sexta-feira, novembro 26

des-ilusão: portal para satsang



















Estar em Satsang é estar no vazio da ausência das crenças.
É estar no ponto onde não há necessidade de crer no que quer que seja,
pela mera investigaçao de cada crença, dando-se conta de que toda crença é condicionada.
Toda crença tem uma condição pela qual ela exista, tem uma função.
Surge para manter um estado de realidade das coisas, que não é o seu estado natural.
Se você entender a diferença entre natural e artificial, vai entender que o estado natural das coisas
é absolutamente anterior a sua existência, é anterior a qualquer condição que seja posta.

Investigando os conceitos na sua mente, é possível que entre em contato com um oceano tão vasto
de crenças não investigadas, que lhe façam pensar: “Como parar de acreditar nas coisas que eu acredito?”
Para talvez tornar mais palpável o que estou dizendo... hoje mesmo, abri uma revista
e numa das matérias alguém estava falando do “Encontro das mulheres desiludidas”.
Mas ninguém se deu conta de que as mulheres e os homens, em geral, estão iludidos.
Quando você perde algo ou alguém, você entra num grande processo de desilusão.
Na nossa cultura olhamos para isso e dizemos: “A coitada, está desiludida com o marido. A coitada, está desiludida com os relacionamentos”.
Ora! Vejamos de uma forma positiva: “des-iludir-se” é entrar em contato com a realidade.
Mas dentro da lógica à qual todos estão condicionados, entrar em contato com a realidade é algo absolutamente não-desejável.

Cada desilusão na sua vida é um portal para o Satsang acontecer.
Revela que você estava projetando algo em alguém ou num dado fenômeno, numa determinada condição...
e o que esperava não veio a acontecer. A tendência da mente é trocar de pessoa, de objeto, mas continuar com a ilusão.
Veja como você faz... Troca de carro, troca de namorado, troca de terapeuta, troca de emprego...  está sempre projetando a sua realização nas mãos de algo ou alguém.

Se você olhar para Satsang, de verdade, vai ver que a sua realização não está nas mãos de ninguém,
que, inclusive, não pode ser projetada no futuro.
Você só pode ser quem você é, aqui e agora.
E uma vez que isso seja realizado há a tendência de que você sofra uma série de “des-ilusões”.

Se você olhar do ponto de vista cultural condicionado, ao conversar com sua mãe sobre a não existência do Papai Noel,
ela, certamente, sentirá muita pena de você. Mas se compartilha com alguém que já realizou o mesmo, ele dirá:
"Que bom! Finalmente você está acordando para aquilo que é”.

2 comentários:

  1. Na vida prática sempre é necessário o concurso da inteligência para que a ação se produza. Aí começa a produção das crenças. Orientado pelo modo de ser da inteligência o homem atribui o estatuto de "verdade" a tudo o que estabelece como crença, por não se dar conta que esta tem apenas um aspecto funcional, que se encerra após o uso pela ação. Desconectar-se desse modo de ser que nos é necessário para viver é complicado, mas necessário.

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  2. Este ano perdi tudo o que "tinha". Sofri, sofri muito. Mas de repente parei de olhar pro leite derramado e comecei a focar no copo vazio. No espaço enorme que surgiu na minha vida. Com isso, parei de achar que perdi, se é que perdi, perdi um peso enorme de coisas e ideias que carregava nas costas. E ganhei a liberdade do aqui agora, a liberdade de simplesmente ser. Em uma palavra: perfeito!

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