terça-feira, setembro 6

o mundo não é ideia minha


Osho dizia:  “Você está aqui comigo e sente que está iluminado. Quando sai de perto de mim, vê que não está iluminado. Você está iluminado porque está contaminado com a minha Iluminação”.

A proposta de Satsang é exatamente essa: estamos aqui para que a transmissão se torne totalmente sua, totalmente realizada. Deixe-me colocar de outra forma... Você já aproximou do fogo uma vela quase apagada? Ela não precisa entrar no fogo, a mínima proximidade a incandesce. Experimente isso: pegue um fósforo e o aproxime de uma chama, ele não precisa nem tocar a chama, ele se auto-inflama.  Se a sua chama está, digamos assim, apagada ou muito fraca e você vê que aqui tem uma chama, seja muito bem vindo! Porque estar em Satsang é, nada mais, nada menos, do que se aproximar da chama, para que você se auto-incendeie – para que você acorde.

Estou aqui para questioná-lo e provocar alguns movimentos que não são indesejáveis, do ponto de vista do ego. Mas este é o meu papel. Definitivamente, não estou aqui sentado para consolá-lo, nem confortá-lo, porque eu não acredito que você precise de conforto ou consolo – você não é uma vítima! Acorde! Assumir que você é vítima de algo ou alguém revela que você está sonhando, você não está em Satsang.

Por isso todo o meu investimento em mostrar que você está perfeito exatamente do jeito que você está. Não se preocupe com o pensamento a respeito daqueles que estão se matando no mundo, em guerra. Morte, do jeito que você concebe, é apenas uma ideia na sua cabeça. Entre no abismo da Consciência, do Silêncio que você é e note que o conceito a respeito da “morte” se transforma.

Fernando Pessoa disse:  “O mundo não é ideia minha. A minha ideia de mundo é que é ideia minha.“ E estamos aqui justamente para notar que tudo que concebemos como realidade não passa de ideias que temos a respeito das coisas. No entanto, as coisas não são as ideias que temos a respeito das coisas.

Assim, Satsang nos convida a encontrar todas as coisas em sua pureza, sem a interferência das ideias. E, nesse encontro, é possível notar que não existe nem você, nem as coisas. Ou, melhor dizendo, você e as coisas são o mesmo, um. Portanto, tenha coragem de remover a tela que o separa de tudo e faz com que você sofra. Veja que você não sofre porque o mundo quer que você sofra, mas porque você tem uma ideia sofrível a respeito do mundo.

Não proponho um câmbio na ideia que você tem a respeito do mundo. Proponho que não tenhamos nenhuma ideia de como o mundo deva ser. Viva o mundo do jeito que ele é, assim como os lírios, que não têm ideia nenhuma do mundo. Os lírios não tentam tornar-se presidente ou pregar a paz mundial. Torne-se um lírio e veja que o mundo não existe assim como você concebe, porque o mundo é exatamente a ilusão em acontecimento.

3 comentários:

  1. uau!

    "E estamos aqui justamente para notar que tudo que concebemos como realidade não passa de ideias que temos a respeito das coisas."

    estava intuindo isso esses dias, tentando elaborar um texto, não preciso mais xD

    sincronicidade xD

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  2. Tirando onda dy novo maumau. Paz no coração (heart on piece).

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  3. Amigo Satya, até hoje alguém alguma vez colocou as questões sobre a Vida ou a Verdade, o que vai dar ao mesmo, como você as coloca. Parece que nos abre a mente para ver com clareza. Bem haja por isso.

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