O que te traz aqui?
- Participante - Uma busca.
O que você está buscando?
- Participante - Acho que estou buscando conhecer a mim mesma.
O que você entende por conhecer a si mesma?
- Participante - Tentar entender as minhas ações, a forma como eu reajo, como eu ajo.
Ou seja, Psicologia.
- Participante - Talvez intuição.
E se você não for uma coisa que age e reage?
- Participante - Mas eu sou alguém que sente.
Então você sabe quem você é.
- Participante - Talvez ainda não.
Então talvez você não seja alguém que sente.
- Participante - Pode ser.
Veja bem, se você “já sabe”, não tem como você saber. Ao pensar que já sabe, auto-conhecimento se resume a isso: a velha história de analisar o conteúdo da mente. Ou, mais modernamente, “observar-se”.
Porém, esse “se” ainda não está bem localizado, a mente se dedica a analisá-lo, catalogá-lo, compreendê-lo, experiencia-lo. Mas o que Satsang propõe está completamente fora desse discurso, e ainda não foi bem compreendido. Quando se diz “Conhece-te a ti mesmo”, é radical. Na verdade, é o Conhecimento final.
Sempre que você observa alguma coisa, você não é aquilo que você está observando. No entanto, a mente está totalmente ludibriada a respeito desse auto-conhecimento. O que acontece em geral é que as pessoas estão conhecendo “alguma coisa”. E quando está praticando o auto-conhecimento dessa maneira, você está na dualidade. Está olhando para algo que você pensa ser você ao mesmo tempo em que você também pensa ser aquele que está olhando para o que está sendo observado, ou seja, você é “dois”. Mas nenhuma das duas coisas é você.
Enquanto não houver um esclarecimento a respeito do “si mesmo”, não há nenhum conhecimento que finalize essa questão. Qualquer conhecimento – partindo do ponto errado – não é final, vem sempre acompanhado de mais e mais e mais...
Satsang, no entanto, promove o conhecimento final, o fim do dois. No ambiente de Satsang você não é nem o buscado nem o buscador, você é aquilo que está por trás de todas as coisas. Localizar “isso” é a única maneira de “conhecer a si mesmo”.
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