sexta-feira, novembro 15

de cabeça para baixo, de cabeça para cima


Vejamos se você me acompanha: a identidade, a entidade, precisa de tempo e espaço para existir. Para pensar a si mesmo, é necessário tempo – não existe pensamento sem tempo. Verifique: da forma como você se compreende, você pode existir sem o tempo? Você pode pensar a si mesmo sem o tempo?

Experimente! Pense a si mesmo sem ter tempo para pensar – isso não faz o menor sentido. A verdade é que, se não te derem tempo, você não tem a menor ideia de quem você é.
Você me segue? Compreende que na ausência de espaço e tempo não tem como existir nada? Para a mente existir, para o ego existir, para pensar a si mesmo, você precisa de tempo. 

Quem é você, sem tempo para pensar? Pode que você já tenha feito essa pergunta, mas ainda não a fez com energia suficiente para que seja respondida. Você pergunta e logo preenche como resposta aquilo que leu num livro, ontem. Isso não serve! Veja por si mesmo.

Como consequência da elucidação do que estamos explorando aqui, da nossa não-existência fora do tempo, é possível entender por que buda chamava o “Ser” de "não-ser". Ou seja, para descrever quem você verdadeiramente é, ao invés de dizer “eu sou”, você diz “eu não sou”. E esse será um belo começo…

Não tem você, só tem consciência.

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