A mente está em constante engano. Na verdade, se trata de um auto-engano. Mas, a quem ela está enganando? Apenas mente para si mesma.
Buda propôs, sem nenhum esclarecimento intelectual, que observássemos a respiração e, lentamente, alguns começaram a se dar conta que, se observamos o objeto-corpo sentindo, pensando, fazendo isso ou aquilo parece apropriado conceber que não somos o objeto e, sim, aquilo que observa.
Decorre da observação, uma alegria inerente, uma alegria indistinta, que não tem fundo. Ela não está relacionada com algo em particular, externo a você. Ela não depende de você ter conseguido o que queria ou do fato de ter perdido qualquer coisa. Ela independe dos acontecimentos externos e está diretamente ligada à realização de quem você é. Essa alegria surge quando você está "sentindo" a textura da observação.
O que eu gostaria de compartilhar é exatamente a possibilidade de viver o observador, que é a sua verdadeira natureza e de onde nasce a alegria inerente. Essa alegria não tem a ver com nenhuma razão externa e não é o fim de nada. É agora, neste instante, que o andarilho volta para casa e Kabir nos diz: “Fique onde você está e todas as coisas virão a você na hora certa”.