Para você que pensa que o melhor amigo do homem é o cachorro, trago uma noticia: o seu melhor amigo é você mesmo! Não estou me referindo a esse você que você pensa que é, porque esse "você" – na maioria das vezes – só atrapalha e te leva, imaginariamente, para longe de si mesmo. O seu melhor amigo é este – ou isto – que não te abandona nunca, que está sempre presente.
O corpo-mente, isso que você pensa que é você, é tão externo quanto qualquer outro objeto observável. Verifique! Você percebe tanto o seu corpo quanto os pensamentos da mesma maneira que percebe o carro que passa, a almofada na sua frente, o copo, a mesa... O engano, a ilusão é crer que o corpo é você e, ainda pior, que olhar para dentro é olhar para dentro dele.
Veja bem: o que essa cadeira pode dizer sobre você? Agora, pergunto: se esse corpo é observável tanto quanto aquela cadeira, o que ele pode dizer sobre você? Já está na hora do seu interesse mudar dos objetos observáveis – e isso inclui o corpo-mente – para a Observação. Isso detona que a sua ideia a respeito de olhar para dentro está totalmente fora de ordem.
Aceitar isso virá a desorganizar todo o conteúdo da sua mente de uma forma revolucionária, porque o conteúdo da sua mente diz que este corpo é você, que ela – a mente – é você. No entanto, isso não é verdade. Uma breve investigação e nasce internamente uma outra noção a respeito de si mesmo.
Isso que você está acostumado a chamar de "eu" é, na verdade, uma experiência. Esse "eu" parte de um acúmulo de conhecimentos totalmente vindo de reflexos exteriores. Chega um ponto em que os reflexos não mais podem ludibriar você e a possibilidade de uma experiência direta começa a ser desejada.
Aqui, a questão "Quem sou eu?" nasce no seu coração e os reflexos começam a perder a importância, a serem descartados. Essa expressão é alquímica e deve ser absorvida com uma profundidade jamais vista. Nenhum acúmulo de conhecimento, tampouco algum reflexo poderá gerar uma resposta para essa questão. É cientifico! O reflexo da "coisa" não é a "coisa".