Outro dia me deparei com algo que dizia que o Deus cristão nos deu a escolha de sermos felizes ou tristes. Confesso que me pus a pensar a respeito de por quanto tempo temos convivido com isso... Simplesmente aceitamos essa crença como um fato, sem a menor investigação. Mas se trata de nada mais nada menos que um dogma, porque nunca foi objetivamente investigado.
O nosso interesse não está em reforçar algum dogma ou o que quer que seja. O nosso interesse é desorganizar o que está posto como verdade e ver o fato. Quando olharmos dessa maneira para a nossa própria existência, será possível notar que o corpo e a mente têm limitações intrínsecas, com irremediável impossibilidade de transcendência. Somente é possível dar-se conta das limitações, e apenas nesse movimento estará a possível transcendência.
Quando você desperta para o fato de que tanto a mente quanto o corpo são observados e que, portanto, você não é nem o corpo nem a mente, existem consequências liberadoras desse entendimento. Se o corpo não é você, e é o corpo que morre, fica óbvio que não é você quem morre. Se o corpo sofre e você não é o corpo, fica óbvio que não é você que sofre. Se o corpo está com fome e você não é o corpo, quem é que está com fome? Experimente conviver com esse entendimento.
Nesse momento é possível ver que, num nível mais sutil, o pronome “eu” foi removido. Essa sabedoria nasce em você para transformar a rotina dos acontecimentos numa nova maravilha.
Fome é algo que aparece na Consciência que você é. Quando aparece fome na Consciência, uma vez apertado o botão da fome, este computador corpo-mente, este objeto programado, sabe muito bem o que fazer. Um mero distanciamento e pode ser visto que fome está acontecendo. Assim como todas as coisas, a fome acontece e você é a observação dos acontecimentos.
Aqui destaco uma tênue e abismal diferença entre o iluminado antigo e o atual. Antigamente foi dito por alguns iluminados que eles não sentiam fome, medo, tesão, ciúmes, inveja... isso ou aquilo. Dessa forma foi criado um modelo. Quando olhávamos para a nossa realidade cheia desses sentimentos, não era tão simples fugir dos comparativos e, assim, iluminação jamais seria possível. No entanto, agora, é possível notar simplesmente que você não é aquele que sente tudo isso. Tudo apenas aparece e você é aquele que observa o aparecer e o desapareder das coisas.
Não existem mais modelos. Se ainda há um modelo na sua mente do que um acordado seja, você tentará impor sobre si mesmo. Apenas saiba que é o corpo que está sentindo isso ou aquilo e que é a mente que pensa isso ou aquilo. Apenas saiba que você é aquele que observa, e tudo estará na mais perfeita ordem.
Diante de tal esclarecimento, não mais existe briga ou impertinência, não mais existe não-aceitação em relação ao que está acontecendo. Agora você se tornou um amante daquilo que acontece. Você ama a tudo o que acontece, incondicionalmente. Em aceitação, você nota que nada precisa ser modificado, porque as limitações são do limitado e você é o sem limites.
Bumm.... Satyaprem com este texto jogou uma bomba no nosso "EU".
ResponderExcluirQuer mais claridade...impossível.
E ele esteve com Osho, portanto, quando ele diz, ele sabe o que está falando.
Amei a "audácia", muito BOM!
ResponderExcluir"Em aceitação, você nota que nada precisa ser modificado, porque as limitações são do limitado e você é o sem limites."
ResponderExcluirEste último parágrafo diz "tudo" sobre o Ser. A proposta está feita, quem tem medo de mergulhar?
Prezado Satyaprem quando vc virá ao Rio de Janeiro?
ResponderExcluirOlá, Andressa! Aqui é Mumuksha, produtora do Satya.Respondo em seu nome nesse instante, para pedir que você envie seu endereço de email para mumuksha@satyaprem.com E te passo mais informaçoes sobre a próxima ida do Satya ao Rio. Bem vinda!!
ResponderExcluirSatyaprem, estaria eu incorreto em afirmar que Deus não nos dá nada? O que há a se dar aquilo que é? Eu não me dou, nem deus dá.
ResponderExcluirA existência do conceito: deus da escolhas, vem da credibilidade que nos damos opções. Aquilo que também somos não nos dá, por que somos aquilo. As escolhas fomos nós que criamos e ambas são ilusões criadas por uma imagem mental do eu físico.
Se somos presentes, não há algo a ser dado. Não há algo a ser nosso que já não seja. Não há quem dê, pois somos o que dá e recebe.
Há somente o que deve ser observado, tanto a criação das escolhas, como a felicidade quanto a infelicidade, quanto a compreensão e a ignorância.
Namastê.