Tao é um nome que indica sem indicar, que define sem definir. Eu tenho falado de consciência e tenho falado de silêncio. Mas silêncio não é um objeto e quero que você veja isso. Senão você vai continuar perdido entre o silêncio-objeto, aquilo que é apontado pela mente como sendo silêncio, a ausência de ruídos, o que exige uma enorme necessidade de que tudo a sua volta esteja imóvel – que é uma impossibilidade –, e o silêncio-real, que está por trás de todas as coisas, embaixo de todos os ruídos.
Quando os convido a se ausentar um pouco, parar um pouco e ficar em silêncio, esse movimento tem apenas um objetivo: focar no silêncio, tê-lo como pauta e, por fim, encontrá-lo enquanto resposta para a pergunta “quem sou eu?”. Isso é o Tão, aquilo que define sem definir.
No silêncio revelado em Satsang, você não é uma coisa, você é uma não-coisa – no-thing – nada. Não há algo a ser aprendido, no entanto se você souber, se você se der conta que a resposta está além do silêncio o de barulho, você aprendeu o que precisava.
Não há exigência nenhuma em sentar em silêncio, tanto quanto não há nenhuma alusão ao barulho. Simplesmente não há exigência alguma – e é nesse ambiente que a mente desaparece, porque ela não sobrevive diante dessa falta de necessidade, dessa falta de metas, na ausência de movimento.
O Tao é intocável. Aquilo que você é, é intocável. E “silêncio” é o nome que indica sem definir. Nada é definido quando digo “silêncio”, perceba-o como um indicativo. Você ouve e, de repente, percebe que uma luz se acender. Portanto, não tente encontrar, lembre-se: não há metas. Não tente compreender, realize: você é o indefinível.
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