quinta-feira, abril 29

desperto, você vê!


O drama do corpo e da mente faz parte de um teatro.
Desperto, você vê que não importa para qual lado vai.
Se você se disciplina ou não, se você vai ou vem...
Qualquer coisa que você esteja fazendo, faz parte do drama -
não leva a lugar nenhum.

Aliás, você não precisa chegar a lugar nenhum.
Reconheça "quem você é".

Você é Consciência.
Não existe objeto nenhum sem Consciência
e o seu corpo é um objeto na Consciência que você é.

quarta-feira, abril 28

branca nuvem












haja o que houver
estou aqui
haja o que houver
não sou
houve o que não havia
passou


                           (nuvens não amam
                                        não odeiam
                                        não nada
                                        não sim
                                        sim tudo
                                              sim
                          nuvens não)

segunda-feira, abril 26

Qual a diferença entre acordar e ser livre?


Ser livre é uma ideia que a sua mente tem, de possibilidades no dualismo.
Acordar é saber que você não é livre - você é liberdade.
É como se eu pudesse atingir a linguagem do paradoxo e dizer que, mesmo preso, você é livre.
A liberdade não depende da situação em que você se encontra.
O compreensível às pessoas é pensar em liberdade em contraposição à prisão, mas, a liberdade essencial a todos os seres, não tem oposto.
Nada pode prendê-lo. Nada!
Aqui - posto que não há nada que possa prendê-lo -, a noção de ser livre desaparece.
Acordar é exatamente ver isso: você é livre! Não importa a situação em que se encontre.
Aquele que se encontra numa situação ou outra, não é você.
Você transcende todo esse aspecto sensorial, as aparências, aquilo que chamamos de "sonho".
Você está sonhando que é uma pessoa.
Está sonhando que está preso, assim como pode sonhar que está livre.
Mas, quando acorda, você sabe que não está livre, nem preso.
Essa é a suprema liberdade,  é a liberdade ulterior.
Não existe nenhuma relação dual com ela. Ela é transcendente e absoluta.

sexta-feira, abril 23

Regina Festa entrevista Satyaprem



[Satyaprem] Observação não é observar o que está fora, é observar o que está dentro.
Quando você observa o que está dentro, o que está fora desaparece.
A sua preocupação com os objetos externos tem uma função no nível superficial,
para acomodar a sua existência.
Mas chega um momento em que a flecha tem que se virar para dentro, completamente.
E, dentro, você não encontra nenhum objeto - porque você não encontra nenhum sujeito.
Quem cria os objetos são os sujeitos. Sem sujeito não tem objeto.
Então, os acontecimentos do mundo, aparentes, aparecem a quem?
O mundo e as coisas que acontecem, más ou boas, acontecem a quem?


[Regina Festa] A mim?


[Satyaprem] "Mim". Então, agora, seguindo o diálogo: esse "mim" não é um acontecimento,
tanto quanto os outros acontecimentos no mundo?


[Regina Festa] Nesse sentido, sim.


[Satyaprem] Então o mundo e você não são diferentes. O mundo, na verdade, é uma projeção sua.
Veja quem é você, e logo verá que não tem você. E se não tem você, eu pergunto: onde está o mundo?
Não tem mundo. Apenas tem algo que está acontecendo, mas não está acontecendo, não tem mais o mesmo sentido. Se você acorda, o mundo não é mais o mesmo que as pessoas têm.
Existe uma vitalidade intensa e incompreensível, digamos assim.
Não é necessário, em nenhum minuto, que você saiba o que está acontecendo.
Não existe em nenhum momento a descrição do que esteja acontecendo. Existe apenas Silêncio.


[Regina Festa] É o verbo.


[Satyaprem] É o verbo. Não existe absolutamente nada acontecendo. O grande barulho que ocorre, aparentemente, no mundo, ocorre exatamente porque somos chamados a responder aos acontecimentos.
Se não fôssemos chamados a responder aos acontecimentos, não haveria nenhum ruído.
Haveria um grande Silêncio dançando, se movendo de uma maneira diferente.
Na verdade, este é o chamado. A humanidade está sendo chamada para essa possibilidade.
Porque, do lado de fora, o ruído está intenso demais.

terça-feira, abril 20

butterfly


o meu dedo e a água
asas azuis
e o pulsar quase imperceptível
a máscara e o segredo pela sobrevivência

folhas são borboletas
e o inverso se encanta:
borboletas são...

asas que vêm
asas que vão

e o efeito deslumbrante
de um bater de asas no japão.
nos estados unidos
o inevitável furacão.

segunda-feira, abril 19

flores no ar


Como arrumar as flores no ar?
Você perde seu tempo tentando arrumar uma coisa que é ilusória, maya.
Você está tentando arrumar uma coisa que não existe.
Sei que é difícil entender, só quero que você acompanhe isso que estou dizendo
até ficar maduro o suficiente para que você veja quem você é.

Todos os nossos problemas, tudo o que capitalizamos como problemas
e reverenciamos como nossos, são “flores no ar”.
Dê uma olhada nesse instante.
Qual é o seu problema? Tem algum problema?
Não pense, veja!

sábado, abril 17

saque todo!


La Verdad no necesita de ninguno de sus sentidos.
Hasta este instante presente, usted tiene vivido,
sentido y experimentado el mundo a través de sus sentidos…
Saque todo de su camino, de su frente, para que usted pueda “ver”.

terça-feira, abril 13

entre o um e o dois: infinito.


a mente divide entre razão e coração. 
e parece razoável... 
mas não há divisão no ser. 
seja indivisível:
não-dois.


quando e se tudo é amor... 
o fazer será expressão, extensão desse amor.
por que não dizer? - um fazer amoroso.
faça com amor, o que quer que seja!

segunda-feira, abril 12

Um barco perdido bate, necessariamente, no paraíso

         
Tudo o que acontece tem que acontecer e, nesse sentido, nada acontece... 

Na periferia, as coisas acontecem. Elas vêm, vão, mudam de forma... inclusive você. Você era uma criança, um bebezinho, depois cresceu, ficou adolescente, depois virou uma mulher e, eventualmente, vai se tornar uma senhora. 

Tudo o que existe no corpo, na periferia, é uma mudança. Você muda de forma constantemente. No entanto, durante este processo todo, você tenta aprisionar, conter uma ideia de si. 

Dê uma olhada! Você tem falhado. Veja se você se lembra de tudo o que aconteceu? Não, tanta coisa já passou... E quando vê que o processo é como água corrente, você não tenta mais segurar a água com as mãos, você  a deixa correr. Tire as mãos da água e diga: “Estou livre desta, vá  para onde quiser”. 

Um barco perdido bate, necessariamente, no Paraíso - porque não tem nada mais que não seja o Paraíso! O que há? Oceano? Você vai sair do Oceano e cair onde? O Oceano é de onde você veio, de onde você nunca saiu. Você está sempre Aqui...

Não tem nada fora da Existência, a
não ser na sua imaginação. Não há nada fora da Consciência que você é. Você pode pensar que foi a Marte, ou que foi a princesa Isabel, mas isso não a torna a princesa Isabel. Você não é a princesa Isabel, você não é nem aquilo que está pensando que é, imagine a princesa Isabel!

Quando se dá conta que você não tem limite, não tem forma e que é tranquilo ser esse Ser que você é, porque não tem mais nada, o que pode te aterrorizar? Não tem nada fora do Ser que você é. O medo, a angústia, a ansiedade, todos esses sentimentos são periféricos, acontecem na ideia de separação. No momento em que você olha e vê que não está separado, tudo isso fica irrelevante, sem sentido. 

domingo, abril 11

boa companhia

Abra-se até a possibilidade de que você não tenha absolutamente
a percepção de onde você começa ou termina.
Estar em boa companhia, estar em Satsang
é ter a acuidade de manter isso como relevante.
Nada mais, nada menos.

sexta-feira, abril 9

Revista CLÁUDIA /Abril, 2010 /Pág. 139 /em "DOSSIÊ DA FELICIDADE"


Aqui e agora 
Em suas palestras sobre os benefícios da meditação, o guru gaúcho Satyaprem, discípulo do mestre indiano Osho desde a década de 1980, defende a ideia de que ser feliz é um projeto possível e, para realizá-lo, o caminho é muito simples: seja feliz agora.
 [Cláudia] Onde mora a felicidade?
[Satyaprem] No presente, no mergulho interior, no encontro com seu verdadeiro eu, que não pode ser confundido com os sentidos, as idéias e as emoções. Não podemos explicá-lo por palavras, mas contemplá-lo no silêncio da meditação.
 Pequeno alegrias nos levam até lá?
Não, pois as emoções são passageiras. Elas estão presas à experiência sensorial, que pode ser muito positiva, mas sempre acaba. E, quando isso acontece, pulamos para o ponto oposto da balança: sentimos falta, carência, solidão, sofrimento.
Mas, se você entra no campo de observação, se aprende a manter a mente no presente, sem se apegar demais às experiências positivas e negativas, deixa de querer controlar tudo. Vive simplesmente, sem julgar tanto o que sente. Isso evita as oscilações.
 A felicidade é quente ou fria? Com o que ela se parece?
Ao usar os sentidos para tentar decifrá-la, cada um poderá interpretá-la à sua maneira, achar que ela é de veludo azul, por exemplo. Para mim, a felicidade é perceber a dádiva de ser quem sou e estar onde estou e também que existe um milagre inerente à vida.
É só prestar atenção.

quinta-feira, abril 8

Bodhidharma não sabe quem é!


O imperador Wu, da China, foi um imperador que fez muito, construiu muitos mosteiros e trouxe muito dinheiro para a igreja budista. Ele ouviu que Bodhidharma estava vindo na direção da cidade onde ele morava. Então, arranjou um encontro com ele, chamando-o até o seu castelo. Quando encontrou Bodhidharma, disse: “Tenho dado muito dinheiro para os mosteiros, para manter as escrituras, etc. Isso me dá muito mérito?” E Bodhidharma respondeu: “Não dá mérito nenhum.” Ele tinha gastado muito, sabia que Bodhidharma era um dos patriarcas vivos e ficou enfurecido com ele. Então, perguntou: “Você sabe com quem está falando?” E Bodhidharma respondeu: “Sim”. E o imperador continuou: “Então, quem é você para me dizer uma coisa dessas?” E Bodhidharma disse: “Não tenho a menor ideia!”

Isso está escrito, é a história. “Eu não sei quem eu sou”. Tem o mesmo significado de saber que você é Aquilo que não tem forma, que não tem tamanho, que não acontece e independe do que você pensa ou deixa de pensar, do que faz ou deixa de fazer.

Nós, a mente, normalmente visitamos o mundo através do que pensamos dele. A mente vê as coisas sempre com um filtro. Damos nome a tudo: árvores, cores, animais... No entanto, tem algo que não tem nome. Quando vê isso, você não reconhece, porque não faz parte da experiência pretérita da mente, é algo sempre novo, que vive no aqui e agora.

Na realidade, isso é o que você é. É o que Bodhidharma está dizendo: “Eu não sei quem sou”. E, veja bem, não precisamos ir muito longe.  Todas as pessoas que vieram a este encontro chegaram a esta mesma conclusão: “Eu não tenho a menor ideia de quem eu sou!” É exatamente esse não-saber, o que você verdadeiramente é.

quarta-feira, abril 7

Satsang


Se você se dá conta de que não é um pensamento, todas as portas se abrem.
Se você retém a ideia de que você seja um pensamento, você permanece num círculo sem fim e continua vendo a si mesmo como o que é proposto pela sua mente. Mas a proposta da mente é limitada.
Se você se dá conta de QUEM VOCÊ É, você abandona os pensamentos e encontra a si mesmo em totalidade.
Isso não cabe na mente, nem como uma explicação, nem como uma visão.
Satsang é uma lembrança que propõe que você volte para esse "lugar" de onde nunca saiu.
É um momento de silenciamento, é um momento de romper com o conhecido.

Aqui: lugar nenhum


Um monge bateu à porta de um mosteiro. Outro monge abriu a porta e perguntou para aquele que estava chegando: “De onde você vem?” E o monge que chegava, respondeu: “Para onde você vai?” São duas perguntas: “De onde você vem?” e “Para onde você vai?”.  Eles, então, sorriram, fizeram ‘Namastê’ um para o outro e a porta foi aberta.

Qual é o sentido que isso tem para você? Qual é o sentido que isso tem para o senso comum? 

Dentro do contexto histórico de um mosteiro Zen, eu não venho de lugar nenhum e você sabe que eu venho daquele lugar de onde você também vem. Ou seja, ninguém vem, ninguém vai. Porque Aquilo que você verdadeiramente é, não vem de lugar nenhum, nem vai para lugar nenhum. 

Aquilo está sempre no mesmo lugar e, por incrível que pareça, não é um lugar, é a ausência de lugar. É um "não-lugar".