Do ponto de vista cultural, tristeza não é desejável. Mas do ponto de vista de Satsang, você não mais entra na negação de absolutamente nada. Em Satsang, você simplesmente observa. Ao dizer que tristeza não é desejável, a tendência é que você tente afastá-la. Ao afastar-se você cria um fenômeno que Freud chamou de “inconsciência” - você inconscientiza aquela sensação, até que um dia tudo começa a sair pelos ouvidos, pelo sorriso, pelos seus poros... Observe! Veja as pessoas dentro de um ônibus ou num shopping, tem algo muito mal com elas. É algo muito forte, incontrolável e que está completamente inconsciente.
Em Satsang, você olha para tudo que está acontecendo e não existe julgamento. Vem a tristeza e você observa que a tristeza não é você. E você não pode sê-la pelo simples fato de estar observando-a. Partindo desse ponto de vista, por que aquele que observa a tristeza teria algum investimento em não observar a tristeza? O único impedimento é identificar-se com a ideia de si mesmo como sendo uma pessoa feliz e alegre ou de que alegria e felicidade sejam valores desejáveis e tristeza não.
Em Satsang você olha para tudo aquilo que está acontecendo e se entrega. Isso é o que já chamei de coito ininterrupto com o Mestre. Porque agora você entendeu que confiança, entrega, é absolutamente a única arma que lhe resta. Agora, você sente tristeza e não vai fazer nenhuma sessão de terapia, por exemplo, para remover a tristeza. Afinal, você estaria removendo a tristeza de onde? Em Satsang você vê que a tristeza não é você, tanto quanto a alegria não é você, tanto quanto o tesão não é você, tanto quanto a falta de tesão não é você...
Comece a observar todo o fenômeno acontecendo e veja que existe um profundo “sim” religioso. Agora você não é absolutamente nada a desejar, você é aquilo que está acontecendo no instante. Você é um - não tem dois -, não tem mais aquilo que está acontecendo e a ideia que você tem de que aquilo não deveria estar acontecendo. Se isso ainda está acontecendo na sua mente, é porque você não entendeu Satsang. Você ainda não viu o simples.
Não prorrogue! Não há nada mais importante do que casar com você mesmo. Pegue isso e traga para perto do seu coração. Todos os conceitos que o elegem como sendo você devem ser questionados. Chega um ponto em que “entrega” se resume a fazer tudo que lhe é pedido que seja feito, naturalmente.
Não complique e se observe... a Si mesmo!
ResponderExcluir