A mente vai e vem, e isso é inevitável. O meu ponto é onde você coloca sua atenção. O que você alimenta? Você ainda fica no pensamento, colocando gasolina nesse fogo, ou o apaga?
Na verdade, proponho que nem apague nem acenda, simplesmente não faça nada. Isso é o não-fazer, simplesmente não se envolva. Se está diante de um inferno, deixe-o, aceite-o do jeito que está. Quando você não se envolve e não se apega às coisas, elas não são um problema, são apenas algo acontecendo e que passará. E nada precisa ser feito, porque tudo passa. Sabendo que tudo passa, que necessidade tem de fazer alguma mudança ou interferência? É nesse ponto que existe descanso, relaxamento, paz.
Participante — E se pisam no meu pé e vem a raiva, também não devo impedir isso, certo? Acontece uma série de coisas e você só observa aquilo acontecendo.
Não é nem você que observa. A Observação observa. Pisaram no seu pé e você ficou com raiva? Fique com raiva, qual é o problema? Tudo é perfeito do jeito que está, você não precisa fazer nada. Existe somente a necessidade de ver Aquilo que você é, e descansar nisso. A raiva desaparece.
A mente tenta fazer uma construção coerente do tipo “como é que eu vou agir a partir de agora”. A minha única resposta para isso é: você não pode se preparar para a vida – você está despreparado para a vida, essa é a realidade. Viva momento a momento. O que acontece, acontece. Deixe tudo como está, isto é perfeito. É claro que seria ótimo, termos um livro com a construção completa do que precisa ser feito para ficarmos sempre no ponto de equilíbrio, mas isso não existe! Não tem como. Aliás, em 1982, fiz uma única pergunta ao Osho: “Como?” E ele me respondeu: “Querido Satyaprem, quando houver um ‘como’, eu vou destruí-lo, não se preocupe.”
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