Pra começar, uma história Taoísta...
Três amigos discutiam a vida, quando um deles disse: “Podem os homens viverem juntos e não saberem nada a respeito disso? Trabalharem juntos e produzirem nada? Podem eles voar no espaço e esquecer que existem num mundo sem fim? Ou seja, podem eles viver a partir de um lugar sem nenhuma explicação, sem ter nenhum código por trás, abertos?”
Os amigos se olharam e começaram a rir, eles não tinham a menor explicação. No entanto eles eram mais amigos que nunca.
Passado algum tempo, um dos amigos morreu. Confúcio mandou um de seus discípulos ajudar os outros dois amigos a cantar os seus obséquios, os seus agradecimentos ao amigo que morreu.
Ao chegar lá, o discípulo encontrou os amigos cantando a seguinte canção:
“Ei Sung Hu, onde você foi?
Ei Sung Hu onde você foi?
Você foi onde realmente nós estamos e nós estamos aqui.
Puta merda, nós estamos aqui!”
O discípulo de Confúcio, ao ouvir aquilo, exclamou: “Posso eu inquirir onde você encontrou a rubrica desses obséquios? Essa carolice frívola na presença do falecido?”
Os dois amigos se olharam e riram, concluindo: ”Pobre coitado! Ele não sabe nada da nova liturgia”.
Detalhe: Confúcio é um expoente do oriente chinês. E me parece que ele seja o “pai da confusão”. Enquanto Osho dizia que Aristóteles era o pai da imbecilidade ocidental, ouso dizer que Confúcio seja o pai da imbecilidade oriental.
Agora, relevando a história contada, pergunto: estamos aqui para reencenar a lógica confuciana ou estamos aqui para inventar uma nova liturgia? Trago o convite à nova liturgia – se trata de um convite sem grandes encenações, sem grandes complicações.
A mente quer uma explicação para tudo: “Quem os autorizou a cantar aquilo?” Para o discípulo confuciano aquela canção não tinha o menor respeito, nenhuma ligação com o que ele considerava sagrado. No entanto, Osho diz: “Tudo é feito de acordo com os livros, de acordo com a bíblia, de acordo com os vedas. Mas a vida não pode acontecer de acordo com os livros. A vida transcende qualquer livro, está além. A vida sempre joga os livros de lado e se move para frente”.
“Onde vocês encontraram essa carolice frívola na presença do falecido?” – para o discípulo, os amigos deveriam ser mais respeitosos, aquilo era profano! Os dois amigos se olharam e riram: “Pobre camarada, ele não conhece a nova liturgia, a nova religião”. Isso é o que está acontecendo aqui todos os dias: uma nova liturgia. É a graça.
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