sexta-feira, junho 28
a tirania da linguagem e a onda se desfaz
quarta-feira, junho 26
a bobagem do saber e o "não-saber" sábio
sexta-feira, junho 21
a mente deles é a sua: ver está além da mente!
A verdade é que não sabemos nada. Preste atenção e você verá, nitidamente, que estão todos repetindo o que os outros dizem a respeito de tudo. Assim, da mesma forma, quando pergunto "quem é você?", imediatamente você repete o que se conhece como resposta para essa pergunta.
O mais crítico é que, se você já me ouviu uma, duas ou duzentas vezes, de certo modo já tem pelo menos um vislumbre de qual seja a "resposta" e, mantendo o estabelecido, você é capaz de apenas repetir o que estou dizendo ao invés de mergulhar no mais fundo de si mesmo.
Porém, eu pergunto: você fica satisfeito em repetir o que estou dizendo? É bonito, é muito bonito, mas nada que possa ser dito se aproxima da beleza de ser quem você é. A fala, as palavras, são um veículo, um agente provocador. Através do veículo, vá em frente! Há muito mais naquilo que não pode ser dito. Esteja atento!
Definitivamente não precisamos mais ser o que vínhamos sendo. Mas a coragem aqui implícita é que você deixe de lado tudo o que foi aprendido e confronte a ideia de quem você seja – consequentemente, tudo o mais.
"Quem sou eu?" é o primeiro confronto. Se você consegue colocar de lado todas as ideias fica muito simples e, uma vez que você acorde para o fundamental, está feito o trabalho. Afinação será necessária, porque é muito novo. Mas ao mesmo tempo você reconhece esta como sendo a sua realidade desde antes de Abraão. Veja! Este é um ótimo momento para VER.
quinta-feira, junho 20
o engano é inaceitável para o ego, por isso a compaixāo é impraticável
Sei que vai ser difícil e aparentemente impossível em algum momento. Você verá o bicho pegar, porque, necessariamente, suas crenças devem ser questionadas. Afinal, "what the fuck are you?"
A minha dica é que você olhe para dentro, se quer a resposta. Olha! Não importa quantas vezes você tenha ouvido isso, essa seta é eterna, trata-se de uma eterna vigilância e exige enorme atenção e comprometimento.
Ninguém quer olhar para dentro, porque ao olhar para dentro você desmitifica essa realidade que foi absorvida como verdade. Aquilo que era conhecido como realidade deixa de ser real e aparece como ilusão. Quem gosta de descobrir que está enganado?
Porém, mais uma vez, não deixe que uma ideia o impeça de olhar para o lugar certo. Desmitificar a mentira é sinônimo de Liberdade, não tem nada a ver com ganhar ou perder. Aliás, em verdade, não sobra nenhum "você" para preocupar-se com o aparente.
terça-feira, junho 18
a metáfora e o literal: criança é aventura vida
Fluindo com o Agora você começa a ver que existe, pragmaticamente, o crescimento magnético de um outro ambiente, de algo absolutamente novo em você. Este resgate promove um recomeço. É quase como se você pudesse escolher como se comportar a partir de agora. E a ideia é que você esqueça de tudo o que você já foi até hoje. Uma extraordinária aventura está diante do seu nariz. Você se tornou uma criança novamente.
A metáfora retrata a criança porque a criança não sabe, para ela a vida é uma grande aventura, ela não sabe nada. Ela está fluindo, completamente entregue. Na verdade, ela sabe sem saber, é um saber intuitivo. Ela se remete à mãe de uma maneira saudável, ali há uma ligação, um laço. Mas, de nenhuma maneira, a instituição mãe, a instituição pai, e todas as demais instituições provindas deste eixo, precisam existir.
Está tudo de cabeça para baixo, está tudo invertido. Olhe corretamente e você verá. Ao ver que tudo não passa de projeção, você, então, se recolhe. No princípio pode vir como uma prática, se trata de uma vigilância perene. E às vezes pode parecer difícil, porque o estabelecido, o conhecido, produz sensações e pensamentos nos quais você acredita. Todos acreditam. Mas, se você desacreditar, deixar de dar crédito a essa dita "realidade", o que acontece? As experiências passam por você.
Tal qual você se concebe, existem parâmetros herdados de reações pré programadas para cada tipo de evento. E é esta programação que o impede de experienciar diretamente o fundamental. Claro que existem circunstâncias estruturais vinculadas ao sistema corpo-mente. Há limites em ambos e isso não podemos mudar: uma martelada no dedo vai doer. Porém, o sofrimento, o drama, já é outra história.
Alguns sentem a dor, choram, passam gelo e estão prontos para a próxima martelada. E há aqueles que remoem o ocorrido por anos e, ainda, traçam sobre ele um plano de vingança. Este processo é inconsciente e precisa, necessariamente, ser rompido para que a criança apareça novamente.
segunda-feira, junho 17
Para não dizer que não falei de flores
Quero acordá-lo para o fato de que existe a possibilidade de romper com qualquer herança vinda do passado. Você não precisa honrar sua herança – nem genética, nem cultural, nem social, nem econômica, nem religiosa, nem política.
Compreenda a História e permita-se um distanciamento, ou até mesmo a ruptura. Esse "processo" nos deixa ligados a um movimento visceral de você consigo mesmo.
A jovem lida com a mãe doente, o pai lida com o filho que está se drogando, a cidade vomita mil carros a mais por dia... criamos um habitat onde o sofrimento, a dor, é o padrão. O que surge nesse momento é: você vai continuar alimentando esse habitat ou se nega a alimentá-lo?
Você não mais alimenta este habitat, primeiramente, fundamentalmente, descobrindo quem é você. "Des-encobrir" é necessário, pois todo esse tempo as histórias, os hábitos, os mal-entendidos vêm soterrando a sua verdadeira natureza. Sem a nítida visão de quem é você, não importa a direção que você tome, não é uma questão de ética, de fazer o certo e não fazer o errado. Antes de mais nada, deve estar claro para você que os valores e os objetos que têm sido mantidos como incólumes, como patrimônios da humanidade devem ser questionados.
A nossa História, a história geral da humanidade, é um desastre. Com toda licença para o uso desse termo, ressalto que o que precisamos, mesmo, é de uma "lavagem cerebral coletiva", no sentido de que o cérebro das pessoas está tão emporcalhado que precisa ser limpo de alguma maneira. Porém, como o coletivo é mais difícil, levanto essa bandeira: comece limpando a si mesmo, internamente.
"Limpar-se", aqui, não propõe um processo terapêutico ou sócio-cultural. É o que você pensa que você é que deve ser rompido. Pratique o esquecimento, pratique – positivamente – o "Alzheimerismo". Esteja alerta dos buracos na rua e desvie deles, mas nada além disso. Abaixo a mente pensante! Desfrute do direito de ser Liberdade, em si, sem herança passada ou futura, aqui e agora. Pleno. Para não dizer que não falei de flores.
sexta-feira, junho 14
mente não é você: não mente!
quinta-feira, junho 13
a luz e leveza do céu azul
terça-feira, junho 11
a boa companhia e o não-copo-d'água: o fim do antropomórfico
segunda-feira, junho 10
radical, responsável: perca a cabeça!
A proposta é tão radical que o minuto anterior não nos interessa. E não nos interessa porque, simplesmente, ele não existe. O minuto só existe na mente e também só a ela interessa. Mas, de fato, tanto o minuto que passou quanto o que virá não nos serve de nada.
Como eu disse: é radical. E, não só isso, também não é de fácil consumo, eu sei. Não se trata de algo comercializável e está – num certo nível – em oposição à realidade. Acontece que a realidade, de acordo com a mente, é uma irrealidade completa e absoluta.
Você acredita que nasceu, que vai morrer, que tem pai, mãe, que tem que ganhar dinheiro... De onde você tira toda essa realidade? Ela é tão, aparentemente, concreta que chega a oprimir você, não é mesmo?
Quantas vezes você não dorme, pensando no que vai fazer amanhã? Ou na sua conta no banco? Estamos aqui, portanto, para que você veja que você não é oprimido por essa realidade.
A mente se fundamenta com algumas normas, que são passadas de geração em geração, sem investigação precisa. Você crê na falsa realidade imposta e, logo, toda essa estrutura te oprime. Oprime a energia que você é – que, diga-se de passagem, é uma energia incontível. Um paradoxo: uma energia incontível, infinita, oprimida por uns pensamentos toscos.
Assim como quando Galileu, ao propor que a Terra era redonda, o que trago aqui corrompe a sua noção de realidade. Mas eu pergunto: você tem noções ou você vê?
Feche um pouco os olhos e desmanche-se. Esqueça-se! É um bem enorme entrar no agora e esquecer, simplesmente. Esqueça de você e de todas as conseqüências desse "eu". Este é um ato extremamente responsável, porque é contrário a tudo o que te disseram. Perca a cabeça. Experimente!
sexta-feira, junho 7
o terno fruto do eterno agora
quinta-feira, junho 6
a lacuna silenciosa no muro da mentira
quarta-feira, junho 5
uma árvore, uma criança e o mundo de pernas para o ar
Participante – Hoje não vou conseguir dormir. Minha mente está de pernas pro ar!
Essa é a proposta: que você não durma nunca mais! Estamos aqui para que você desperte. Aprecio que você tenha uma noite de questionamentos, pois você tem dormido por todo esse tempo. Desperte. Questione-se!
Desperto, você vê que todo o conteúdo mental, sem discriminação, não passa de matéria morta. A mente é necessária apenas para nos ajudar a pedir um copo d'água, desejar "bom dia", atravessar a rua, chegar num determinado endereço...
Todas essas teorias de "para onde vamos?", "de onde viemos?", "o que é certo e errado?" são anuladas. Você está aqui para se tornar uma árvore, uma criança – e isso é imediato. Não pode haver tempo, porque o tempo não é necessário para que você entre no agora.
Participante – No email que recebi para vir aqui dizia mais ou menos que você convidava as pessoas ao aqui e agora. Na verdade, foi isso o que me fez vir. Porém, percebo que você é muito mais contundente do que eu supunha. Obrigado!
Bem vindo.
terça-feira, junho 4
a luz, o livro e o idiota universitário
Se você está preso à mente, é inegável que você esteja nessa sala, mas não é você que está na sala. O silenciamento, a aquietação da mente, esvazia de substância todas as coisas. Como é que você está agora? "Não sei" é um bom começo. Se você sabe, é porque você pediu auxílio da mente para conceber uma situação, descrevê-la, e você tem que acreditar naquilo. Se você não acredita, se você não pede para a mente, você não sabe. E quando é que isso termina? Não sei. Vamos ver?
Em realidade, não começa nem termina. De um ponto de vista está sempre terminando e do outro ponto de vista está sempre começando. E tem um outro ponto de vista onde não começa nem termina.
Você segue os pensamentos, acredita nos pensamentos e gera outros pensamentos que sugerem que você pare de seguir os pensamentos. Mas você não tem que parar os pensamentos, só não acreditar neles.
Dizem que você é um idiota e você logo pensa que tem que fazer alguma coisa... decide ir para uma universidade. Isso faz de você apenas um idiota universitário. Ora!
Se você olha para o lugar certo, nenhuma descrição toca você. E isso é uma visão, não é uma crença. Eu não quero que você acredite. Veja! Isso é o que liberta você dessa condição de prisioneiro de uma cela vazia. Você é um prisioneiro que é a própria prisão onde não tem nem prisioneiro. Veja se você me entende. Você está preso numa prisão, mas não tem ninguém preso e, eventualmente, você há de descobrir que não tem nem prisão. Você estava apenas sonhando.
Um livro é um livro somente de acordo com a sua mãe, de acordo com a mente. Mas experimente perguntar para ele o que ele é. De repente, existe um silenciamento.
Pondere: você realmente acredita nas descrições que a sua mente faz a respeito do que quer que seja? Se sim, então você não viu a luz ainda.segunda-feira, junho 3
o insatisfeito teme o vazio da perfeição
De certo modo, o sofrimento é positivo. Eventualmente, ele pode levá-lo a si mesmo. É possível que quando você não agüentar mais, você se volte para o que realmente importa. E isso acontece em menos de um segundo.
A velocidade da luz não existe aos seus olhos e sistema neurológico. Este é o nosso dilema. Aqui estamos, insistentemente, tentando acessar o que não pode ser acessado. Por isso insisto: para ver o que não pode ser visto, deve haver um salto intuitivo.
Seus olhos não podem ver. Seus ouvidos não podem ouvir. A mente jamais poderá pensar o ser. É um salto quântico. Ao me ouvir, você pode dar-se conta de que você já é aquilo em que você quer se tornar.
Você entende?
Participante – Muito pouco. Na verdade, estou entendendo o que mais me interessa.
E o que mais te interessa?
Participante – Achei interessante quando você falou, antes, a respeito do nosso investimento na mentira.
O que você entendeu? Do quê você se deu conta, exatamente?
Participante – Consegui entender que estamos sempre querendo chegar ao pico. Consideramos, inclusive, não encontrar a Verdade agora, porque ainda esperamos ser milionários e felizes.
O agora nunca basta, não é mesmo?
Participante – Estamos sempre no futuro.
Eternos insatisfeitos. Quando você vai entregar essas pequenas ideias e se dar conta de que o agora está perfeito?