quarta-feira, novembro 24

zazen ou já zen?




















Há muito tempo atrás, quando ainda não tinham inventado o telefone, um homem sem nenhum entendimento em direção à sua própria realização foi até um mestre e perguntou: “O que posso fazer para entender o Zen?” O mestre recomendou que ele sentasse em Zazen. Porém, o homem continuou: ”Não seria bom que eu estudasse os sutras dos magníficos iluminados que houveram? Não devo mergulhar em práticas devocionais a serviço dos outros?” Enfim, gerou uma série de propostas. Mas o mestre só reafirmou: “Se quer entender o Zen, sente em Zazen”. De nenhuma maneira aquele homem ficou feliz, e retrucou: “Como pode você - um assim chamado mestre -, pretensiosamente desmerecer a verdade que os sutras e as boas-ações carregam e me propor apenas sentar sem fazer nada, como a maior possibilidade de entendimento do Zen?” O mestre, pontualmente finalizou: “Como você pode chamar Zazen de sentar-sem-fazer-nada?”

Eu pergunto: o que a mente pode fazer para que você compreenda a si mesmo?
Como a mente pode ajudar na sua realização? Essa questão é a mais antiga e continua de uma modernidade intransponível. Por isso eu reforço: O que pode a mente fazer para a realização do Ser?

Não sei se a simples pergunta já permite ecoar aos seus ouvidos a resposta, que, diga-se de passagem, é de uma simplicidade estonteante. Veja! O que a mente pode fazer para o seu esclarecimento? Nada! A mente não tem acesso nenhum a isso. Portanto, permita o seu descanso.

Eu não me canso, nem me frustro em apontar para a seguinte localidade: o que quer que seja que a mente imagine, é absolutamente inalcançável. Por isso, a melhor prática em direção ao seu acordamento, que é o chamado direto de Satsang, é o silenciamento.

Pare! A mente não pode levá-lo onde você quer ir. Silencie!
Mas não como um método ou uma prática. Porque o Silêncio não está no amanhã.
Simplesmente veja que, se você põe de lado, por menos de um minuto que seja, todas as suas idéias, conclusões e pensamentos a respeito de si e do mundo, o que é que fica? Ou ainda, o que está lhe faltando para ser o que você já é?

Despertar é ver que você não decorre de um acúmulo de experiências. Recorra à visão de que nada precisa acontecer, porque não falta absolutamente nada para você ser você.

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