terça-feira, novembro 23
pensar não é ser
Se você se apega aos sentidos, existe separação.
Se olha com a alma, não tem separação.
Separação é uma noção nascida da ignorância da realidade.
Karma é apenas uma limitação na forma, nada pode ser feito a respeito.
Não se trata de um castigo divino;
a noção de castigo decorre de uma leitura supersticiosa do assunto.
Karma é a limitação da forma no mundo - a limitação e a expressão -,
Gal Costa tem o karma de cantar, por exemplo.
E você diria que é um bom karma, mas não é mau nem bom.
Nesse campo, junto com uma coisa vêm outras.
Viver o seu karma é aceitar as coisas como são.
Você não pode ser o que você não é, você só pode ser o que você é.
Encontre o seu parto, você tem que nascer para a sua verdade,
e a sua verdade é simples: Quem é você?
Tem tamanho? Forma? Nome? Nasceu em algum lugar?
Isso tem que ser olhado com olhos nus, coração aberto, sagrando em vunerabilidade,
sem nenhuma pré-concepção. Nenhuma delas nos servem. Jogue todas as concepções de lado,
olhe de frente e veja! Você está fadado a ver aquilo que todos os budas viram:
não existe ninguém chamado "eu" em lugar nenhum.
Somente quando você se pensa, existe um "eu".
Mas pensar não é saber. Pensar não é ser. Pensar é, simplesmente, pensar.
O que existe na mente, não existe em lugar nenhum a não ser na mente.
A árvore existe somente na sua mente.
Aquilo que vemos não é uma árvore.
O mundo que você vive está sendo construído e desconstruído o tempo todo
pelas suas ideias a respeito de tudo.
Eu proponho: desconstrua a sua ideia de mundo e veja o paraíso em que se encontra.
Ao se deparar com um limite, uma limitação na forma,
no mundo de Samsara, veja que ele é vazio de substância e o abandone intencionalmente.
Abandone as ideias!
Você se "de-limita" e não vê que o que tem que acontecer está acontecendo,
inclusive, à revelia dos seus interesses pessoais. Pois não há quem escolha.
Tudo é fruto da Consciência.
O karma do corpo é sofrer disso ou daquilo, mas a mente procura saída para a morte.
No entanto, ao mesmo tempo em que construímos enormes hospitais,
com a última tecnologia, na tentativa de curar o coração dos homens,
mais doenças do coração aparecem. É um paradoxo.
Essa é a brincadeira divina.
Quando sabemos de uma coisa, ignoramos outra equivalente,
de modo a eliminar uma ou outra.
É tudo uma grande brincadeira. Mas você se leva a sério e quer brincar de Deus.
Mas o jogo é dele... Quem é você?
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