Os sentidos geram a noção de separação. Você abre os olhos, ouve, lembra... e logo aparece o outro, isso e aquilo. Romper com a ditadura dos sentidos é necessário. É preciso ficar claro que o mundo gerado pelos sentidos não é a derradeira realidade.
Observe o que acontece quando você dorme. O mundo desaparece. Desaparece o mundo, os seus problemas, o outro, você. É uma benção. Todos os dias você tem a oportunidade de "apagar". Se isso não fosse possível, 3 dias seriam suficientes para um colapso do sistema. As poucas horas de sono libertam você da falsa-realidade, da falsa-identidade.
Por isso é difícil acordar. Quando o despertador toca, você adoraria que aquilo não estivesse acontecendo. E é aí que se encaixa a nossa conversa. Satsang propõe que você desperte para o fato de que a realidade ditada pelos sentidos não seja a Sua realidade. Nesse sentido, acordar se torna um deleite. A vida acontece dentro de você, não há o que temer e todos os acontecimentos são vistos com maior distanciamento – sob a totalidade da Observação que você é.
No mundo regido pelos sentidos, as relações com os objetos causam cansaço. Você está sempre lidando com os nomes, as formas, as sensações, a imaginação. E lá se vai toda a sua energia... Agora, se você se mantém atento à Observação, sem dar nomes, sem catalogar tudo o que vê, tudo o que passa pela tela dos sentidos, você permanece vazio. Leve.
Portanto, dê uma chance para aquilo que há antes do construído, antes do criado, antes do conhecido, e veja o que acontece. Veja a vida passar por você ao invés de permanecer aí parado à espera de um milagre. O milagre acontece a todo instante. Abra os olhos e veja! É um milagre estar aqui.
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