sexta-feira, março 25

pare de imaginar e... enjoy the ride!















Eu pergunto: quem é que está sentindo e não sentindo, todo o tempo? Ou melhor, quem pensa que sente ou não sente, isso ou aquilo?

PARTICIPANTE – A mente. Mas até que “eu” sinta... até que eu mergulhe na consciência do Ser...

Então, quer dizer que tem “você” e a Consciência? Duas coisas? Veja que isso é improvável. Você está imaginando.

PARTICIPANTE – Até que eu me dissolva na Consciência do Ser.

Quem se dissolveria na Consciência do Ser?

PARTICIPANTE – A ilusão se dissolve, a ilusão desaparece.

Ok, considerando que a ilusão desaparece, o que você precisa fazer para a ilusão desaparecer?

PARTICIPANTE – Ser.

O que é ilusão, por definição?

PARTICIPANTE – São todos os produtos da mente. O que não é. O que não tem existência.

E o que você precisa fazer para que aquilo que não existe, desapareça? Apenas veja que é ilusão. O que você precisa fazer para ver que certas coisas não passam de ilusão?

Confronte essa questão. É isso o que estamos fazendo aqui. Não sei se você se dá conta, mas você pode ficar completamente embebido desse processo que está acontecendo. Estou trazendo você de volta, todo o tempo, para o mesmo lugar. E isso é intencional – eu não posso fazer outra coisa comigo mesmo. Não vejo as coisas de nenhuma outra maneira. Você senta aqui e tenta continuar pensando do seu jeito. E eu me dedico a trazê-lo de volta. Tudo o que você tem que fazer, a princípio, é ouvir atentamente e olhar para onde está sendo apontado. Porque já está pronto. Nada precisa ser feito.

Você vê este elefante na almofada? Tem uma almofada com um elefante na sua frente. Veja esse elefante na almofada!

PARTICIPANTE – Não. Não tem um elefante na almofada.

Agora, dá para imaginar que tem um elefante na almofada?

PARTICIPANTE – Sim. Imaginar, sim!

E o que você precisa fazer para que esse imaginado elefante na almofada desapareça?

PARTICIPANTE – Deixar de imaginar.

Apenas se dê conta de que é imaginado e mais nada. Aliás, mesmo imaginando não tem elefante na almofada! Você não precisa fazer nada. Você acorda e se dá conta!

PARTICIPANTE – Então, Satya, na verdade, nós estamos – ou somos – todos acordados, e fazemos de conta que não estamos!

É isso. A Consciência fazendo de conta que ela não é Consciência. Por isso não é um grande problema. Porque a Consciência não deixa de ser Consciência. De uma certa maneira, quer você desperte ou não, você não deixa de ser quem você é. O único fato é que você fica vivendo como se você não fosse. O que, cá entre nós, é patético. Porque você é!

O que é que estou o convidando a parar de imaginar? Pare de imaginar que você é uma pessoa, uma mulher, no tempo e no espaço. Você é Consciência dessa mulher no tempo e no espaço. E agora que já sabe disso, não faça vista grossa.

PARTICIPANTE – E essa Consciência não é uma ilusão?

A Consciência não é uma ilusão. Somente ela é real. E ela é real porque não acontece no tempo. Essa é a definição de Maya, de ilusão. Maya é tudo aquilo que perece. Real é tudo aquilo que não perece. Tudo aquilo que existe no tempo e no espaço perece, portanto, é uma ilusão. E aquilo que é real não aparece nem no tempo nem no espaço.

Você é aquilo que é real! Se fica preso nas ilusões, você luta com as coisas que parecem ser você, mas que na verdade não são. Volte para casa e assuma ser o real. A partir daí, o que acontece com isso que parece ser você, não depende de você. Em outras palavras, este corpo-mente é parte de um fluxo, é uma cadeia. Você se vê como separado, mas você não é separado. Se você está indo para algum lugar, é porque tem algo o empurrando. Você não vê quem está empurrando, você simplesmente está indo. Você acha que está indo porque quer, mas não está indo porque quer. Você está indo porque não tem para onde ir, a não ser esse lugar para onde já está indo. É um fluxo. Solte o freio, ponha-se em ponto morto. Enjoy the ride!

Nenhum comentário:

Postar um comentário