Quando você sabe que não sabe quem você é, você sabe quem você é. Aí, não se confunde mais, não está mais identificado com o corpo ou com a mente. O que estou compartilhando é que, se você percebe o seu corpo e a sua mente, você não pode estar dentro deles. A Consciência transcende o corpo – por isso há quem faça “viagem astral”, ou algo do gênero, porque quem somos está em todos os lugares ao mesmo tempo. Na verdade, não tem ninguém viajando, há imagem em ação, simplesmente está sendo visto o que pode ser visto, e para isso alguns organismos mais inclinados do que outros. Mas não tem ninguém viajando, não tem ninguém indo a lugar nenhum. Quero dizer, a viagem acontece em você, não com você.
Se observar dentro da própria experiência, você vê que não tem como estar contido no seu corpo. Se fechar os olhos, o que você observa? Você observa que é maior? Maior de tal forma que não sabe onde termina, nem onde começa? Veja bem: se a Consciência está em todos os lugares, se a Consciência é tudo, onde os corpos estão? Tudo está dentro da Consciência. A Consciência contém tudo. Tudo o que existe é Consciência. Não tem nada fora da Consciência!
Não há peixe dentro d’água que esteja com sede. Você já viu um peixe com sede? Não. Porque a essência do peixe é a água, ele está ali, dentro d’água. Também é apenas uma metáfora quando falo que a Consciência contém o Todo. Não podemos pensar em termos de matéria, é apenas uma linguagem. O que quero que compreenda é que você não está contido no seu corpo, você transcende seu corpo e todos os corpos. Tudo está dentro de você. Não é dentro desse objeto corpo-mente, é dentro d’Aquilo que você verdadeiramente é.
Quando você realiza quem você é, o mundo da periferia se torna uma brincadeira – essa brincadeira a India chama de leela. Estar identificado com o corpo-mente é pura ilusão – a India chama de maya, a ilusão dos corpos separados. A verdade é que todos os corpos estão acontecendo dentro de quem você é, essa é a Essência de todas as coisas, a Consciência. Quando você realiza a sua Essência, cessa de ser quem você pensava e seu limite é perdido. Não há nada. Não tem espaço e não tem tempo. O que há, então? Apenas nuvens no azul...
Parabéns. Excelente abordagem.
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