo a um engano. Nada precisa ser feito, apenas dê-se conta. O mundo é uma construção mental, fora da mente não tem nenhum mundo. E é neste "ambiente" que mora a Verdade, a Consciência que você é. O silêncio sem contrário, não-dois.

quarta-feira, julho 10

a falta que sobra e a abundância da desnecessidade


Essa é uma questão muito sutil, fique atento. A verdade é que o que acontece nos níveis corporais e mentais não afetam a Consciência que você é. No entanto, isso não é uma deixa para que você haja irresponsavelmente. Te foram dados olhos, boca e ouvidos para o mais puro deleite. Faça o melhor que pode ser feito com isso.

Para ilustrar, exemplifico uma atitude responsável: diante de um bolo cheio de morangos e merengue, uma verdadeira tentação ao seu paladar, você come todo o bolo de uma só vez, sem parar? Não. Não há essa necessidade. Você come uma fatia, compartilha com quem estiver por perto e vai apreciando aquilo aos poucos.

A Consciência é leve e, trazendo para o nosso contexto, satisfeita. Há uma satisfação anterior ao bolo e qualquer outro objeto. Por isso que reconhecer quem você é, deve ser o primeiro passo. Se você permanece lidando com os tais problemas psicológicos, físicos e mentais permanece correndo atrás do próprio rabo. 

Olhar para dentro, portanto, é fundamental. É impedir que a mente fique categoricamente repetindo, sem nenhum senso crítico, sem nenhum tipo de investigação, sem Observação. No ambiente da mente sempre haverá falta, no ambiente fora da mente você já é aquilo que contém tudo e todas as coisas.

terça-feira, julho 9

touro silencioso, criativo e vital





















Uma vez reconhecida a Consciência como sendo você e tudo o mais que existe, naturalmente nasce aceitação. A aceitação dissolve todos os problemas. Até hoje uma enorme carga de energia tem sido desperdiçada com os interesses da mente. E, desse jeito, infinitos são os problemas e dificuldades. A mente projeta o mundo dela e você acredita nele. Atento à mente, você tropeça no mesmo buraco muitas e muitas vezes.

Na Presença, pautado na Consciência que você é, tudo se apresenta da maneira como deve ser. Você sabe, sem pensar, o que deve ser feito e como fazer. Se você sabe quem você é, um afastamento surge entre você e a mente. E, com isso, é possível notar sempre que ela estiver atuando, tentando tomar conta do momento, da sua vida e da vida dos outros.

A mente é um mecanismo de repetição. Ela repete os velhos hábitos que, diga-se de passagem, nem são seus. Tudo herdado de terceiros. Ela simplesmente adora repetir. O original não vem da mente. E é ao Original que estamos retornando. É dele que vem a presença silenciosa, a mais pura criatividade, a sua energia vital.

No Satori usamos a metáfora do touro. Olhe para dentro e reconheça quem você é. A mente está fora e projeta o fora como sua realidade. O touro, desgovernado, só conhece o lado de fora. Chega, então, um momento em que você vê o touro, se aproxima e consegue domá-lo. A partir daí, cria intimidade com essa energia. Sempre que se apresenta a proposta de ir para fora, você pode recusá-la, porque agora você sabe onde é a sua casa. Quem você é, está dentro. E dentro disso, tudo que é, inclusive o fora.

segunda-feira, julho 8

dura lex, sed latex e o golpe baixo da gravata que sufoca


Existe uma inversão de valores que tem sido extremamente perversa para a humanidade. Trata-se de uma distorção, uma patologia, um profundo problema mental. E, como diz Krishnamurti, "Não é sinal de sanidade adaptar-se a uma sociedade doentia". É patético!

Esse que você pensa que é, de acordo com a sociedade, tem que ter alguma coisa, tem que possuir para ser valorizado. Se você for "ninguém", você é um vagabundo e não merece respeito. Ou seja, é preciso entrar no jogo, num pacto com a inconsciência.

Se você tem trinta anos e ainda não fez um filho, pode se preparar para a cobrança. É difícil não fazer o que a sociedade te diz, o que dita essa sociedade doentia e maluca. 

Já pensou você não torcer nem para o Inter, nem para o Grêmio, nem para o Flamengo, nem para o Botafogo, nem para o São Paulo, nem para o Corinthians? Toda e qualquer torcida traz em si um subconsciente de conflito, uma ideologia. E é isso o que a sociedade promove: você precisa ter conflito com alguma coisa, tem que levantar uma bandeira, senão você não é alguém na vida, você não se posiciona. Tem que ter uma bandeira. E, com isso, o seu filhinho recém-nascido já carrega a bandeirinha do Flamengo em sua camisetinha. Não é estúpido? 

O detalhe é que se você é Flamengo, você exclui o Botafogo. Se instala a divisão e com ela a exclusão e o medo. Você mora numa porcaria de uma casa, cercada por cercas elétricas, para que não roubem as suas preciosas xícaras Duralex.

Enquanto você for o que o mundo, a mente, quer que você seja, você não pode ser você. Noventa e nove por cento das pessoas não fariam o que fazem, exerceriam suas funções, se tivessem plena consciência de quem são. Essa mudança basta!

*dura lex, sed latex: a lei é dura para uns, para outros estica... 

terça-feira, julho 2

a unicidade regente, você em tudo


Faça um experimento: é bem possível que, se você não ficar brigando com a sua mente por ela estar sempre envolvida com o passado e com o futuro, ela se interesse pelo que está acontecendo no tempo presente.

De repente ela fica entediada pelo passado e procura saber o que está acontecendo neste momento. De repente ela se ocupa em notar  que você respirando, vendo, ouvindo... Afinal, existem flores em todos os lugares, você só não olha para elas porque está confuso com um gigante mal entendido.

Sempre tem algo interessante acontecendo. Só não fica interessante porque a mente se apóia nesse constante estado comparativo. Ela está sempre comparando, pré julgando.

Não proponho, de nenhuma maneira, a interrupção dessa comparação. Pois, o mero fato de saber, de se dar conta, faz com que ela não tenha mais força. E, sem força, sem a regência do tempo, ela não tem como impor a infelicidade no momento presente.

Existe a necessidade de uma investigação precisa, muito mais objetiva que qualquer outro momento já nos tenha proposto. Tudo aquilo que você pensa a respeito de si mesmo e do mundo deve ser verticalmente investigado.

Somente quando você notar a si mesmo como Consciência, uma pequena chama terá se acendido. E esta virá a ser a base de qualquer reflexão, de qualquer relacionamento entre você e todos os objetos, em unicidade. É entre você e você mesmo.