Se você casa consigo mesmo, uma coisa é certa: você nunca vai experimentar a separação. Nesse sentido, até mesmo o relacionamento com alguém passa a ser um luxo, e não uma necessidade. De repente, você está entrando em algo novo, por uma outra porta. É luxo. Puro deleite. Envolver-se com alguém pelo prazer daquela presença, daquele encontro... simplesmente por ser bom e nada mais.
Você casa consigo mesmo quando há satisfação em si. E, saiba, não existe nada mais satisfatório do que auto-satisfazer-se. Agora, aqui, não se engane. O seu ego não pode satisfazê-lo, aliás, é ele quem propõe a insatisfação constante. A satisfação real nasce da realização que quem você é na sua mais tenra natureza.
Veja quem você é, de verdade, e veja do que você necessita. Agora. Não espere para depois. Se você realiza a sua natureza como a Consciência, o Todo indivisível, do que você viria a necessitar, se não há sequer uma fagulha de pó que exista fora de você?
Investigue e traga a Verdade à tona, com clareza. Uma criança precisa da sua mãe – ou de “uma” mãe, seja ela quem for –, até que ela não precise mais. Chega um momento em que as necessidades são superadas. Você precisa de um barco para atravessar o rio, até que – uma vez que esteja do outro lado do rio – você não precise mais do barco. Você não precisa carregá-lo nas costas, em terra firme.
O que acontece é que você tem olhado para si como aquele que precisa de uma mãe, de novo e de novo. A sua mãe, aquela que te gerou e limpou as suas fraldas já se foi e você fica em busca de uma outra ainda hoje, no auge dos seus 45 anos de idade. Ora! Veja o que você está buscando. Ou melhor, veja o que está lhe faltando e seja honesto com isso. O preenchimento de fora para dentro é superficial, qualquer ventinho pode desfazê-lo. É uma máscara. O buraco está lá, você o tapa, um vento bate, ele se abre, você remenda, aumenta o rombo, aumenta o sofrimento... Samsara. Isso não tem fim.
Com sorte, ou um pouco de inteligência e dedicação, você acaba desistindo de tapar os buracos, para de evitá-los e resolve olhar para dentro. Isso não significa que você não possa se relacionar, não há nenhum problema em compartilhar sua presença e partilhar da companhia de alguém com leveza, sem grandes exigências. Isso é muito bom. Aliás, é muito legal ser pacífico e ver que a paz nasce da aceitação. E uma vez que haja aceitação, inevitavelmente, haverá satisfação. À propósito, você já notou quantas abelhas dançam em torno de uma rosa satisfeita em si?
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