quinta-feira, maio 31
céu e silencio
quarta-feira, maio 30
silêncio no ruído
A proposta de afastar-se do ruído já foi apresentada inúmeras vezes e faliu. Então, agora, descubra o Silêncio no centro do ruído – até porque não tem para onde ir. Isso exigirá um pouco de disponibilidade e inteligência da sua parte. Veja se há em você o interesse em examinar certos conceitos que são guardados como imperativas e vamos em frente.
Caiu em minhas mãos uma breve citação de Osho, muito interessante, que diz o seguinte: “Meditação acontece quando não existe um mediador entre você e a realidade”. E ele carimba afirmando que “o mediador entre você e a realidade é a mente”.
Então, para ouvir e ressoar na mesma frequência do Silêncio esteja em harmonia com o silêncio. O problema é que foram criados vários métodos para que as pessoas fiquem em silêncio e os métodos são tão delicados, tão prazerosos, que a maioria se vicia nos métodos e esquece o propósito principal.
Estamos aqui para relembrar o propósito. E o único “método” – se é que posso chamar assim – que irei propor é que “você” se ausente. Proponho que oblitere a sua minúscula e fantasmagórica existência e observe o que é que fica. Isso que fica é você.
terça-feira, maio 29
segunda-feira, maio 28
"ninguém" observa "nada". quem é você?
Não-fazer, portanto, é não observar os objetos. Você olha para o mundo através de uma aparente dificuldade, porque relaciona o mundo aos objetos, sem verificar que isso não passa de uma criação mental herdada e mal compreendida, não investigada.
Nosso trabalho é essa investigação. Quem disse que o mundo está repleto de objetos e que isso torna impossível não observá-los? Essa aparente dificuldade pode ser facilmente removida. Você pensa que são os seus olhos que vêem o mundo cheio de objetos, mas este é um engano fundamental. Os seus olhos vêem. Ponto final. A mente é a responsável pela criação e manutenção deste "indivíduo" que você chama de "eu" e que nomeia tudo o que vê, ininterruptamente. Em eterna co-dependência.
Não se engane, separe o joio do trigo. O que você vê não é o que você pensa que está vendo. Pondere isso e perceba que existem duas possibilidades: observar os objetos ou observar aquilo que observa. Desmanche-se nisso.
Olhar para dentro é observar aquilo que observa – isso é meditação – e agora é o melhor momento para começar. E o fim.
sábado, maio 26
quinta-feira, maio 24
aquilo que vê
quarta-feira, maio 23
na resposta desaparece a pergunta
sexta-feira, maio 18
pé-no-saco-zen
quinta-feira, maio 17
o fim do andarilho paranóide
quarta-feira, maio 16
Entrevista: natureza do ser - jornal O Tempo - BH
Só então, prosseguimos com a conversa. Satyaprem inicia sua fala dizendo que começou sua busca espiritual aos 23 anos, quando estudava jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Na ocasião, ele foi "fisgado" filosoficamente pelo pensamento de Carlos Castaneda e do líder espiritual Osho e foi viver em Oregon, nos Estados Unidos, na década de 1980, em uma comunidade conhecida como Rajeeshpuram - uma espécie de "oásis no deserto", para onde se dirigiam todos aqueles que queriam experimentar uma vida livre, desapegada das amarras de uma sociedade escravizada pela ganância financeira.
Lá, Satyaprem, que não considera importante revelar o seu nome de batismo, se tornou um "sannyasin", que significa, basicamente, ser um "renunciante".
Praticou durante anos a meditação ativa e conheceu uma vida de libertação dos sentidos. Aos 53 anos - ele acabou dizendo a própria idade, afinal -, esse gaúcho de Bagé que viveu por muitos anos nos Estados Unidos, na Índia, na Holanda, na Alemanha, na Noruega e na Suécia, trabalhou em comunidades como terapeuta e já publicou seis livros, entre eles "Fragmentos de Transparência", "Quem É você?", "Você É o Buda" e "Além do Colapso das Possibilidades".
Satsang. Satyaprem chega a Belo Horizonte nesa semana para coordenar "satsangs", palavra em sânscrito que significa "encontro com a verdade". "A ideia é provocar o jeito de pensar robotizado das pessoas, convidando-as para um olhar aberto para o que realmente importa na vida: quem é você?", avisa.
Ou seja, não busque respostas clássicas ou definitivas com Satyaprem. O que ele propõe é radical: "O ser humano não tem meta. Não estamos aqui para fazer nada, não temos a menor função".
Pergunto se ele tem uma rotina "normal" ou se medita a maior parte do tempo. "Não há rotina. Todo dia é um dia novo. Não trabalho como 'um ser normal'. Toda a minha energia vital está direcionada à meditação, para que possa ser inteligível. Minha sugestão é que as pessoas deixem de ser 'normais', busquem sua originalidade e a expressem com total confiança e alegria. Assim, verão que trabalho é uma coisa que se faz sem amor, sem gosto. Já aquilo que você faz com amor nunca pode ser chamado de trabalho. É pura brincadeira".
Interpretações. Para Satyaprem, o mundo está perfeito do jeito que é. "Mas não pense que você saiba o que é o mundo. O mundo pensado e publicado pela forja da mídia precisa ser mudado. Desliguem a mídia mundial, e os passarinhos, as flores, as nuvens e o céu azul cantarão sua silenciosa canção, disponível àqueles que não se pensam", explica.
Para ele, a sensação que persegue a humanidade, que se sente massacrada em relação à sua sobrevivência, pode ser mudada. "Pergunte-se diante de tudo que te massacra: quem me força a essa situação? Se você está sendo forçado por alguém, está na hora de se afastar. Se suas crenças o forçam, está na hora de questioná-las. Você tem o direito de viver uma vida leve e feliz", diz..
Satyaprem ensina que todas as sensações ocorrem dentro de cada indivíduo. "Você não tem nome, não tem forma, não tem tamanho. Não há sensação que possa descrever você. Não importa o que faça você está observando. Não importa a imagem, o pensamento, a emoção que venha, pois quem é que sabe disso tudo? Esse é quem você é. O foco é nisso que você é, e não nos objetos de observação. Objetos vêm e vão".
Para o místico, "não importa o que faça, a pessoa está sempre ciente de alguma coisa". "A consciência permanece como cortina de fundo para o que quer que seja que aconteça na periferia. Isso é imutável e não depende de fazer coisa alguma. Essa consciência é independente e não pode ser experimentada porque ela é a própria pessoa", ensina.
terça-feira, maio 15
isso não cabe em pensamento
O que quer que seja que seja manifestado, que esteja manifesto, não é o Ser. É por isso que estou aqui elaborando questões que você não tem como responder, se permanece bitolado aos conceitos da sua mente.
Há um ponto de clareza que deve ser alcançado. Se o que você quer é ver a si mesmo, de verdade, a visão necessária é: você não é o seu corpo, porque você pode observá-lo. Você, portanto, é aquele que observa. Você não é o seu nome, porque o seu nome é o nome dado a este corpo. Este é o segredo da observação, na prática. Dê-se conta que o que quer que seja que aconteça com este corpo que é chamado "disso" ou "daquilo", não tem nada a ver com quem você verdadeiramente é.
Um outro detalhe que deve ser carinhosamente inserido em seu campo de percepção é que a observação não passa pela mente. A sua mente está em constante movimento, "pensamental" ou sentimental, e a observação não sincroniza com nada disso. Por isso você se confunde, porque, diante da proposta da "Meditação", nasce em sua mente o desejo em permanecer observando.
Mas observação não passa pela mente. A mente pensa, ora uma coisa, ora outra. Você é aquilo que observa todos os pensamentos. E as vezes você pensa que está observando, mas isso não é observar. Isso é pensar. Observação não cabe num pensamento.
Você pode, por muitos anos, pensar que está observando – até que um dia se dá conta de que a "observação" proposta pela mente não é a Observação da Consciência que você é. Este é o nosso único objetivo: reconhecer aquilo que observa e desidentificar-se do observado.
segunda-feira, maio 14
suprema liberdade
Para a Verdade, um passo é fundamental. Você precisa se dar conta de que o mundo que você acredita como real, não passa de uma construção nervosa. E você, quem você realmente é, já existia anteriormente a essa construção. Aqui nasce um novo conceito que provoca uma abertura à verdadeira percepção a respeito do mundo e, claro, a respeito de si mesmo – falemos de "Meditação".
Meditação é aquele momento em que você para de colocar atenção naquilo que seu cérebro registra, e permanece reto com o Silêncio. Alguns métodos surgiram como aliados para isso. Sim, porque sugerir que você simplesmente acomode-se confortavelmente e olhe para dentro, na grande maioria das vezes, não é suficiente. Você precisa "ocupar-se com algo".
Então, te é dito para sentar com a perna esquerda embaixo da direita e respirar de maneira adequada, por exemplo. Mas é aqui que você precisa tomar cuidado. Muita atenção, pois é fácil se prender aos métodos. Agora, a sua preocupação estará mais voltada à dor nas suas pernas, provocada pela posição com a qual você não está acostumado; ou ao "barato" provocado pela respiração intensa... E assim você perde o objetivo principal, prorrogando o encontro.
No entanto, métodos foram criados porque você precisa de um certo tempo para aclimatar-se com a ideia de que nada do que seja feito ou sentido pode levá-lo à realização de quem você é. Pondere: o que você acha de ser "nada", de não haver um "você"? Essa é a Verdade: rápido e claro como um raio, num mínimo estalo, está a visão daquilo que você está buscando.
Mas enquanto se acomoda essa "nova realidade", enquanto o seu sistema neurológico se prepara para esta visão, nos encontramos neste formato ora investigativo, ora comungativo, a fim de cristalizar uma única verdade: você não é quem você pensa que é e essa é a suprema liberdade.
sexta-feira, maio 11
dentro, um.
passa diretamente pelo encontro consigo mesmo.
Esse é o caminho do esquecimento.
Coragem é fundamental -
a maioria não topa e fica no meio do caminho.
Mas eu tenho uma humilde esperança de que pelo menos um de vocês chegue ao fim.
Se um chegar, estou feliz. Se meio chegar, já darei pulos de alegria...
Para começar, você nota que todos vivem com a vida pautada nas imagens?
Sem inquirição alguma, o mundo vive uma realidade pensada, imaginada.
Acordar, portanto, é um "evento" que rompe completamente com tudo.
Você não mais telefona para o lado de fora,
porque todos os espelhos foram quebrados.
O interesse na imagem se resume a zero.
Satsang é a redescoberta de que aquilo que você pensa não tem o menor valor,
até porque não é você quem pensa.
E essa é uma das investigações fundamentais no projeto de encontrar a si mesmo.
Caso se dê conta de que não é você que está pensando, estamos a meio caminho andado.
Nenhum desses pensamentos que você tem, dia após dia, são seus.
E o meu único desejo é que você se dê conta disso e note, com grande alívio,
a Verdade a respeito de quem é você.
Há um "espaço interno" ignorado e estamos aqui para relembrá-lo:
vá para dentro!
Você consegue comprender essas simples palavras?
Ir para dentro tornou-se muito difícil, porque você só aprendeu como ir para fora.
Segue batendo na porta dos outros. E sempre que é dito para você voltar para casa,
não sabe onde ir, porque só conhece a casa dos outros.
Você não conhece seu próprio lar.
E, a grande brincadeira é que você está carregando este lar dentro de si.
Estamos aqui, justamente, para aprender de novo onde o "dentro" fica.
Soren Kierkegaard disse: "Religião significa ir para dentro. Ir para sua própria interioridade".
Mas o simples comando "vá para dentro" tornou-se extremamente difícil de entender,
porque tudo o que conhecemos está fora.
A mente conhece apenas como ir para fora e nela não há marcha ré.
Estamos aqui, portanto, provocando uma marcha ré, que, na verdade,
já está embutida em você. Você apenas esqueceu como usá-la.
Uma maneira bem simples de notar o que ir para dentro significa,
é seguir o seguinte parâmetro: pensar é ir para fora e não-pensar é ir para dentro.
Quanto tempo você precisa para ir para dentro, depois de ouvir isso?
Pense e você já começou a se mover para fora.
Sem pensamento, você não pode ir para fora. Sem desejo você não pode ir para fora.
Você precisa do combustível do desejo e do veículo do pensamento para ir para fora.
Sentando-se silenciosamente, nada fazendo, nem mesmo pensando, nem mesmo desejando e onde você se encontra?
De repente, você está dentro.
O nosso único propósito aqui, é encontrarmo-nos com Isso que está dentro.
Ir para dentro não é ir para algum outro lugar, é simplesmente parar de ir para fora.
A menos que você compreenda isso, ficaremos do lado de fora, lidando com conceitos.
E nos conceitos não nos encontramos - cada um tem os seus.
Apenas no momento em que estamos "dentro", não existem conceitos.
Tampouco dualidade. Dentro, somos um.
quarta-feira, maio 9
o azul que inclui tudo
terça-feira, maio 8
além dos sentidos
A proposta de Satsang é levar-nos além do conhecido. Primeiro eu gostaria de questionar, basicamente, a sua identidade enquanto ser humano. Pergunto: você é um ser humano? É comum que a primeira resposta que surja seja: "Sim, sou um ser humano". E se você tiver alguma dúvida quanto a isso, socialmente, este é um sinal de que você precisa ir ao analista, não é mesmo?
Porém, é aí que começa um grande enredo, bem mais complicado para mim, que estou sentado aqui, do que para você que está sentado aí. O grande enredo começa porque eu vou ter de revelar para você que tudo que você pensa que é, você não é.
Veja bem: tudo que você pensa que você é decorre de uma experiência que já passou. Portando, você está sempre acessando um gravador, o qual chamamos de mente, para remeter-se a este "eu pensado", dadas experiências passadas. Mas quando eu sento aqui e o convido a estar em Satsang, a proposta é deixar de lado tudo o que passou e entrar em contato com aquilo que está presente, exatamente aqui e agora.
O que isso significa? A priori, considere que qualquer ideia que você possa acessar a respeito do "aqui e agora", não é o "aqui e agora", necessariamente. Assim como todas as idéias, a ideia a respeito do aqui e agora não passa de mais uma ideia na sua mente. Diga-se de passagem, ideias provenientes do passado não nos servem, porque vem a ser, nada mais, nada menos, do que uma tradução, uma interpretação daquilo que Satsang, de fato, seja.
Não se contente com ideias e pouco menos com interpretações a respeito de quem você é. A resposta para todas as suas perguntas, para tudo aquilo que você tem buscado está dentro e "dentro" significa nenhum lugar que possa ser acessado pelos seus sentidos. Entre!