O que é iluminação? Você já parou para pensar a respeito disso? Existem milhões de descrições, mas a mais comum, a mais aceita é que iluminação seja an egoless state – um estado sem ego, ou seja, você sem você.
Mas o que é muito curioso é que a maioria de nós não parou para investigar: quem é que está em busca deste egoless state? Investigando, mais cedo ou mais tarde, você verá que é o próprio ego que busca chegar num estado sem ego. O que gera um enorme problema e uma absoluta impossibilidade.
É comum que iluminação seja vista como uma espécie de estado que possa ser acoplado ao ego, como um cinto de utilidades carregado de super-poderes. Mas isso não passaria de uma extensão do ego. No entanto, ao se deparar com essa realidade, o ego se mantém enraizado em si, firmemente interessado no cinto de utilidades.
O fato é que o ego não está interessado no seu desaparecimento, mesmo quando diz que está. Poeticamente você até arrisca dizer que está cansado de si, mas quando a forca é apresentada, ou a espada do samurai, o ego salta e declina o cansaço anunciado. “Quem sabe mais tarde?” – é o que ele passa a dizer.
Diante da espada, o ego tece todos os tipos de argumentos para evitar o confronto. Ele questiona até a respeito do fio da espada, para não se entregar. E logo se segue o encantamento com o falacioso cinto de utilidades. Aliás, prorrogação é um dos artifícios do ego. Note: sempre que houver prorrogação, o ego, o falso você, há de estar metido na história.
Este estado – que não é um estado – de ser sem ego só é possível agora e para ninguém. E o agora não é uma adição ao ego. O ego é encontrado, indubitavelmente, no tempo, nunca no agora. Portanto, relacionar-se com o tempo é viver o mundo do ego. Abrir-se para o agora é repousar na imensidão inocente de ninguém, an egoless dimension, sem eu, sem você.
brilhante!
ResponderExcluirmais ainda: brilhante é o ego e suas ferramentas de manutenção do status quo...