O ser humano recebeu um papel. É como se ele fizesse parte de uma tragédia, grega. Venho, portanto, com um único convite. Proponho que você abra os seus olhos. Abra os olhos e essa tragédia tende a se tornar uma comédia, naturalmente. Nada precisa ser feito com a tragédia, apenas abra os olhos e ela vira uma comédia, imediatamente.
O problema é que, equivocadamente, parece natural permanecer de olhos fechados e artificial viver de olhos abertos. Com os olhos fechados, existe uma espécie de comunicação entre as partes. Quando você abre os olhos, é notável que não há comunicação nenhuma. Na verdade, a humanidade sofre de entropia generalizada, cada um fala de uma coisa.
Minha proposta não exige nenhum movimento para sair da tragédia. Apenas, com os olhos abertos, veja que você não faz parte da tragédia, que isso não passa de uma projeção. Experimente! É como ir ao cinema. Escolha um drama e sente-se para assistir. Quando a luz se apagar, tente ficar totalmente consciente de onde você se encontra, observe. Haverá uma grande revolução, um intenso movimento a nível sentimental e emocional, na sala. Dependendo do filme, você passará por muitos aspectos. Sentirá alegria, raiva, medo, ternura, compaixão, amor, ódio, tesão... E, ao final, quando acendem as luzes e apagam a tela, você simplesmente pega o seu saco de pipoca e sai. Você até tenta metabolizar intelectualmente o que aconteceu naquela história, mas não passa de mera especulação.
Quando você assiste um drama, o que ele alimenta? E um filme de terror, que parte sua ele alimenta? Ele praticamente te obriga a fechar os olhos. Ele alimenta a parte obscura, trágica do papel que o ser humano herdou. Abrir os olhos promove uma nutrição diferente.
Existem muitos mal entendidos, tudo o que é dito pode ser adaptado. Não adapte, olhe! A única coisa que lhe resta, se você realmente quer libertar-se do engano, é abrir os olhos. No sonho que você vive, de olhos fechados, você é um personagem com um destino obscuro; um personagem regulado por uma trama de perdas e ganhos. O tempo todo está em pauta se você está se dando bem ou se dando mal; se vai dar tudo certo ou se vai dar tudo errado. Este é o drama do personagem. Isso é estar de olhos fechados.
E não precisa despertar em seu personagem a preocupação ativa de abrir os olhos de outrem. Abra seus próprios e isso será suficiente! Abra seus olhos e mantenha-os abertos. Isso irá contagiar quem estiver próximo, na mesma vibração, pois não existe distância física nisso que estou apresentando.
A distância física faz parte do mundo dos olhos fechados. Quando abre os olhos, se dá conta que a distância física é ilusória. Ela faz parte da tragédia. Na comédia, você descobre que, se tudo é você, não tem como haver distância física entre você e você mesmo; afinal, não tem nada, nem ninguém que não seja você. Existe uma combustão espontânea, mesmo sem nenhuma proximidade física, porque existe um campo vibratório.
Olá Satyaprem,
ResponderExcluirSei que estou assistindo a um filme agora, mas minha mente não me deixa desprender disso e o tempo todo (ela me deixa escrava do tempo) não consigo deixar o SER APARECER. Parece uma síndrome de querer resultados, de buscar algo. Parece que fico buscando uma regra, uma postura, um estado de deixar SER, mas ao que parece isso é coisa da mente, imatura e nem um pouco espontânea. Como fomos programados hein?
Abração!
Fernando Franco
http://faroldobuscador.blogspot.com