quinta-feira, outubro 24

subtraindo os nós


Uma história Zen…

Um homem ouviu dizer que se ele meditasse alcançaria à iluminação. Procurou, então, um mestre e lhe disse: "Estou aqui para iluminar". O mestre o recebeu dando-lhe as boas vindas: "Fique à vontade".

O homem ficou instalado no mosteiro, onde lavou banheiros, carregou lixo, fez comida… sem sequer um momento de técnicas de meditação, tampouco de iluminação. Ele passava dia e noite trabalhando. Até que foi até o mestre e perguntou quais eram, afinal, as dicas a respeito da iluminação: "Quando serei iniciado?" Recebendo, como resposta, uma pergunta: "Você tem pressa?" O homem disse: "Não, não tenho pressa, mas eu tinha reservado uns dois anos da minha vida para isso. Se me esforçar mais, então, levará menos tempo?" Ao que o mestre concluiu: "Nesse caso, levará uns vinte anos".

A maestria dessa história está em tirar-nos inclusive a ideia a respeito de iluminação. Remova todos os seus interesses, remova qualquer anseio em tornar-se algo ou alguém.  Num certo nível, querer iluminar-se não passa de um desejo como o de ser rico, feliz, esbelto ou o presidente da república.

Tornar-se é um projeto da mente, pois "quem você é" não pode vir a ser, já é. E este é um fenômeno anterior à mente, só precisa ser "des(en)coberto" – ou seja, o trabalho deve ser de subtração e não de aglutinação. Subtraia os adjetivos, os rótulos, os pensamentos, os conceitos, os gêneros, os "porquês", os saberes, os pronomes, os "nós" e veja o que fica.


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