quarta-feira, abril 17

o mesmo agora, diferente, sempre

Chega um ponto em que você precisa parar de mentalmente construir objetos e desenvolver relações com os mesmos. Grande parte da sua atenção, da sua energia, está voltada às relações com os objetos. A mente está o tempo todo lidando com isso, esse, aquilo, aquele… Tudo o que ocorre à lente dos sentidos.

Viver a Consciência que você é, ser você, é ver que os objetos e, consequentemente, as relações são ilusórias. Tudo aquilo que você (pensa que) sabe não passa de flores no ar.

Eu aponto para qualquer objeto nessa sala e pergunto "O que é isso?" e a mente imediatamente tem um nome, uma história e uma relação desenvolvida para com este objeto. "Isso é uma cadeira. Esta cadeira é branca. Herdei uma cadeira igual a esta da minha bisavó e tenho muito apreço por ela". E, logo, a cadeira te leva à tua bisavó, que te leva a mais mil histórias…

Lá se foi mais uma chance de penetrar no mistério do agora, no não-saber. Já pensou como seria o mundo se você pudesse olhar para tudo ao seu redor, sempre, como se fosse a primeira vez? Porque assim o é, mas o condicionamento da mente nos rouba essa realização.

Suspenda o impulso de "saber" a respeito das coisas e relacionar-se com tudo através desse falso-saber. Isso abre um imenso espaço entre você e aquilo que você percebe – e esse espaço promove enorme descanso. Esse espaço deve ser aplicado, inclusive, em relação a este objeto "corpo" que é considerado pela sua mente como sendo você.

Esteja atento às relações propostas entre qualquer objeto – inclusive o corpo e a mente – e aquilo que percebe os objetos. Aquilo que percebe tem por habilidade apenas o testemunhar, sem nenhuma necessidade de envolvimento. Aquilo que percebe está antes do nome, antes da forma, antes da memória e além de qualquer história que possa ser contada.

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