Participante – Satya, me parece que temos mais pessoas acordadas do que antes. É isso mesmo?
Sim, mas entre nisso com muita calma e observação, porque a mente é incrivelmente astuta, ela quer acordar também. Já que está todo mundo acordando, ela também quer acordar. E uma mente acordada não existe, quem acorda não é a mente.
Na verdade, quando existe acordamento, a mente morre, ela perde consistência. Onde há "eu" não há acordamento. Acordamento é a revelação de que não tem "você". Por conseguinte, não tem o outro – e é aí que nasce aquilo que chamam de "compaixão", algo que se alastra como fogo.
Sei que é muito agradável a ideia de que esteja tão barato acordar. Mas essa é uma nobre ilusão. Não é barato! E não estou me referindo, é claro, a um preço, não é uma questão de custo, é uma questão de valor.
Quanto vale todo o seu conhecimento? Quanto valem as suas propriedades? As externas e as (imaginárias) internas. É por isso que o convite é encontrar um ponto onde você não sabe nada. Um ponto silencioso.
O acordamento, necessariamente, o leva a um silenciamento, ao silenciamento da mente, da mente que pensa ser você. É tão sutil que se você disser "Eu acordei", sofrerá de narcolepsia. A mente entra pela porta dos fundos, incansavelmente, e repete aquilo que foi gravado. Pare e veja: uma coisa é dizer e a outra coisa é SER. Não há modelo, há Presença.
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