segunda-feira, dezembro 20
Tanto faz
Havia numa aldeia, uma velha conhecida por todos como a mulher chorosa. Esse apelido lhe foi dado, pois todos os dias - com chuva ou com sol - ela estava sempre chorando. A mulher chorosa costumava vender bolinhos de arroz na rua. Por ali, todos os dias passava um monge, a caminho da aldeia onde ia pedir esmolas. Um certo dia ele resolveu parar para conversar com ela: "Senhora, todos os dias, faça sol ou faça chuva, eu a vejo chorando. Por quê?" - perguntou o monge. Então ela explicou que tinha dois filhos artesãos, um confeccionava delicadas sandálias de couro e o outro guarda-chuvas. "Quando faz sol eu me sinto tão aflita porque ninguém vai comprar os guarda-chuvas do meu filho e a sua família e ele podem passar necessidades. Então eu choro. E quando chove, choro porque penso no meu filho que faz sandálias e tenho pena, porque ninguém vai comprá-las e ele também poderá ter dificuldade para sustentar a sua família" - explicou a mulher chorosa. O monge ficou pensando na história da mulher chorosa, enquanto comia um bolinho de arroz, de repente ele achou graça e riu. A velha perguntou o motivo do riso, e ele disse: "Mas a senhora deveria ver as coisas de outra forma! Quando o sol brilha, o seu filho que vende sandálias pode vender muitas sandálias e isso é muito bom! Ele poderá guardar dinheiro para os dias de chuva. E quando chove, o seu filho que faz guarda-chuva venderá muitos guarda-chuvas e poderá também guardar dinheiro para os dias de sol, isso também é muito bom" - disse o monge. A velha olhou para o monge com um sorriso nos lábios e desde esse dia passou a sorrir todos os dias de sua vida, chovendo ou fazendo sol. Ao passar do tempo, ninguém mais a chamava de a mulher chorosa, mas de a mulher sorridente.
Todos nós imaginamos que o entendimento é algo muito árduo, muito difícil. Mas, na verdade, é muito simples. Talvez uma breve investigação e se faz possível saber por que você sofre. Um diálogo mínimo pode colocá-lo numa outra dimensão de entendimento. Tudo o que você acredita, é o que está em pauta. O que acentua o seu aparente problema, é que você convive com pessoas que também acxreditam nas mesmas coisas. Mas o diálogo que pode libertá-lo está sempre à espreita, a investigação está sempre em potencial, escondida dentro do instante.
Chorando, sorrindo, chovendo ou "solando"... mantenha o foco em quem você é. Transgrida o condicionamento que diz que quando está bom, você é feliz e quando está ruim, você é triste. Algumas raras pessoas começam a desconfiar desse programa e arriscam experimentar o "tanto faz". Porque não depende de estar bom ou ruim para ser você.
O entendimento nos move para longe do condicionamento. Na quietude, não buscamos nem evitamos uma coisa ou outra. Na quietude, eu me dou conta de que o que está acontecendo, está acontecendo por fatores infinitamente maiores que eu, e eu não tenho o mínimo controle sobre eles. Somente na quietude, é possível saber que todos os acontecimentos são temporários. Portanto, quando está bom, eu não solto foguetes e quando está ruim, também não. Nem uma coisa nem outra.
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Whatever
ResponderExcluirThere was in a village, an old woman known by all as the weepy woman. This nickname was given to her, for everyday - with rain or sun - she was always crying. The weepy woman used to sell rice dumplings on the street. Over there, there was a monk who used to pass by everyday, on his way to the village where he would beg. On a certain day he decided to stop to talk to her: "Madam, everyday, whether it´s sunny or raining, I see you crying. Why?" - asked the monk. So she explained that she had two sons who were craftsmen, one made delicate leather sandals and the other umbrellas. "When it is sunny I feel so distressed because no one is buying my son´s umbrellas and his family and himself may go through hardships. So I cry. And when it rains, I cry because I think on my son who makes sandals and I grieve, because he too may have troubles supporting his family" - explained the weepy woman. The monk kept thinking about the weepy woman´s story, while eating a rice dumpling, suddenly he got amused and laughed. The old lady asked why he was laughing, and he said: "But you should see things in another way! When the sun shines, your son who makes sandals can sell many sandals and that is very good! He can keep money for the rainy days. And when it is raining, your son who makes umbrellas will sell many umbrellas and can also keep money for the sunny days, and that is very good too" - said the monk. The old lady looked to the monk with a smile on her lips and since that day, she spent all the days of her life smiling, raining or sunny. As time went by, no one called her the weepy woman anymore, but the smiley woman.
We all imagine that the understanding is something very arduous, very difficult. But, in truth, it is very simple. Maybe a brief investigation and it becomes possible to know why you suffer. A minimum dialogue may put you in another dimension of understanding. All that you believe, is what is on the agenda. What increases your apparent problem, is that you live with people who are also believing the same things. But the dialogue that can set you free is always stalking, the investigation is always potentially there, hidden inside the instant.
Crying, smiling, raining or "suning"... keep the focus on who you are. Transgress the conditioning that says that when it is good, you are happy and when it is bad, you are sad. Some rare people start to distrust this program and risk to experiment the "whatever". Because it is not dependant on being good or bad to be you.
The understanding moves us away from the conditioning. In quietness, we don´t search nor avoid one thing or the other. In quietness, I realize that what is happening, is happening because of factors infinitely bigger than me, and I don´t have the minimum control over them. Only in quietness, is possible to know that all happenings are temporary. So, when it is good, I don´t make a fuzz, and when it´s bad, also. Not one thing nor the other.