sexta-feira, junho 3

o silencio como guia




















Atente para aquilo que é essencialmente você, e pare de pensar a respeito do que quer que seja. Veja se existe alguma marca no Silêncio que você é. Há alguma outra maneira de sofrer por algo que passou, senão pensando? Sem pensar, não tem como doer. E, atenção! Não proponho que negue o que aconteceu, apenas não repense, não reconte, permaneça no agora e o sofrimento começa a desprender-se de você.

Você está apegado aos acontecimentos. Em si, as coisas não têm vitalidade, não são nada. Você é quem dá valor a tudo o que vê. Se não reconta e não se apega, as coisas se desprendem, deixam de existir, e você deixa de estar triste. Mas isso põe a sua identidade em xeque. Assumindo essa realidade, você não precisará mais de ajuda, e não será mais vítima de nada.

A posição de vítima, embora dolorosa, é confortável – faz com que você consiga algumas coisas –, mas não passa de uma mendicância. O meu convite, portanto, é para que você entre em Si e pare de contar histórias, descubra que você não é um mendigo. Isso não é desejável?

Sem dar tanto valor às coisas que aconteceram, você começa a dar valor ao que está acontecendo no momento presente, ao que importa. Dando valor às coisas que aconteceram ontem, você tende a querer repetí-las – quando boas –, ou evitá-las – quando foram ruins. Ao tentar evitar ou na afirmação delas, você as repete. Porém, no momento presente, se não quer nem uma coisa nem a outra, você se surpreende totalmente com o que acontece. O presente é sempre novo.

Você não pensa, descubra quem é que pensa! Separe o joio do trigo e seja seu próprio Mestre, seu Mestre interior. Quem é você? A menos que saiba, a minha pergunta e a sua resposta não serão entendidas. O Ser não pode temer o descontrole, porque o Ser não sofre descontrole de forma nenhuma. Quem teme o descontrole é a parte, o ego. Identificado com o todo, você não teme o descontrole. Na verdade, você ama o descontrole – e, nesse sentido, descontrole significa espontaneidade.

O ego não suporta a espontaneidade, porque ele sempre tem que planejar, precisa estar sempre impecável. Se não for assim, ele está de cabeça para baixo.

Observe o seu dia-a-dia e veja se ele é baseado na espontaneidade ou no planejamento. Comece a entender o que guia o seu dia-a-dia. Onde está assentado o seu centro? O seu centro está no ego ou no Ser, no Silêncio que você é?


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