quinta-feira, dezembro 26

o sono do boi e a canção do silencio

















Você insiste em se relacionar com o seu pequeno ser, tentando melhorá-lo, seguindo a tese psicanalítica de que quando compreender toda a inconsciência do seu pequeno ser, vai se tornar mais consciente. Essa é uma história para boi dormir.

Com a firme decisão de ver o que está sendo apontado, você troca uma coisa pela outra. Imediatamente, troca o pequeno ser pelo verdadeiro e, ainda, realiza que onde repousa a sua natureza original não existe nem isso nem aquilo.

Quando você se vê como o verdadeiro ser não existe outro. Qualquer divisão é um retorno ao seu pequeno ser, um retorno à pequena tragicomédia humana, ao pequeno drama divino. Você estabelece o seu drama desenhando isso ou aquilo, "eu" e o "outro", preto e branco, azul e amarelo, o de cima e o de baixo, o esquerdo e o direito.

Retorne para aquele lugar onde não existe nem uma coisa nem outra. Em sua natureza original não existe nem isso nem aquilo. Aquilo que você é não tem gostos nem desgostos. Por isso há compaixão. A porta da compaixão não é um exercício do pequeno ser, é a realidade do seu supremo ser, é a canção do silencio.

Reforço: não façamos do supremo ser, aquilo que é, uma possibilidade remota e futura. O supremo ser se encontra exatamente aqui, exatamente agora. Apenas não se confunda com o que é visto.

quinta-feira, dezembro 19

não morda na placa!


O verdadeiro autoconhecimento é saber quem é você, e a pergunta básica é "quem é você?". Conhecer o seu passado é apenas conhecimento do passado, não é autoconhecimento. E, ainda, de que forma isso o ajuda? Nenhuma. Isso só pode ajudá-lo a sentir-se melhor a respeito de quem você pensa que é, nada mais.

Conhecer a si mesmo não tem a ver com Psicologia, não tem a ver com interpretação ou análise. É um profundo corte com a mente! Autoconhecimento é descobrir quem você é, e a mente não pode ajudá-lo nisso.

Participante – Mas existem pensamentos que refletem a Verdade, não é?

Nenhuma reflexão é a Verdade. Como um reflexo pode ser verdade?

Participante – Mas pode apontar, como uma placa?

Pode, mas ainda assim não é a Verdade. A placa nunca é a verdade. Se tem uma placa com a palavra "banheiro", significa que é ali que você deve cagar?

Não confunda a placa com o que você está buscando. O fato é que está todo mundo cagando na placa. Ou, de uma maneira mais elegante, como dizia o Osho: "Não morda o meu dedo, olhe para onde estou apontando". Se aquilo para onde está sendo apontado desperta algo em você, bem vindo. 

quarta-feira, dezembro 11

ana maria que estás na periferia...


Quando perguntam "quem é você", você nota que a resposta dada, geralmente, é apenas um nome? O nível de conhecimento a respeito de si mesmo é tão superficial que para a maioria das pessoas um simples nome aparece como resposta.

Na verdade, o que acontece é que ninguém sabe e nem quer saber o que há além dessa superfície. Tudo o que importa é o seu nome, o sobrenome e o que você faz. Fora isso, o que você sabe? Quem é você?

Nem sequer um confronto com outros possíveis nomes vem a ser possível. Você está piamente convencida a respeito de ser a "Ana Maria". No entanto, o seu nome é o aspecto mais exterior de você, é apenas uma placa através do qual você é localizado no mundo. É um rótulo. E, como todo rótulo, está fora. Assim como todos os outros rótulos: sexo, idade, profissão, classe econômica, etc. Tudo na periferia.

Por isso, quando surge o anseio em conhecer a si mesmo, o primeiro passo a ser dado é para dentro. Nenhum aspecto periférico a você pode ser você. Você está dentro, nesse não-lugar, vendo todos os acontecimentos que ocorrem fora. Você vê o seu nome, portanto, não pode sê-lo...

quarta-feira, dezembro 4

aquilo que vê não pode ser visto


























Existe um aspecto da periferia que vem a ser muito pertinente. Você registra a si mesmo pelo que vê, mas em Satsang a proposta é que você comece a descobrir que você não é aquilo que você vê.

Para nos darmos conta disso, usamos uma matemática muito simples. Veja se você acompanha: você está me vendo?

Participante – Sim.

Eu sou você?

Participante – Não.

Pronto! Terminou.  Se você olhar para isso – e entender profundamente – acaba a novela, o drama.

Você não é aquilo que você vê, e é claro que para compreender isso em total profundidade, em total tranquilidade, muito há de ser destruído. Mas vamos por partes, não tem pressa. Desconstruindo, pouco a pouco, quando você menos esperar, estará com a cabeça na boca do leão.

segunda-feira, dezembro 2

o todo não cabe na parte




















Estamos aqui por um simples propósito: para que você lembre de quem você é.  Ou você retém a ideia de que você seja um pensamento, ou se dá conta de que você não é um pensamento.

Se você se dá conta de que você não é um pensamento, todas as portas se abrem. Se você retém a ideia de ser um pensamento, permanece num círculo sem fim. Continua vendo a si mesmo como aquilo que a sua mente propõe – e, obviamente, essa proposta é limitada.

Consequentemente, nasce a tendência de arrumar este pensamento. Mas é difícil arrumar um pensamento, porque sempre que você "precisa" dele, ele não está lá. Nesse sentido, você está lidando com algo fantasmagórico, não-existencial.

Se você se dá conta de quem você é, abandona este pensamento e encontra a si mesmo em totalidade. Mas, saiba, esse "encontrar-se em totalidade" não cabe na sua mente. 

sexta-feira, novembro 29

o erro de descartes, o galanteio da água e a morte

















O corpo é uma experiência, é um estado. Do ponto de vista medieval, é um estado sólido de ser. Já do ponto de vista da física moderna, é um estado atômico, energético. Uma versão mais fluída, digamos, e que já decompõe a ideia da morte, por exemplo.

Há certo anacronismo intelectual no mundo, as pessoas estão no século vinte e um, mas pensam como se pensava no século dezessete. Apesar de muito já ter sido desvendado, a morte continua tão amedrontadora quanto naquela época.

Mas o que é a morte? Quem é que morre? O que é que morre?

Outro dia li uma piada que vem a calhar nesse momento. O menino chegou para uma bela garota no bar e perguntou: "Você gosta de água?" Ao que ela respondeu "Sim, gosto". E o menino continuou: "Então já estamos meio caminho andado, porque você gosta de 70% de mim."

O que isso quer dizer? Esse corpo, que você defende como sendo "você", é composto por 70% de água. Não tem "você". O "você" que existe, é um "você psicológico" – e é esse que teme a morte.

Isso acontece porque, sendo este um "você" imaginado, ele precisa ser pensado. Sem pensá-lo, ele morre. "Penso, logo existo" – afirmou Descartes. O que nos sugere, em nosso contexto, que "sem pensar, você não existe". Já pensou sobre isso?

quinta-feira, novembro 28

ser: isso!


Um dia, perguntaram a Ramana Maharshi: "Que livro posso ler para encontrar a mim mesmo?" Ramana, prontamente, respondeu: "Nenhum. A única coisa que você pode fazer é entrar para dentro de si e ler, completamente, a si mesmo. Depois que você encontrar a si em si mesmo, pode ler o que quiser."

Não sei quanto a vocês, mas é disso que compartilho. Leia a si mesmo de todas as maneiras possíveis. Custe o que custar. Fique cara a cara com aquilo que foi imposto sobre você como verdade.

Você é jovem? Você é velho? Homem? Mulher? Stop! Por que você está sempre sendo alguma coisa? Estamos detidos no 'ser alguma coisa' sem nos darmos conta do que há anteriormente a qualquer coisa.

Remova os 'issos' e os 'aquilos' e veja a consistência do eu, veja que peso tem esse pronome antes do verbo. Por fim, remova o "eu" e fique com o SER. 

quarta-feira, novembro 27

o livro da história da mentira e sua sutil continuidade

A maioria das pessoas não vive em conexão com o que é, eles simplesmente depositam toda a sua energia vital no que pensam que as coisas são. Tudo parte de uma programação.

Investigue: quando você diz algo, há sempre a possibilidade de ver se existe fundamento na sua fala, no seu pensamento. Ao afirmar que você seja um ser humano, uma mulher ou um homem... de onde você tira essa informação? Do agora? Ou do livro de histórias da sua vida?

Investigar quer dizer: oferecer à Consciência, neste instante, o que quer que seja que você esteja dizendo ou pensando. Experimente isso! Veja se o que você prega como verdade tem fundamento, de fato, ou se é apenas uma mera formalidade que você vem seguindo simplesmente porque todos seguem.

Romper com a formalidade, com séculos de tradição, é um grande empreendimento. Não é banal! Não dá pra trocar o "crer que você é um ser humano" pelo "crer que você é Consciência". Não funciona assim.

Você acha que essa troca vai deixar tudo bem na sua vida... mas isso não vai acontecer, porque você estaria trocando alhos por bugalhos. No fundo, não houve a ruptura fundamental. Desformalize-se.

terça-feira, novembro 26

a floresta do pensar
















Olhar para o lugar certo, ou seja, olhar para dentro, desconstrói a formalidade, a identificação com a forma. Você se confunde com o que pensa, com o que vê, com o que sente... ao ponto de confundir a si mesmo com o pensado. No entanto, já foi dito antes: você não é o que você pensa que você é! E, pode ter certeza, isso é muito mais profundo e perigoso do que você pensa!

Se você não for o que pensa ser, o que é você? É abismal. Esse aforisma desconstrói completamente tudo – é uma pedra de toque. Descubra o que você é, se você não for o que pensa que é.

Todos pensam que pensam, inclusive. E, nesse caso, o chamado “eu”, a ideia de si, é um pensamento. O que não deixa de ser um pensamento pensando sobre si. O nosso trabalho aqui é tocar a fonte: se o “eu” é um pensamento, quem é você de verdade?


Ainda que faça uma grande catarse ou medite por dez dias observando o seu umbigo, é muito comum que, se alguém pisa no seu calo, você perca todo o “estado” de leveza adquirido. Portanto, o nosso grande projeto é investigar o cerne de tudo isso. Pois existe uma confusão inglória entre o que é e o que você pensa que as coisas sejam. Saia disso!

segunda-feira, novembro 25

satsang, a irmandade amorosa e a transmissão do nada


Fragmento da entrevista para EL PAÍS - Colombia, agosto 2013

Qual foi o ensinamento mais importante para sua vida que você recebeu do mestre Osho?

Um verdadeiro mestre não ensina, não possui ensinamento da forma como compreendemos. Estar com um mestre não é uma busca de mais conhecimentos para si mesmo, na verdade é desprender-se do que foi aprendido para viver de forma leve. Então, neste sentido, o que aprendi com Osho foi a ser eu mesmo, vazio de conteúdo, silencioso. E que finalmente aquilo que eu pensava ser, não é o que eu sou. O ser é impensável.

Por que você decidiu chamar-se de "amor pela Verdade" [significado de Satyaprem]?

Acho engraçada a pergunta. Como falamos antes, quando você está com um mestre, entrega suas decisões e isso não é muito fácil de compreender. Por isso não julgue antecipadamente. Chamar-se "amor pela verdade", portanto, foi um presente do mistério da existência através do mestre, sem seriedade, para reconhecer-se além do corpo e da mente.

Qual é a sua definição particular a respeito da Verdade?

A Verdade é indefinível. Por isso, é universal. Todos que chegam até ela, silenciam-se em irmandade amorosa. A Verdade é amor.

Você diz que a Verdade está dentro de cada um, porém, como é perceptível? Como pode-se reconhecer  alguém que está em contato com a Verdade?

A Verdade está com todos, dentro de todos, em tudo. É difícil compreendê-la, porque a menos que alguém a reconheça em si mesmo não pode vê-la em nenhum outro lugar. Porém, algumas flechas podem atingir o alvo, e as mais simples são quando você está ao lado de alguém que incorpora a Verdade – você se sente aceito, relaxado e em paz. A partir daí, passa a ver aquilo que está além das formas. Pode-se dizer que a Verdade aparece em tudo o que você olha, sente ou pensa.


fragmento da entrevista para EL PAÍS - Colombia, agosto 2013

quinta-feira, novembro 21

o vazio cheio


A morte é o momento no qual você para de existir para si mesmo. Em meditação, no ambiente de Satsang, você pode assistir à sua própria morte. Dessa forma, vê que o mito da morte como algo terrível a ser evitado é basicamente infantil.

Dê-se conta disso e todos os seus problemas serão resolvidos. As pessoas adoram os seus problemas e a morte seria a solução de todos eles. Se conseguir se afastar e assistir com distanciamento ao espetáculo criado pela confusão mental em que o mundo se encontra, verá que tudo não passa de uma comédia.

A vida é a única coisa que temos. Mesmo assim, o que a maioria das pessoas faz com isso? É crítico! O drama não tem fim. Abra os olhos! Como você responde a isso? Ninguém te leva a sério – por que você se leva tão a sério?

Voltar-se para dentro é fundamental. Quem é você? Faça a pergunta e registre que nada pode ser dito a esse respeito. Veja se você aceita ficar vazio e assumir a quietude do Ser de tal maneira que não haja nenhum preenchimento. A mente preenche a sua vida com desejos. No entanto, se você observa, vê que o mais profundo do Ser está preenchido de vazio. 

terça-feira, novembro 19

o outro, a compaixão e um caminhar tranquilo


Hoje é um bom dia para falar disso: há um tempo atrás, assisti uma entrevista do Jô Soares com o Danny Glover. Ele, o Danny, muito energético, dizia basicamente o seguinte: Existe muita desigualdade, não dá mais! Precisamos nos juntar e discutir como redistribuir essa riqueza que está em abundância. Riqueza de conhecimento, riqueza material… tudo! Porque, de verdade, a sua segurança depende da segurança do outro.

É perfeito! Se todos vivem uma satisfatória condição, uma condição razoável – até porque não dá pra viverem todos em condições totalmente iguais, sempre vai haver alguma diferença, por diversas razões –, se houver um mínimo equilíbrio de forças, todos estarão seguros. Aí, então, você anda pela rua e pode desejar bom dia a qualquer um que passe, pode caminhar tranquilamente à noite e coisas do gênero.

Aquele que comeu e que tem a segurança de que amanhã terá comida para ele e os seus, que tem uma casa decente e dorme tranquilo, ele não tem porque confrontar o que está posto. Essa é uma maneira de olhar socialmente para o outro. E em nosso contexto, em Satsang, somos convidados a ir ainda mais longe: quem é o outro?

Sabendo que o outro sou eu, o que posso promover? Compaixão nasce nesse exato momento. Se eu sei que o outro sou eu, quem inventaria as armas? Comece a se dar conta disso e traga para a sua vida, para o seu dia a dia. Saiba quem é você e, naturalmente, saberá quem é o outro. O outro é você! 

sexta-feira, novembro 15

de cabeça para baixo, de cabeça para cima


Vejamos se você me acompanha: a identidade, a entidade, precisa de tempo e espaço para existir. Para pensar a si mesmo, é necessário tempo – não existe pensamento sem tempo. Verifique: da forma como você se compreende, você pode existir sem o tempo? Você pode pensar a si mesmo sem o tempo?

Experimente! Pense a si mesmo sem ter tempo para pensar – isso não faz o menor sentido. A verdade é que, se não te derem tempo, você não tem a menor ideia de quem você é.
Você me segue? Compreende que na ausência de espaço e tempo não tem como existir nada? Para a mente existir, para o ego existir, para pensar a si mesmo, você precisa de tempo. 

Quem é você, sem tempo para pensar? Pode que você já tenha feito essa pergunta, mas ainda não a fez com energia suficiente para que seja respondida. Você pergunta e logo preenche como resposta aquilo que leu num livro, ontem. Isso não serve! Veja por si mesmo.

Como consequência da elucidação do que estamos explorando aqui, da nossa não-existência fora do tempo, é possível entender por que buda chamava o “Ser” de "não-ser". Ou seja, para descrever quem você verdadeiramente é, ao invés de dizer “eu sou”, você diz “eu não sou”. E esse será um belo começo…

Não tem você, só tem consciência.

segunda-feira, novembro 11

outros quinhentos: no silencio não tem objeto


Esse momento histórico é brilhante! Estamos sendo levados à necessidade de nos tornarmos absolutamente livres de qualquer condição e assumirmos a nossa inteligência intrínseca.

As circunstâncias estão nos forçando a conferir e realizarmos aquilo que é inerentemente nosso. Nesse sentido, podemos dizer que acordar esteja mais disponível. No entanto, manter-se desperto são outros quinhentos, exige uma espécie de fidelidade à Verdade. Ao Ser. Ao silencio.

O primeiro passo é olhar para dentro e olhar para dentro implica reconsiderar a ideia de que a mente saiba tudo a respeito de todas as coisas. Ela não sabe, só repete. Por isso você deve estar muito atento. Manter-se desperto implica um constante duvidar da mente.

Ao invés de (tentar) saber tudo, veja que você não sabe. A inteligência não sabe, ela é, ela vê. Tudo aquilo que você pensa que sabe, na verdade, não te pertence, é emprestado. Foi apreendido, fruto de outrem. Somente aquilo que você não pode perder, é verdadeiramente seu. Descubra isso!

sexta-feira, novembro 8

a quietude do silêncio e a inexistência do futuro
















Quem sabe do amanhã? O amanhã é totalmente aberto. Ele só é sequencial porque você se aprisiona numa rotina de pensar e agir. Quando há uma suspensão no agora, o amanhã não entra mais em pauta – você vive com os olhos maravilhados de uma criança, surpreendendo-se e curtindo o que estiver acontecendo.

O tédio só existe em nossa mente porque ela tende a “pré-ver” o que vai acontecer. Quantas vezes você sofre ao pensar no que acontecerá no futuro?

Resguarde-se o máximo que puder, não se ofereça aos seus pensamentos e rebele-se contra o que a sua mente diz. Há um lugar em você que olha para tudo com os olhos totalmente vazios de conteúdo. Em questão de segundos a mente põe rótulos em tudo o que você está vendo e sentindo, ela pensa que sabe tudo e que saber é poder.

Diante das propostas da mente, questione quem é o autor dessas propostas. Sem saber o que as coisas são, sem dar nomes, você retorna à fonte silenciosa.


Descubra que existe uma fonte intacta, pura e que não pensa. Isso é o agora. E, uma vez visto, mude-se para  imediatamente!

quinta-feira, novembro 7

bom dia e durma nunca mais


















Participante – Hoje não vou conseguir dormir... minha mente está de pernas pro ar!

Essa é a minha proposta: que você não durma nunca mais! Estamos aqui para que você desperte! Aprecio que você tenha uma noite de questionamentos, pois tem dormido muito. Desperte questionando tudo o que levantamos aqui hoje.

Desperto, você vê que todo o conteúdo mental, sem discriminação, é matéria morta. A mente é necessária apenas para pedir um copo d'água, desejar "bom dia", atravessar a rua, chegar num determinado endereço... Todas essas teorias a respeito de para onde iremos e de onde viemos, o que é certo e o que é errado, são anuladas junto ao seu despertar.

Você está aqui para se tornar uma árvore, uma criança, um bebê – e isso é imediato. Não pode haver tempo, porque ele não é necessário para você entrar no agora. O agora está aqui agora. O indescritível isso é você!

quarta-feira, novembro 6

cagando nas estátuas os pombos estão


O fato é que nós herdamos uma coisa chamada "vida" e não sabemos como usá-la de uma maneira satisfatória. Noventa por cento da humanidade está profundamente insatisfeita, a níveis de suicídio. Temos visto que as pessoas, de maneira equivocada, querem destruir tudo.

É razoável, mas o cerne se mantém ignorado. Se você permite, posso ajudar a destruir tudo. Porém, teremos que começar pela sua mente. Vamos deixá-la em pedacinhos, esse é o meu papel. Você aceita? Já que estão falando tanto em vandalismo… saiba: sou um vândalo quanto à mente! Em nome da bondade, em nome até mesmo da justiça, a mente comete absurdos.

As estátuas – a história – estão ali representando algo. Representam o temporário, as vitórias e derrotas, a mentira, a mente. Mas para toda solene estátua, tem uma revoada de pombos. Eu adoro os pombos! Toda a existência está rindo dessa bobagem. Toda estátua está ou será cagada.

Agora torne essa visão ainda mais profunda. Depredar um patrimônio público não resolve. Quero ver você ir contra aquilo que você acredita e defende como verdade – ou seja, o patrimônio mental.

segunda-feira, novembro 4

quem é você, criança?


Diante da pergunta "Quem é você?", o que acontece? Você acessa e conta uma história ou responde, brevemente, como uma criança, que não tem a menor ideia? Perceba agora mesmo, sentado aí: quem é você? Para onde você olha em busca de uma resposta?

Suspenda temporariamente e veja o que acontece. Pouco a pouco essa suspensão se torna a sua realidade. Não tenha pressa. Mas, ao mesmo tempo, comece a mover-se nessa direção. Não tem um lugar para chegar, no entanto, você está diante de uma grande aventura. 

Saber quem você é te deixa dono desse "bicho enlouquecido" que quer te levar para todos os lugares no tempo e no espaço, menos te deixar ficar em paz, em quietude. A mente segue com suas propostas para isso e aquilo, mas você não mais a obedece. Ela não precisa deixar de existir – alias, isso não vai acontecer –, é você que precisa deixar de seguí-la nesse carrossel de tonturas.

sexta-feira, novembro 1

acordar não tem preço!


Participante – Satya, me parece que temos mais pessoas acordadas do que antes. É isso mesmo?

Sim, mas entre nisso com muita calma e observação, porque a mente é incrivelmente astuta, ela quer acordar também. Já que está todo mundo acordando, ela também quer acordar. E uma mente acordada não existe, quem acorda não é a mente.

Na verdade, quando existe acordamento, a mente morre, ela perde consistência. Onde há "eu" não há acordamentoAcordamento é a revelação de que não tem "você". Por conseguinte, não tem o outro – e é aí que nasce aquilo que chamam de "compaixão", algo que se alastra como fogo.

Sei que é muito agradável a ideia de que esteja tão barato acordar. Mas essa é uma nobre ilusão. Não é barato! E não estou me referindo, é claro, a um preço, não é uma questão de custo, é uma questão de valor.

Quanto vale todo o seu conhecimento? Quanto valem as suas propriedades? As externas e as (imaginárias) internas. É por isso que o convite é encontrar um ponto onde você não sabe nada. Um ponto silencioso.

acordamento, necessariamente, o leva a um silenciamento, ao silenciamento da mente, da mente que pensa ser você. É tão sutil que se você disser "Eu acordei", sofrerá de narcolepsia. A mente entra pela porta dos fundos, incansavelmente, e repete aquilo que foi gravado. Pare e veja: uma coisa é dizer e a outra coisa é SER. Não há modelo, há Presença.

quinta-feira, outubro 31

uma forte tempestade e o verão vivo


Quando um anseio surge, verifique: isso me pertence? Isso sou eu? Ou se trata de uma condição prévia? Quando ocorre um sentimento, pare e veja: esse sentimento é seu mesmo? Quando consegue observar as condições, você relaxa. Porque as condições são temporárias, são estações climáticas.

Ao mínimo instante, você se percebe num inverno emocional. Uma forte tempestade emocional toma conta do seu momento. Wait. O que vem depois da tempestade? Então, espere um pouco, não se mova e veja que logo aquilo passa.

Depois do inverno, vem a primavera. E, logo, o verão. Não para. Se você percebe que as coisas não param é porque você está parado, observando. Pois enquanto você se move e as coisas se movem também, é como se tudo estivesse parado, estagnado. Você entende? Vê?

Você só pode ver o movimento dos objetos – acontecimentos, pensamentos, sensações, emoções… – se estiver quieto. Tudo se move e você está parado, assistindo ao movimento. O corpo inspira e expira, inexoravelmente. Algo vem… Algo vai… Sono ocorre, e você observa. Insônia ocorre, e você observa, da mesma maneira. Tristeza, alegria… Tudo vem e vai e você simplesmente observa.

As mudanças ocorrem, e não param, na superfície. E quanto mais para dentro você se move, mais pode perceber as mudanças a partir de um certo distanciamento. Essa nova percepção há de causar estranhamento – a você e aos seus próximos. Mas não faça nada com isso. Surpreenda-se! "Eu não me reconheço mais" – Yes! Isso é muito bom. É muito bom não se reconhecer. Reconhecer-se todos os dias é prejudicial à saúde, significa que você está morto. O Silêncio é sempre novo, fresco. Vivo!

terça-feira, outubro 29

de olhos bem abertos

O ser humano recebeu um papel dramático, bem teatral. É como se ele fizesse parte de uma tragédia grega. Proponho que você abra os seus olhos. Ao abri-los, naturalmente, a tragédia vira comédia. Nada precisa ser feito com a tragédia.

O problema é que, de maneira equivocada, parece natural permanecer de olhos fechados e artificial viver de olhos abertos. Com os olhos fechados, existe uma espécie de comunicação entre as partes. Quando você abre os olhos, é notável que não há comunicação nenhuma. Na verdade, a humanidade vive, sofre de uma entropia generalizada, cada um fala uma coisa, nas suas bolhas particulares.

Não faça nada para sair da tragédia, basta ver com os olhos abertos que você não faz parte dela – é apenas uma projeção. Experimente!

Existem muitos mal entendidos, pois tudo o que é dito pode ser interpretado. Não interprete, veja! Se você realmente quer se libertar do engano, a única coisa que lhe resta é abrir os olhos. De olhos fechados, você é um personagem com um destino obscuro no sonho em que vive. Regulado por perdas e ganhos, o que está em pauta é se dar bem ou mal, se vai dar certo ou errado. Esse é o drama do personagem – estar de olhos fechados.

Dentro ou fora do drama, pergunte-se: Quem sou eu? Seja honesto e sincero consigo mesmo. Questione-se. Se olhar para o lugar certo, é bem possível que essa visão, de olhos abertos, não encaixe em drama nenhum.

segunda-feira, outubro 28

o jardim das delícias: simplicidade, o espinho e a lâmpada.














Perca as esperanças e descomprometa-se com a mentira. É legítimo não estar comprometido com o que não existe. Loucura é ter compromisso com o temporário, com o que não tem permanência. Observe e veja como é fácil equacionar isso. Não existe nada errado em desrespeitar o irreal e buscar a realidade com coerência e respeito total.

O que é realidade? O que está no fundo de todas as coisas? O que anima tudo? Os seus pensamentos, emoções, a comida que você come? Não. O que corresponde totalmente às suas expectativas? O que está sempre presente e nunca te abandona? Quem é você por trás de todas as camadas?

Você deve acabar com a complexidade. Fique com o simples. Falo da simplicidade anterior à decisão de você ser isso ou aquilo. Assista comigo esse espetáculo: vejamos juntos aquilo que está antes de qualquer definição.

No “Jardim das Delícias”, a obviedade deve ser considerada. Por exemplo, a rosa tem espinhos e a brincadeira propõe que você saiba colher a rosa. Não adianta modificá-la geneticamente para remover os espinhos. Isso é tolice! Vai criar algum desacerto, pois sempre há um processo de equilíbrio. O negativo e o positivo coexistem. A lâmpada está acesa porque existe um conflito entre duas energias do mesmo tamanho. Se uma ficar maior que a outra, a lâmpada some.


A proposta da mente é remover um dos lados da equação, mas isso não funciona. Antes de qualquer coisa, Isso! Assuma essa clareza na sua vida com muita elegância.  

quinta-feira, outubro 24

subtraindo os nós


Uma história Zen…

Um homem ouviu dizer que se ele meditasse alcançaria à iluminação. Procurou, então, um mestre e lhe disse: "Estou aqui para iluminar". O mestre o recebeu dando-lhe as boas vindas: "Fique à vontade".

O homem ficou instalado no mosteiro, onde lavou banheiros, carregou lixo, fez comida… sem sequer um momento de técnicas de meditação, tampouco de iluminação. Ele passava dia e noite trabalhando. Até que foi até o mestre e perguntou quais eram, afinal, as dicas a respeito da iluminação: "Quando serei iniciado?" Recebendo, como resposta, uma pergunta: "Você tem pressa?" O homem disse: "Não, não tenho pressa, mas eu tinha reservado uns dois anos da minha vida para isso. Se me esforçar mais, então, levará menos tempo?" Ao que o mestre concluiu: "Nesse caso, levará uns vinte anos".

A maestria dessa história está em tirar-nos inclusive a ideia a respeito de iluminação. Remova todos os seus interesses, remova qualquer anseio em tornar-se algo ou alguém.  Num certo nível, querer iluminar-se não passa de um desejo como o de ser rico, feliz, esbelto ou o presidente da república.

Tornar-se é um projeto da mente, pois "quem você é" não pode vir a ser, já é. E este é um fenômeno anterior à mente, só precisa ser "des(en)coberto" – ou seja, o trabalho deve ser de subtração e não de aglutinação. Subtraia os adjetivos, os rótulos, os pensamentos, os conceitos, os gêneros, os "porquês", os saberes, os pronomes, os "nós" e veja o que fica.


quarta-feira, outubro 23

o des-pensar, o eterno e as bolhas de sabão


Quando você se dispensa, quando você "des-pensa" a si mesmo, fica muito mais fácil o encontro com a Verdade. Note!

Quantos anos você tem?

Participante – Tenho vinte e sete anos.

É nesse momento que chamo a sua atenção para o que seja "condicionamento". Condicionado, você é forçado a corresponder à realidade de uma maneira imposta e absoluta, sem nenhum questionamento. O condicionamento age arbitrariamente, é tirânico. E é por isso que revoltar-se contra ele é necessário para que você possa ver mais além.

Dizer que você tem vinte e sete anos é corresponder ao condicionamento que te faz crer que você é esse corpo que nasceu num determinado dia, mês e ano ditados também por um calendário condicionado.

Aqui, agora, nesse mínimo instante, você sente algo que defina a sua idade? Não. Não há. Alterar brevemente a sua visão da realidade permite uma abertura. O agora é extremamente bondoso e você insiste em depositar toda a sua energia com o tempo, com a mente.

Quanto tempo você perde pensando? Entre no agora e veja que ele dilacera toda e qualquer formulação que parecem arbitrárias, mas que, investigadas, revelam-se bolhas de sabão. 

segunda-feira, outubro 21

o falso é imaginado


Rádio Universitária – Esse encontro [Experiência Zero] acontece numa conversa? É através do quê? Como se dá o encontro?

Satyaprem – Se dá como estamos fazendo agora. Conversando.

Rádio Universitária –  Dessa forma?

Satyaprem – Exatamente. Nós vamos conversando, você se abre e fica claro para você que estamos indo de encontro às suas crenças. Tudo aquilo que você imaginava pode ser só imaginação. E, em verdade, é tudo imaginação. E o seu Ser não é imaginado, não pode ser imaginado, nem tem como imaginar. Ou você O vê como Ele é, ou você fica imaginando coisas que não têm nada a ver.

Rádio Universitária – Se nós vivemos nesse mundo da imaginação, e milhões de nós, no mundo inteiro...

Satyaprem – Estão imaginando...

Rádio Universitária – Isso. E aí, como é que fica para viver?

Satyaprem – Eu que pergunto a você: como é que você pode fazer essa pergunta se você está vendo o mundo do jeito que está? O conflito existe porque nós imaginamos uma série de diferenças. Por exemplo, por que Israel está brigando com a Palestina? Porque eles imaginam-se diferentes uns dos outros. Essa imaginação cria conflito. Então, a sua pergunta deveria ser o reverso. Você deve se perguntar o seguinte: como você pode querer continuar vivendo imaginando coisas, se essa imaginação só nos leva à destruição, à discórdia, ao conflito? Reverta a sua pergunta e faça ela para você mesma. E você me responde...

[Risos]

Satyaprem – Responda-me agora: como é que podemos continuar imaginando? Está na hora de pararmos de imaginar e começarmos a Ser, de verdade. E nesse "Ser" cria-se um ambiente completamente seu. Ser é paz. Ego é discórdia, ego é conflito. E veja só: tem uma ideologia por trás disso. A ideologia psicológica ocidental diz que: "você não pode concordar com todo mundo". O que está implícito nisso inconscientemente? Que você tem que discordar de todo mundo, necessariamente, para ser você. Em Satsang, você ser você significa exatamente concordar com todo mundo, porque todo mundo é você, você é idêntico a todo mundo. Então, existe um reverso aqui. Assim, eu te faço uma pergunta: como você quer continuar vivendo num mundo imaginado que cria tanta destruição, tanta desigualdade?

Rádio Universitária – É mesmo, não é?! E eu vou saber te responder?

Satyaprem – Não sei. É exatamente assim que começa "A Experiência Zero". Nós temos crenças... E, veja só, para construir uma casa eu não posso começar pelo telhado, tenho que começar pela fundaçãose e, se a fundação não estiver correta, a casa não vai ficar boa nunca. Ela vai estar sempre caindo. É assim que estamos... As nossas casas estão sempre caindo.

O que eu fico refletindo é que ficamos imaginando que somos diferentes uns dos outros, mas, na verdade, isso não existe dessa forma. E há uma tendência hoje alardeada, por sinal, sobre as diferenças. Tem essa imaginação que é ruim, que leva à guerra, aos conflitos e isso tudo. E tem também o outro lado que é fazer uma propagação disso como uma coisa boa. Quer dizer: "Nós somos diferentes, portanto, isso é uma coisa muito boa". E onde repousa a sua diferença de mim? Repousa no conteúdo da sua mente, no conteúdo das suas experiências. E essa diferença é falsa, ela é imaginada.

sexta-feira, outubro 18

o melhor, por trás, nada: não piora, nem é melhor





















Esteja atento: em nenhum momento você vai ser o Nada, pois ele acontece fora do tempo. Quando entra no tempo, você é um objeto – e, nesse caso, o Nada representado na sua mente seria mais um objeto. Você tem uma ideia do que o Nada seja, mas ele está acontecendo agora e você nem mesmo pode percebê-lo. Somente os objetos podem ser percebidos.

Eventualmente, dê-se conta de que todas as percepções ocorrem no Nada. Sem o Nada, não há percepção nenhuma.

Se realmente há interesse em ver o que estou apontando, promova para si mesmo uma investigação primária. Veja se é isso o que você quer – e se não for, não tem problema. O meu ponto é discutir o que realmente importa. Estamos aqui para saber quem você é.

Não me interessa a sua história nem a sua percepção de si no tempo e no espaço. Estamos aqui invocando a revelação de quem você é. Isso pode causar desconforto no mundo pré-estabelecido e, por essa razão, mente tentará roubar de todas as maneiras a possibilidade de compreensão.

Você insiste em melhorar aquele que aparece no tempo e no espaço, por isso a pergunta "Quem sou eu?" deve ser reforçada. Note que você está interpretando o que digo de acordo com seus parâmetros. Mas a verdade é que não há melhora, o objeto terá sempre limitações. Um dia, quando você menos espera, você não mais interpreta e ouve pela primeira vez. É no silêncio que nos comunicamos. Ouça-o!

quinta-feira, outubro 17

consciência não é consciência




















A mente sofre de uma doença chamada “imitação”. Dar-se conta de quem você verdadeiramente é, transcende qualquer comportamento ou opinião pregressa. Enquanto a mente diz que, fora do conhecido, há estranhamento; digo que este deve ser um estado constante de ser. Arrisque-se! Experimente! Pois tudo, absolutamente tudo, é sempre novo.
 
A mente corresponde ao estabelecido como verdadeiro, isso é muito confortável para ela, é o que a mantém intacta. Porém, você é Consciência. Ainda que ela tente se apropriar dessa situação, tentando tornar-se ela mesma a Consciência, por imitação, isso jamais será possível. O máximo que ela consegue ser é uma “secretária electronica” que grava e repete, grava e repete, grava e repete… ad infinitum. Um papagaio.
 
Portanto, quando você disser “Sou Consciência” com muita veemência, coloque um pé atrás. Não que você não seja, você é Consciência, Consciência é tudo o que existe. Mas, calma. Não tenha pressa. Primeiro enamore-se disso, depois entregue-se, até que, por fim, não reste nenhum “eu” para ser Consciência ou qualquer outra coisa. Tudo que é, é consciência.

quarta-feira, outubro 16

as mãos cheias de currículos vazios ou os currículos cheios de mãos vazias


















A mente necessita de adições, armários, currículos, acúmulos. Ela tem que carregar coisas. Mas a Consciência que você é não precisa de nada, não carrega nada, não guarda... é a total abertura. 

A sociedade nos embute a ideia de que precisamos ter, possuir, guardar, conter. Mas eu pergunto: para quê? Quando você morrer, o que vai fazer com tudo isso? Faz sentido? Sem perceber, é isso o que está posto: o acúmulo está relacionado à morte, não à vida. 

Isso me lembra uma bela história. Conta-se que Alexandre, "O Grande", pediu que, ao morrer, seu corpo desfilasse pelas ruas carregado pelos melhores médicos da época, com as suas mãos abertas para fora do caixão e que todo o seu tesouro fosse distribuído pelo caminho. Ele queria deixar a sua última mensagem: que todos vissem que não eram os seus médicos os responsáveis pela sua vida, havia limitação neles e, por último, nada do que ele havia acumulado estava sendo levado com ele. Ele estava de mãos vazias.

Portanto, reitero: o acúmulo é artifício da mente. Não me refiro apenas ao acúmulo material, em nosso contexto, o fundamental é estar atento ao acúmulo de informações, de saberes. Não acumule, não saiba: "Apenas os pobres entrarão no reino do céu".