terça-feira, agosto 31
Desaloje! Retire-se de si mesmo!
Não existe nada que o mantenha distante da realização da sua inerente,
permanente e presente liberdade, exceto, a imaginação de que alguém ou algo,
esteja mantendo você longe disso.
Apenas a sua imaginação o impede de estar completamente
presente com aquilo que você é.
Investigue o imaginado que parece real ou, simplesmente, jogue-o fora!
Desaloje! Retire-se de si mesmo, em qualquer medida.
Quem quer que seja que você pense que é, dadas as circunstâncias do passado, suspenda. Eu reforço esse convite todos os dias:
suspenda qualquer ideia e permaneça olhando para Aquilo que é inerentemente você.
Experimente comprar o bilhete só de ida, e não volte mais.
Você sempre compra o bilhete de ida e volta - não sei se já notou -,
o bilhete não pode ser só de ida. Mas aqui, em Satsang,
o convite é exatamente esse:
suporte a possibilidade de comprar um bilhete só de ida.
Se você pudesse aceitar isso...
Mas a grande piada é que nem mesmo o timão da aceitação está nas nossas mãos.
Você decide aceitar e no próximo momento está tudo revirado de novo.
Então, ao menos contemple, essa é a brincadeira, é um grande parque de diversões.
O convite da suspensão tem que ser bem entendido.
Se você desaloja, suspende, vê que a única coisa que o mantém em agonia
é a história. Você deve gostar muito de história.
Você está sempre renovando as histórias,
contando-as, conversando sobre elas com seus amigos.
A história renova a sensação de estar perpendicular ao fluir da vida,
e você não consegue entrar.
Trata-se de um comentário infinito baseado em nada!
Uma vez que se dê conta do inerente, você vê que a Verdade sempre esteve presente
e a vida sempre foi isso. Às vezes apareceu distorcido, torto, feio, ignorante,
mas mesmo assim tinha a ver com a Verdade.
Esse é o nascimento divino que está em todas as coisas e em todos.
segunda-feira, agosto 30
o Vazio não pode ser contido
Quando você encontra, não há mais a necessidade de buscar absolutamente nada.
E a vida se desenrola de uma outra forma.
É preciso checar o conteúdo da sua mente.
Tudo aquilo que você preza em sua mente,
deve ser checado contra a realidade do momento presente.
Se no momento presente, as coisas nas quais você acredita, forem testadas
e não tiverem nenhum fundamento,
então você se rende a este momento e ao Vazio por ele criado.
A busca daqueles que meditam ou que almejam por paz,
é ficar cara a cara com o Vazio.
E não só isso, querem se entregar ao Vazio.
Mas o equívoco, é que eles também querem permanecer 'alguém'
e tornar o Vazio um objeto dentro da ideia de quem eles sejam.
No entanto, o Vazio não pode ser contido,
porque é ele que contém você.
Logo, ter o Vazio é impossível.
O confronto, o encontro com a Verdade, cria a clara visão de que
você não pode conter aquilo que é maior do que você.
Então, você se rende a estar contido por iso e, nessa rendição, você se torna o Oceano.
A ideia de separação revela-se irreal e a gota se desmancha.
domingo, agosto 29
em primeiro plano: aquilo que observa
Ao entrar nesse processo de auto-conhecimento,
você nota que é um trajeto profundamente solitário.
E a maioria das pessoas não quer conviver com o solitário.
Estão sempre arranjando alguma coisa para preencher o vazio que a solidão traz.
Solidão é um conceito inaceitável e indesejável.
Mas do ponto de vista de Satsang, a sua solidão não só é desejável, como é primordial.
A Verdade é simples e alcançável: você não é um objeto que você observe,
você não é uma sensação que você sinta...
você é a Consciência que está por trás de absolutamente tudo que se move.
Mas o nosso condicionamento, o nosso aparelho sensorial, tem um profundo vício:
a busca da satisfação das sensações. Você pensa que deve estar sempre se sentindo bem.
Assim, existe constantemente um desejo alhures, num outro lugar. E a ilusão continua.
Existe alguma coisa que você queira? O que quer que seja, se existe,
é a clara mostra de que ainda há “um alguém”. Ainda que seja nobre
o que você esteja querendo - de qualquer forma, nobre ou não, o desejo continua.
Aliás, os nobres quereres são os mais venenosos.
Por isso que se você precisasse praticar alguma coisa
eu proporia que não desejasse nada sublime.
Deseje o mais simples, o mais próximo de você.
Quietamente, veja: Satsang deve ser valorizado de uma forma
que nós nem temos um modelo, pois na nossa cultura não existe tal valor.
O convite em Satsang é que você se desmanche completamente no aqui e agora,
que você seja exatamente aquilo que você não tem como saber, conter.
A vontade de saber deve ser colocada de lado, junto com os sapatos que você tira.
É como se você sentasse aqui e não entendesse nada do que estou dizendo
e, tão pouco se interessasse em entender.
Simplesmente ouça essas palavras como se fossem sons de uma língua distante...
As palavras devem se tornar um plano de fundo
e apenas uma coisa fica em primeiro plano: aquilo que observa.
sábado, agosto 28
você é um ser humano?
Do ponto de vista cultural ocidental, encontrar a verdade é quase uma blasfêmia,
porque há um condicionamento na nossa mente que afirma que cada indivíduo
possui a sua própria verdade. Mas do ponto de vista oriental,
do ponto de vista atemporal, encontrar a Verdade significa ficar em comunhão
com algo que é absolutamente único, intransferível e idêntico em qualquer indivíduo.
Partindo do ponto de vista do nosso condicionamento,
o que seria absolutamente idêntico entre cada um de nós?
Se testarmos conceito a conceito, chegaremos rapidamente à conclusão
de que não existe nada idêntico, que não há nada absolutamente igual.
Existem sempre divergências, diferenças. Porque a verdade concebida
pela nossa cultura é uma acumulação de conceitos, de experiências.
Dentro desse contexto, eu compartilho com você a minha acumulação
de experiências conceituadas e você faz o mesmo com a sua parte de
experiências absorvidas. E estando uma frente à outra, notamos que há divergência.
Assim, este seria um “encontro das verdades”, onde permanecemos indivíduos,
permanecemos separados pela nossa carga horária de ser humano.
Mas, olhando além disso, eu pergunto: você é um ser humano?
É inegável que a primeira resposta que venha a sua cabeça seja: “Sim. É óbvio que sou!”
E se você tiver alguma dúvida quanto a isso, socialmente, este é um sinal
de que você precisa ir ao analista. E é aí que começa um grande enredo.
Nos deparamos com algo bem mais complicado para mim,
do que para você que está sentado aí.
O grande enredo começa porque eu trago aqui a revelação de que
tudo o que você pensa que é, não é você.
Tudo o que você pensa que é, decorre de uma experiência que já passou.
Portando, você está sempre acessando um gravador, o qual chamamos de mente,
para remeter-se a esse “eu pensado”, dadas experiências passadas.
Mas quando o convido a estar em Satsang, a proposta é deixar de lado
tudo o que passou e entrar em contato com aquilo que está presente,
absolutamente, aqui e agora.
sexta-feira, agosto 27
Sem sujeito não tem objeto
Observação não é observar o que está fora,
é observar o que está dentro.
Quando observo o que está dentro, o que está fora desaparece.
A preocupação com os objetos externos
tem uma função apenas no nível superficial,
para acomodar um pouco a sua existência.
Mas chega um momento em que a a flecha tem que voltar-se para dentro.
É aí que você encontra nenhum objeto,
porque, dentro, não há nenhum sujeito.
Quem cria os objetos são os sujeitos.
Sem sujeito não tem objeto.
Então, os acontecimentos do mundo, aparentes, aparecem a quem?
Você vai ter que responder isso sem nenhum drible.
A quem o mundo e as coisas que acontecem - más ou boas -, aparecem?
Olhe atentamente!
Você não é mais um acontecimento,
tanto quanto os outros acontecimentos no mundo?
O mundo e você não são diferentes.
Seria, portanto, fundamental esquecer o mundo,
porque o mundo, não passa de uma projeção sua.
Veja quem é você.
E logo verá que não tem "você" em lugar nenhum.
E se não tem "você", eu pergunto: onde está o mundo?
Não tem mundo, tão pouco.
Se você desperta, o mundo não é mais o mesmo.
Existe uma vitalidade intensa,
digamos que até incompreensível.
Não é necessário, em nenhum minuto,
que você saiba o que está acontecendo.
Não existe em nenhum momento
a descrição do que está acontecendo.
Há Silêncio. É o verbo.
Não tem absolutamente nada acontecendo.
quinta-feira, agosto 26
O conteúdo da sua mente não é você
Veja Online - Augusto Nunes entrevista Satyaprem.
Apresentador (A)
O convidado para esta entrevista é Satyaprem (S).
Satyaprem significa “Amor pela Verdade”. Ele recebeu este nome do Mestre Iluminado Osho, no seu primeiro contato na Índia. Satyaprem nasceu no Rio Grande do Sul. Trabalhou como jornalista, dedicou-se a pintura e poesia e trabalhou por aproximadamente 20 anos com terapias e meditação. Em 2000, segundo o site de Satyaprem, lhe foi revelado o fim da busca e desde então ele invoca o despertar das pessoas para sua natureza original, compartilhando o Encontro com a Verdade – Satsang – através de palestras e Retiros, além dos livros que trazem trechos destes encontros.
A: Satyaprem, esta é a apresentação oficial, mas eu sei que você começa as suas conversas em busca do íntimo da pessoa com outra pergunta que eu repito agora: Quem é você?
S: É indizível!
A: E só?
S: Só!
A: E como é que você faz para saber o que as pessoas não dizem?
S: Se eu te pergunto quem é você, existe uma grande possibilidade de que você faça exatamente o que você fez agora, que você leia um currículo, um histórico.
Todas as pessoas carregam na sua mente uma espécie de gaveta, um catálogo, um histórico, uma história: o que eu fiz, onde eu nasci, quem são meus pais.
Isto é uma estória, isto não é quem é você.
A: História oficial.
S: Ou totalmente forjada, extra-oficial.
A: Documentada.
S: É um documento, mas o documento não é você. Então para explicar isto, esta pergunta “Quem é você?”. Para as pessoas chegarem à resposta, é exatamente o descartar de todo documento, da história, até que você fique sem nenhuma história para contar. Se você se torna capacitado de lançar mão da sua história, de lançar mão de toda sua memória, existe uma mudança de aspecto interno. Tudo aquilo que era verdade para você em termos intelectuais torna-se irrelevante, outra coisa se apresenta como sendo você.
O fato é que eu posso dizer quem eu sou para você, agora a capacidade para compreender isto está exatamente na medida em que você saiba quem você é.
Se você ainda retiver a história como sendo você, você é incapaz de entender a minha resposta. Mas eu vou tentar.
A: Ótimo!
S: Quem eu sou? Eu sou Atenção! Eu sou Consciência! O que eu quero dizer com isto: Aquilo que eu sou não é este que está sentado aqui. Isto que está sentado aqui é uma aparência, é uma manifestação, é uma extensão desta Consciência- por assim dizer, mas não é eu na totalidade. Então o histórico psicológico, emocional, o que quer que seja é irrelevante para a Atenção, porque a Atenção é vazia de conteúdo.
Você falou aí do fim da busca. A tentativa de explicitar isto para as pessoas, ou chamar a atenção das pessoas, é porque nós estamos envolvidos. Eu tenho uma metáfora que eu gosto de usar às vezes. O que são as pessoas? Imagine um filme surrealista onde uma pessoa anda com um armário de escritório de metal nas costas, vários armários. Qual é a possibilidade que esta pessoa tenha uma vida flexível, relaxada, leve?
A: Nenhuma!
S: Nenhuma! Zero! Então a tentativa é mostrar para você que o conteúdo da sua mente não é você.
* continua *
quarta-feira, agosto 25
não existe "gente" sem história
Reveja: retire-se da história, do imperfeito.
Seja implacável e cruel com a sua história. Entregue-a.
O que quer que seja que você perca, não vale um tostão furado.
Olhe para o que está perfeito de novo, e de novo... e prove que você não é perfeito.
Faço este desafio: prove que você não é aquilo que está no fundo do coração de toda a experiência, não importa o que aconteça do lado de fora.
Tem gente que não pode viver sem uma história!
Refraseando a mim mesmo: não existe gente sem história.
E este é o chamado de Satsang: dê-se conta de que sem história você não é "gente".
Se quer permanecer "gente", continue com a história, mas não sei o que você está fazendo aqui.
Sinceramente, te dou cinco minutos para ir embora... ou, fique e olhe para o lugar certo.
O desafio é negar a história o máximo possível.
Prove para si mesmo que você não é aquilo que está no coração de todas as experiências.
Olhe para o "perfeito" e esqueça a sua história.
terça-feira, agosto 24
um caminho sem volta...
Não vamos a lugar nenhum, nem viemos de lugar algum.
Não somos o fenômeno, mas aquilo que observa os fenômenos acontecendo.
Realize isso: tudo o que você chama de "você" é um fenômeno acontecendo na frente de seus olhos imortais.
Claro que não vai ser fácil discutir isso com a sua mãe. Ela contou uma história completamente diferente: disse que você era o fenômeno e que você tinha que controlar isso.
Porém, você controla seus pensamentos? Não.
Veja!
Você propõe que, para ficar aqui e agora, é preciso controlar seus pensamentos.
Deste modo, está se confundindo com algo que não é você.
O encontro com a Verdade, a comunhão com Ela, necessita de uma coragem amorosa.
É preciso ter muito carinho pela Verdade, para expor o que pensa.
Diante Dela, você está prestes a perder todas as ideias e tudo o que considerava valioso até hoje.
Somente assim é possível acessar este "lugar" onde você entra nu e só, sem nada, absolutamente sem nenhuma ideia ou sentimento.
No momento em que se dá conta de quem é, ocorre uma difusão e você se separa daquilo que não é, mantendo uma certa distância dos acontecimentos.
Você começa a observar... até que, de tanto observar o que não é você, é possível virar seus próprios olhos para observar Aquele que observa.
No momento em que você estiver pronto para observar o que está observando, não tem mais volta.
É um caminho sem retorno.
segunda-feira, agosto 23
Ser es PAZ. Ego es conflicto.
El conflicto existe porque nosotros imaginamos una serie de diferencias.
Por ejemplo, ¿por qué Israel está peleando con Palestina?
Porque ellos se imaginan diferentes los unos de los otros.
Esa imaginación crea conflicto.
Entonces, usted debe preguntarse lo siguiente:
¿Cómo usted puede querer continuar viviendo imaginando cosas,
si esa imaginación sólo nos lleva a la destrucción, a la discordia, al conflicto?
Respóndame ahora:
¿cómo es que podemos continuar imaginando?
Esta es la hora de parar de imaginar y comenzar a Ser, de verdad.
Y en ese “Ser” se crea un ambiente completamente suyo.
Ser es Paz.
Ego es discordia, ego es conflicto.
Y vea solamente: tiene una ideología por detrás de eso.
La ideología psicológica occidental dice que:
“usted no puede concordar con todo el mundo”.
En Satsang, usted ser usted,
significa exactamente concordar con todo el mundo,
porque todo el mundo es usted,
usted es idéntico a todo el mundo.
Entonces, existe un reverso aquí.
Así que, yo le hago una pregunta:
¿cómo usted quiere continuar viviendo en un mundo imaginado
que crea tanta destrucción, tanta desigualdad?
Nosotros tenemos creencias…
Y, vea solamente, si yo parto del principio de construir una casa
yo no puedo comenzar por el techo,
yo tengo que comenzar por los cimientos.
Si los cimientos no están bien, la casa no va a quedar nunca bien.
Ella va a estar siempre cayendo.
Y es así que estamos... Nuestras casas están siempre cayendo.
¿Y dónde reposa su diferencia de mí?
Reposa en el contenido de su mente,
en el contenido de sus experiencias.
Y esa diferencia es falsa, ella es imaginada.
sexta-feira, agosto 20
você não precisa existir
A mente odeia a idéia de que o mundo se mova sem o impulso dela.
Não sei se já notou,
mas você pode parar agora mesmo de fazer completamente tudo
e o mundo continua se movendo.
Ou você ainda acha que é importante?
Tem um lugar para você, definitivamente,
mas mova-se sem esforço,
sinta para onde o vento o empurra, solte-se.
Será que vai dar certo?
O que importa?
O que é dar certo?
Note!
Se você já experimentou o que estou dizendo.
Ou, se não experimentou, experimente.
Solte-se na direção em que o vento está o levando.
Entenda “o vento”, aqui, como todas as circunstâncias no contexto da sua vida.
Solte-se e veja se não é mais fácil ir nessa direção.
Ou, se você quiser, também experimente ir contra tudo o que está sendo movido.
Para “ir contra”, é preciso de um argumento intencional de vontade,
de “eu posso”, de “eu vou, não importa o que digam”.
Para ir na direção do vento, não é necessário esforço nenhum.
Você não precisa existir.
Se alguém perguntar: "Onde você está indo?"
Você diz: “Onde o vento me levar”.
quinta-feira, agosto 19
você não é o fluxo
Vá até a beira de um rio e fique olhando,
veja o rio.
Qual é a natureza do rio? O que ele faz?
O que acontece com ele? Ele nunca é o mesmo.
Porque, então, você exige de si, ser sempre o mesmo,
ser consistente, coerente?
Eu sei que a sua mãe gostaria,
mas esse é um problema dela.
Ela mesma não é coerente nem consistente todo o tempo.
Apenas ela não observou ainda.
Você é um rio -
um rio de emoções, de pensamentos -,
um fluxo.
Tudo o que você pode chamar de "você" é um fluxo.
E, por incrível que pareça,
esse fluxo que você chama de você,
não é você.
Pois, quem é aquele que observa o fluxo?
Há um constante fluxo de emoções,
pensamentos, sensações, sentimentos...
E a essência da Meditação é voltar-se para dentro de si,
observar aquilo que É,
e não mais se confundir com aquilo que não é.
quarta-feira, agosto 18
jogue suas ideias fora e fique com o presente
Muitos confrontam a Verdade,
mas ao perceber que Ela não é nada do que se imaginava,
jogam fora a água junto com o beber;
sem se dar conta de que a coisa mais preciosa já encontrada,
acabou de ser jogada fora.
Quando olha dentro da sua mente
e vê que a Verdade não é exatamente o que pensava,
você escolhe ficar com o que era pensado e joga fora a experiência real.
O meu convite é:
jogue suas ideias fora e fique com o presente.
Ideias não existem no presente.
Você consegue pensar no presente?
Eu sei que isso que estou perguntando é inacessível para você.
E, digamos que eu concorde que você ainda tenha que aprender muitas coisas,
antes de despertar...
Mas esse aprender do qual falamos aqui,
tem mais o aspecto de “des-aprender” do que de aprender.
Saber quem você é, não depende de um acúmulo,
depende de um descarrego.
Você deve descarregar, “des-aprender”.
Satsang não é ganhar algo, é perder algo.
Porque aquilo que você é, já é você.
O que o afasta disso é tudo aquilo que você “tem”.
Se você perde aquilo que tem,
fica com aquilo que é.
O único entrave é que você pensa que o seu Ser é alguma outra coisa.
Mas isso é apenas uma ideia.
terça-feira, agosto 17
O ego cria problemas para se revigorar
Osho faz um questionamento:
“Poderia você não se incomodar com o latido dos cães?
Veja o latido dos cães como a meditação deles.
E a meditação dos cães não é feita para incomodar a sua meditação.
Eles meditam e você medita”.
Ouça, os pássaros estão a meditar.
Nós podemos tornar isso desconfortável.
E no momento em que tornamos algo desconfortável,
temos que encontrar um jeito de torná-lo confortável.
Você tenta eliminar o desconforto do seu sistema perceptivo.
Quando, na verdade, foi você mesmo que incluiu aquilo
como desconfortável em primeira instância.
Observe como talvez uma prática de discernimento seria
notar, de dentro do desconforto, quem gerou o desconforto.
A origem do desconforto foi o fato ocorrido, em si,
ou a interpretação do fato?
Em outras palavras, o problema nunca é o problema.
O problema é como você se relaciona com o problema.
Na verdade, não tem problema.
É árduo conviver com isso,
porque essa percepção estabelece uma relação, quase inequívoca,
com o seguinte questionamento: “Para quê estou vivendo, então?”
Afinal, o que dá sentido ao ego é resolver problemas.
Como também foi dito pelo Osho:
“Um ego sem problemas não é um ego”.
O ego cria problemas para se revigorar,
para permanecer, se reconstruir.
Ele se reconstrói, dia após dia, com a criação de um problema,
de um incômodo.
Note essa estratégia, não como estratégia,
mas como realidade do ego, como sua necessidade de sobrevivência.
É possível ver que há momentos onde tudo está bem.
Mas alguma coisa aparece e parece tirá-lo desse ponto.
Só parece. Porque na verdade não tira.
Apenas seus olhos, que estavam pousados para dentro,
voltam-se para fora.
Detalhe: os seus olhos estão sempre voltados para fora.
Em outras palavras,
o que estamos tentando compreender em Satsang,
é quase um processo artificial –
vai contra a natureza dos objetos.
Veja bem: dos objetos!
Mas, não vai contra a natureza daquilo que você É.
Você tem estabelecido identificação com os objetos.
Ou seja, você estabelece um objeto como sendo você.
Então fica artificial olhar para dentro.
O natural para o objeto é olhar para fora.
Em Satsang, é proposto que você olhe para dentro.
No mundo, todos estão olhando para fora
e eles contaminam você.
Eles não permitem que você olhe para dentro,
porque torna-se gritante a realidade em que vivem.
Por isso “acordar” é extremamente solitário.
Acordar é morrer para o "você".
segunda-feira, agosto 16
mente: uma empreitada fantasiosa
A mente, tal qual a temos, tal qual a recebemos,
tal qual ela é condicionada, está sempre querendo alguma coisa -
estabelecendo um relacionamento de negócio.
Ela sempre tenta ganhar algo.
O convite em Satsang é exatamente contrário a tudo isso.
É estabelecer diretamente, com seus próprios olhos,
que não há nada a ser conseguido e não tem ninguém para conseguir nada.
Não existe o “sétimo inferno”, assim como não tem o “mundo eterno”.
Permanecer no “não saber”, é sempre o convite.
Não se engane.
As pessoas às vezes me dizem: “Agora eu sei quem sou!”
E é incrível... Porque saber quem você é,
é exatamente saber que você não sabe quem você é.
E que não tem ninguém para ser você.
Essa questão – digamos assim – paradoxal,
é confrontada ao olhar para dentro.
Permaneça desperto.
Querer é o padrão da mente.
Se você faz uma inquisição correta, é possível estabelecer a origem deste querer.
Estabelecendo de onde vem este querer,
você pode – dada a sua própria investigação –
dizer: “Ok! Quero continuar querendo, porque um dia eu vou conseguir”.
Ou, você se da conta que está numa empreitada fantasiosa e liberta-se desse querer.
O ambiente mental é um ambiente muito estranho.
No momento em que você me ouve,
a mente interpreta que você não deve querer mais nada.
Mas não é disso que estou falando.
Apenas deve ser inquirido apropriadamente de onde surge o querer
e de onde surge o não querer. Quem está querendo e quem não está querendo.
Este é o aspecto fundamental.
Ao ver que os desejos fazem parte de um movimento inconsciente,
você pode dar um passo para o lado e investigar de onde eles vêm.
E nesse instante, você é colocado imediatamente num ambiente onde nada é quisto.
sexta-feira, agosto 13
o céu permanece impassível
No mais íntimo do ser, nada acontece.
É só paz, silêncio.
Na periferia, tudo acontece.
O eterno fenômeno do vai e vem, acontecendo e des-acontecendo.
A noite sucede o dia e vice-versa.
A única certeza é a diferença, sempre o novo, sempre outro.
A primavera, o verão, o outono, o inverno,
sucessão de eventos, experiências.
Tudo sendo percebido.
E aquilo que é percebido não é o que percebe.
Vem o amor e vai.
Vem o medo e vai.
Passa um pássaro.
Passa o passado.
Passam nuvens e o céu permanece impassível,
silencioso.
Assim, um espelho vazio,
o ser observa o eterno movimento dos ventos e das velas.
Um em tudo...
quinta-feira, agosto 12
Sucesso é o prazer em ser você mesmo
O ego não toca a Consciência,
mas causa uma grande confusão no seu organismo,
de forma que você deve dedicar-se a despertar, cada vez mais.
Isso elabora algo que chamamos de sucesso.
Sucesso é o prazer em ser você mesmo,
em metabolizar o que quer que seja que faça.
Não tem ganho.
Quanto dinheiro você faz, é irrelevante,
se está sendo feito com prazer.
E o que é interessante nisso
é que, nesse âmbito, a energia se transforma em dinheiro.
Portanto, quanto mais energia é gerada, através do prazer,
mais dinheiro, de uma certa forma, se torna disponível.
Não existe dinheiro, existe energia!
Se você não tem dinheiro, é porque você não tem energia.
Por que você não tem energia?
Porque não tem prazer em fazer o que faz.
E por que não tem prazer?
Porque você não está consciente, você está inconsciente.
Você insiste em fazer o que o seu ego quer fazer!
O ego é gerenciado pelo desejo, pelo querer.
A Consciência gera e é gerada pelo prazer.
Sempre que você faz as coisas por prazer -
ainda que o seu pai, a sua mãe ou o papa se oponha -,
se você faz com prazer está no caminho do sucesso.
Continue! Não pare!
Continue no prazer.
Daqui a pouco, rompem-se as margens e mais coisas fluem.
Está em espera.
Mas permaneça nisto. Não se ludibrie. Não se engane.
Você pensa: “Agora eu não estou tendo prazer no que faço,
mas assim que der, eu vou ter prazer”.
Preste atenção! O “amanhã” nunca chega.
quarta-feira, agosto 11
os condicionamentos não são seus
Sabe por que você nunca vai se livrar dos seus condicionamentos?
Porque você não é os seus condicionamentos. Você só precisa ver que eles não são seus.
Isso quer dizer: deixe-os continuarem fazendo o papel deles, é apenas um papel.
Quem está preso aos condicionamentos?
Participante: A mente e o corpo.
Quem não estaria preso aos condicionamentos?
Participante: O ego, o corpo e a mente.
E quem é você?
Participante: Eu sou o Eu. Mas meu ego, minha mente...
Agora começam as complicações... Se você é Você, você precisa de mais alguma coisa?
Participante: Não! Agora, nesse momento, não existe nada disso: da mente, do corpo...
Eu estou apontando o que é esse complexo chamado você.
Tem um 'você' que é inexistente, que é falso, e tem outro que é real.
Se eu lhe desse a chance de escolher entre esse 'Eu' que é você e esse 'eu' que não é,
o que você escolheria? O que precisa ser feito?
Participante: Nada.
Quem é que supõe que você é esse outro 'eu'?
Participante: O próprio.
Então, você precisa deixar de supor?
Participante: Não...
Você pode deixar a mente supondo o que ela quiser.
Se você vê quem você é, não se importa mais com o que ela supõe.
Inclusive você resolve as suposições dela na hora, no momento presente.
Ela vem com as suposições dela e você não dá atenção.
Participante: Isso é o que significa estar no mundo sem ser do mundo?
Exatamente. Isso é estar acordado.
*
Trecho de um diálogo entre Satyaprem e
o participante de um 'Satsang Intensivo' em São Paulo - Março / 2006
segunda-feira, agosto 9
cara a cara con el Vacío
Radio Universitária
Fortaleza/CE - Abril/2004
Satyaprem, el “Encuentro con la Verdad” parece el fin de la línea. Con el encuentro parece que acaba, que se llega a un punto final. ¿Es eso un inicio, en verdad?
Satyaprem - Eso es un inicio, no un punto final. Es el punto final de la Búsqueda. Ahora usted no está buscando absolutamente nada más. Ahora usted encontró y la vida se desarrolla de otra manera.
¿Y ese encuentro se da de varias formas? Ahora yo hablo de los lenguajes. Tiene la música, la poesía…etc. y tal. Entonces, ¿son varias formas, varios caminos de que acontezca el “Encuentro con la Verdad”?
Satyaprem - Es, se puede decir así, mas en verdad no tiene una forma. El “Encuentro con la Verdad” es lo que estoy llamando Satsang. Es una manera de encontrar y discutir, por ejemplo, cuál es el contenido de su mente y lo que está dentro de ella. Digamos que usted aprecia algunas cosas en su mente, esas cosas deben ser chequeadas, contra la realidad del momento. Si en ese momento esas cosas que usted piensa, que usted acredita, no tienen fundamento, usted entonces, se rinde al momento y a ese Vacío que queda creado. Si yo tiro cosas de adentro de alguna cosa, yo voy tirando y voy quedando como aquel espacio totalmente vacío. La búsqueda de todas las personas que meditan es quedar cara a cara con el Vacío. Y no sólo eso: entregarse al Vacío. Mas las personas quieren siempre permanecer siendo alguien y transformar el Vacío en un objeto dentro de la idea de quienes ellas sean. O sea, “Yo quiero tener el Vacío”. Pero usted no puede tener el Vacío, el Vacío es el que lo tiene a usted, tener usted el Vacío es imposible. Entonces la confrontación, el “Encuentro con la Verdad” crea, en verdad, la clara visión de que usted no puede contener eso que es mayor que usted, y usted se rinde a estar contenido en eso que es mayor que usted. En esa rendición usted se torna Océano. Y, al contrario, la gota que usted era, la idea que usted tenía de separación es incorrecta, ella se disuelve.
sexta-feira, agosto 6
onde é dentro?
Há uma tradição que diz que trazemos a felicidade
dentro de nós.
Então, eu os convido a olhar para dentro, para encontrá-la.
O mundo põe a felicidade em coisas materiais.
Ou, melhor, em coisas - materiais ou não.
Você pensa que se tiver dinheiro, vai ter paz.
Mas muita gente tem dinheiro e não tem paz.
Então não é isso.
Não significa que você não pode ter dinheiro.
Sim, pode! Mas não está nele a paz.
Outros pensam que a felicidade está nas relações.
Em encontrar um par.
Mas isso não é verdade, tampouco.
Há quem pense que se tiver um trabalho,
ou se tiver uma casa... terá paz.
Ou seja, pensa que se tiver tudo o que deseja, terá paz.
Mas nada disso, de verdade, entrega a paz.
Então, aqui entra esse dito, clássico,
que diz que devemos olhar para dentro.
Para a mente - que é o aprendido,
o velho, o passado -,
"dentro" é uma localidade, um lugar.
A mente está certa de que "dentro" é uma localidade.
Agora, investigue!
Se tem que olhar para dentro, para encontrar a paz, a felicidade,
eu pergunto: onde é dentro?
Possivelmente, o "dentro", para onde você está olhando,
não é o verdadeiro dentro.
Porque se você olha para dentro, de verdade, a paz está disponível,
aqui e agora.
quinta-feira, agosto 5
Deus está batendo na sua porta...
Não transfira o seu encontro com a Paz
para o outro, para uma outra coisa.
Assuma a responsabilidade por esse encontro.
Com o outro, você apenas compartilha o bem-estar do momento.
É uma brincadeira. A sua casa é o seu play ground.
Mas não esqueça que isso não tem nada a ver com a Paz.
Mesmo estando fora da sua casa, a Paz está com você.
De um jeito ou de outro, você tem que vislumbrar
o que está querendo de verdade.
E a partir dessa clareza, nasce espaço para o outro.
Deus dá a você, na medida em que você pode dar a Ele.
É Ele que dá e tira.
Na medida em que você pode dar a Ele, Ele lhe dá.
Se você dá muito... se você diz: “Tudo o que eu tenho, é Seu”,
é possível ver um movimento muito mais abrangente.
Muito mais cabe no seu mundo.
Seu mundo se alastra... ele não fica mais tão pequeno.
Mas você se apega aos objetos.
Deus está batendo na sua porta,
e você diz: “Isso eu não dou, porque é a única coisa que tenho”.
Acontece que não é a única coisa que você tem.
Olhe ao seu redor... Você tem muito mais que isso.
E mais: não tem "Deus e você". É tudo uma coisa só.
É por isso que o que você dá é o que recebe.
O problema é que a hipnose é tão grande que a você não se dá conta.
Quando você encontra Paz dentro de si mesmo,
a celebração do amor, da casa, do trabalho, do bem-estar,
ou do que quer que seja, é uma grande festa.
quarta-feira, agosto 4
renda-se!
Iluminação significa que você se rende à natureza das coisas.
É claro que gostaríamos que as coisas não oscilassem. Mas como?
Você vai matar o seu amor?
Vai matar a sua vida?
Vai matar aquilo que lhe é mais precioso?
Sim, na tentativa de manter, você mata.
E quando isso acontece, você chora.
Então, antes disso acontecer, renda-se!
Contemple...
Veja, antes de tudo, “quem é você”.
Isso tem que estar claro.
O tempo todo, o mundo nos diz que somos alguém.
Mas, se você contempla "meditação",
se você se volta para dentro de si mesmo,
se contempla o Silêncio...
se existe um pouquinho de veia espiritual na sua vida,
você pode ver que não tem ninguém aí.
Você é a Consciência que permanece observando
tudo o que acontece.
Entre essas duas coisas, está a mente dizendo
que algo doloroso que acabou de acontecer, não deveria acontecer mais.
E você tenta fazer de tudo para que realmente não aconteça.
Mas, veja!
Tudo é observável.
Como pode o que está sendo observado ter influência
sobre aquilo que o observa?
O que é observável é fenômeno.
E o fenômeno não pode interferir na observação do fenômeno.
terça-feira, agosto 3
é maravilhoso realizar o "não saber"
Satsang é a discriminação entre tudo que você contém, provido do passado,
e um "não saber" surpreendente - que é espontâneo e proveniente do agora.
Como você se sente nesse momento?
Com cinqüenta anos, com esse ou aquele defeito,
ou simplesmente sem ano nenhum, sem problema nenhum?
Note que tudo o que você imagina ser,
passa pelo crivo da sua mente.
E que, aqui e agora - diretamente - você fica sem saber.
É maravilhoso realizar o "não saber".
Porque nós não sabemos, realmente.
Você só sabe o que lhe disseram.
É claro que tem pessoas ao seu redor que todos os dias lembram isso ou aquilo...
Mas faça questão de esquecer, porque nada que eles digam,
diz respeito a você, de verdade.
Sempre diz respeito a eles mesmos.
Essa é a maneira que aprenderam a se ver.
Permaneça vazio.
O Osho dizia: "Um urubu me olha e vê um urubu em mim".
É óbvio! Ele está diante de um espelho.
Se vê o Divino em mim, você apenas está vendo o Divino em si mesmo.
E não existe a menor chance de ser diferente:
se você entra no Agora, vê o Buda que você é.
segunda-feira, agosto 2
¡Sea Ahora!
Usted tiene que acomodarse en el silencio del Ahora.
Tiene un sólo lugar para quedarse y ese lugar le es dado naturalmente, de regalo.
Ese es absolutamente el lugar más relajante para que usted Sea.
¡Sea Ahora!
Y vea lo que usted recoge de ese “Ser Ahora”.
Si usted se aquieta, usted nota que en el aquí y ahora no hay mente.
Y aunque ella aparezca, como usted no la está alimentando, ella desaparece.
Es como si la energía que antes estaba enfocada en algún lugar, ahora está desenfocada.
Su cuerpo-mente tiene siempre un impulso,
porque la naturaleza del cuerpo-mente es movimiento. Parada, la mente no existe.
Ella sabe que parada, desaparece. Entonces, ella se alimenta,
ella siempre tiene que hacer algo.
Es el movimiento de la mente y del cuerpo lo que mantiene la idea de que usted tiene,
dependiendo de quién sea usted. SI usted se tranquiliza, esa idea no se retroalimenta más.
Cuando esa idea comienza a sumir... comienza a aparecer algo nuevo:
usted comienza a tornarse consciente de que usted no es lo que piensa usted que es.
Usted permanece siendo quién usted piensa que es,
simplemente, recordando el pasado.
Su memoria tiene ese poder y si usted se da cuenta de eso,
usted para de contar su historia y comienza a entrar en el Silencio.
Entonces, la historia del Silencio - que no es una historia -
comienza a serle contada a usted. Ahora usted mira para el Ahora.
Y, en eso, nace un “nuevo usted”.
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