terça-feira, junho 14

nem alegre, nem triste: liberdade.


















Se você pudesse agir como uma pedra ou como um animal, não seria mais interessante? Dadas as circunstâncias, é claro. Quando você fosse chamado a ser “humano”, seria humano, mas, uma vez explorado o estado pedra de ser, todas as dimensões estariam totalmente abertas para você. Você estaria com o tráfego livre em todas as dimensões do conhecido. Nada limitaria você.

O que quero dizer? Este é um convite para que você assuma uma identidade que é sinônimo de liberdade. Tudo o que ocorreu, está em ocorrência e que venha a ocorrer está contido em você. Nada deve ser negado. É uma proposta bárbara, eu sei! Rompe com o civilizado. Mas, o que fica tácito nessa proposta é que não se comportar de acordo com a maneira que os outros querem que você se comporte, faz do seu comportamento algo espontâneo.

Satsang, portanto, nos revela o espontâneo, o puro, o inocente, o aqui e agora, o eterno e o ilimitado... a liberdade total.

Se a felicidade se aproxima de você ela é vivida em totalidade; se a tristeza se aproxima de você, da mesma maneira, ela é vivida em totalidade. Mas você não faz a sua casa em nenhum desses ambientes. Você trafega entre todos os ambientes, mas não para em nenhum. Pois você, quem você verdadeiramente é, não é limitado por nenhum estado específico de ser, você não tem uma morada – você é onde todas as coisas acontecem.

Como sugere Cecília Meireles, nem alegre nem triste. O meu convite é que você comece a ver isso como sendo existencialmente você. E um dos propósitos é que, absorvendo o que está sendo dito em totalidade, mesmo que surja tristeza ou culpa gerada por um ato qualquer, ao contrário da “culpa” sugerida pelos critérios sociais, você salte para fora de todas as concepções – que não passam de ideias medievais – e note a inconsistência dos acontecimentos.

Realize que mesmo para ser uma pessoa, você precisa corresponder a condições externas a você. Por isso eu insisto! Essa é a minha ilimitação: eu não sou alegre e não sou triste tampouco. Nenhuma das duas possibilidades apreende a minha condição. A minha condição é incondicional. Então o meu convite é exatamente este: será que não viveríamos melhor, se não tivéssemos limitações?

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