Observe: que perfeição você está almejando? Que perfeição é essa que colocaram na sua cabeça que você tem que encontrar? Essa perfeição não existe, ela é o seu único sofrimento. Você está tentando ser uma coisa que você não é. E é matematicamente impossível ser o que você não é. Você só pode ser o que você é, então pare de tentar ser algo que você não é.
Mas aí, diante de tal proposta, a mente reluta ao se deparar com um grande problema – apenas para ela. Pois tudo o que você tem feito, tudo que o identifica como uma pessoa, tudo aquilo que constrói a sua imagem de si mesmo, cai por terra, diante da Visão proposta em Satsang.
Na verdade, até mesmo a imagem do "buscador" há de ser entregue nesse fogo. E já pensou quanto investimento será queimado junto? Quantas tentativas e devaneios de crescimento... Tudo desaparecendo como fumaça.
No entanto, em contrapartida, ao contrário do que a mente pensa, ao contrário dessa noção egóica de que sua vida depende da sua mente, estamos aqui abrindo a possibilidade de que você possa descansar exatamente aqui, exatamente agora – onde você está, do jeito que você está, sem precisar mudar absolutamente nada, sem precisar chegar a lugar nenhum. Isso não é fantástico?
Tudo está perfeito do jeito que você é, nada precisa mudar, você é a imagem e semelhança da Consciência – que, por sua vez, é tudo. Isso para não dizer, a priori, que você é a própria Consciência, aqui e agora, quer você queira, quer não, quer você saiba, quer não.
Muitos já tentaram revelar isso e estou aqui tentando fazer o mesmo. Mas confesso que vejo grandes dificuldades. Teria sido muito bom que você pudesse ter resistido da mesma maneira em acreditar que você é o corpo, a mente, o nome, o tempo... Disseram que você é tudo isso e você simplesmente acreditou. Agora, tento mostrar que você é o Buda e você resiste, reluta contra essa Realidade. Uma luta perdida, cem por cento das vezes.