sexta-feira, abril 8

quem seria você sem a sua trombeta?






















Ser e Consciência são um caso silencioso.
Não estamos falando a respeito de chegar a algum lugar. Não estamos falando a respeito de se tornar alguém. A Verdade já está aqui! Mas para vê-la, você tem que desaparecer.

Todas as propostas que a mente faz são baseadas no medo. Enquanto que você, quem você realmente é, não tem nada a temer. No entanto, eu tenho que concordar com a sua mente. Ela deve temer, porque nisso que Satsang revela, não há mente.

Quando falo que nisso não há mente, sei que é muito possível que você não tenha uma forma de compreender. Porque se não há mente, não há nada. Mas note que esse nada, não é a negação de algo. É o que faz tudo vibrar – os seus movimentos, as suas palavras, a sua respiração, a sua visão, a sua audição, os seus sentimentos... tudo é expressão disso.
Onde quer que a sua mente fique envolvida, é o passado. Estar em Satsang é assumir um caso com o Silêncio. É o fim de todas as histórias. Inclusive se você conta uma história à respeito do Silêncio, saiba que isso também é mais uma história na sua mente.

A vida acontece nisso, mas não é isso! O que é isto? Isso é o que eu tenho certeza que a sua mente se engana em descrever ou tentar compreender. Por isso não estou pedindo que descreva nem compreenda nada. Estou apenas o convidando a ficar quieto. Simplesmente observe. E não esqueça que isso não pode ser feito por você. Isso é você!

A mente diz “Agora estou observando” ou “Agora não estou observando”. E tudo isso acontece na observação que você é – impessoal e absolutamente sem propriedade.

Está aqui. Mas para perceber, é como se você quisesse escutar a canção dos passarinhos – você tem que parar de tocar o seu trombeta. Você está tocando o seu trompete muito alto e se queixa de não poder ouvir a sua própria respiração ou as batidas do seu coração. Pare de tocar a sua trombeta. Quem seria você sem a sua trombeta?

Você pensa que tudo o que tem é a sua trombeta e permanece 24 horas por dia “trombetando”. Simplesmente descanse um pouquinho e você vai ver algo que a sua mente adoraria alcançar, pegar. Mas não há nada para ser alcançado. O nosso encontro é a respeito de não pegar nada.

E aqui, eu gostaria que compreendesse bem: quando digo que não se trata de pegar nada, eu não estou dizendo para você ficar aí parado, do jeito que você está, enrolado nos seus conceitos. Você tem que esquecer quem você é. Apenas isso! E reforço isso porque algumas pessoas entendem que devem ficar do jeito que estão, pensando-se ser um objeto no tempo e no espaço. Mas não é nada disso. Existe uma sutileza no entendimento e você tem que ir lá, mais cedo ou mais tarde.

Você não está ok do jeito que está, porque isso não é você. O que você é, sim, está ok do jeito que está. E, ainda, o objeto faz parte, está ok inclusive que ele seja do jeito que ele é, com todas as suas imperfeições. Nesse sentido, o objeto está ok, mas a identificação com o objeto é que não é ok.

Se tem algo que você possa fazer, é não pensar-se. Não pense. Não tome a si mesmo tão seriamente. Não acredite que o objeto seja você e estaremos conversados.

2 comentários:

  1. "Preciso despir-me do que aprendi. Desencaixotar minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu! Uma aprendizagem de desaprendisagem...
    Alberto Caeiro"

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