quinta-feira, setembro 30
não tente mudar
Só há uma forma de você ver e é ficando quieto. Esse “quieto” é um quieto que não pensa. Você tem tentado se ajudar, todo mundo aqui tem tentado ser o melhor: a sua mãe, a sua irmã, você. Não está na hora de parar de tentar ser o melhor e aceitar tudo do jeito que é dado, como está posto? Com carinho, com compaixão. Quem é você para se meter? E se você se meter, aceite com totalidade que você se mete, ou aceite que alguém se meta na sua vida. Não tem problema! Não brigue, não tente mudar aquilo que está posto.
Quando você tentar mudar aquilo que está posto, não tente mudar que você está tentando mudar. Tudo é aceitável. Dê boas-vindas a todos os pensamentos, sentimentos, a todos os seus processos. Pare de julgar tudo como inadequado. Não há inadequação. As coisas estão acontecendo porque estão acontecendo, você não precisa fazer nada. Todas as ideias que colocaram dentro de você, de que algo precisa ser feito, é perda de tempo. Você tem que ver isso claramente, sem nenhuma dúvida.
Não é para acreditar. Não acredite em nada do que estou falando. Olhe, verifique, observe. Veja se tem sentido, se tem realidade, se é tangível para você. Porque, se for tangível, é seu, ninguém pode lhe tirar. Você está vendo com seus próprios olhos.
Lembre-se: a essência da mente é pensar, então, ela pensa. Deixe-a pensar! Até agora, você tem brigado com isso, não tem aceitado, tem achado inadequado porque você leu em algum lugar que era preciso parar de pensar. Mas, diga-me: você pensa? O Ser pensa? Não, o Ser não pensa. Então, não precisa parar de pensar, apenas dê-se conta de que você não pensa.
quarta-feira, setembro 29
“Ser” não depende de nenhum fazer.
Não adianta perguntar a resposta fundamental para sua mente,
porque sua mente não sabe.
Então, aqui, existe a comunhão do Satsang -
um olhar direto para aquilo que você é, agora.
E, se você quer saber quem você é,
no agora não dá tempo de tecer nenhum pensamento a esse respeito.
Em outras palavras: se está tentando capturar “quem você é”,
significa que você está imaginando que você seja um objeto
que possa ser capturado, contido.
Mas quem capturaria esse objeto?
Agora é ausência de tempo.
Então, agora, você não pode capturar o objeto que você é,
e, inclusive, eu não estou pedindo que você faça isso.
Eu proponho, na verdade, que pare de tentar capturar “quem você é”.
Se alguém está propondo isso para você, está propondo erroneamente.
Se você segue essa proposta, o que vai acontecer é que você vai tecer uma filosofia
que, por mais bonita que seja, não é verdadeira.
Você não precisa capturar “quem você é”,
simplesmente porque você já é você.
Para a mente isso não faz o menor sentido.
E é aí, exatamente, que se encontra a necessidade de estarmos em Satsang.
Porque estamos aqui para sermos quem somos e não para aprender alguma coisa.
Se está aprendendo algo, você está aprendendo com sua mente.
“Ser” não depende de nenhum fazer.
No entanto, quem você pensa que você é, foi feito.
Isso que você pensa que é, é tão pequeno que seria incapaz de compreender,
de conter o “Ser”.
Então, estar em Satsang significa “Ser”.
Estar em Satsang significa colocar de lado todas as idéias que você tenha
a respeito do mundo e de si mesmo e simplesmente Ser.
Antes de ser mulher, para você ser mulher, primeiro você tem de “Ser”.
Mulher é um adjetivo, mulher é algo colocado ao redor do “Ser”.
O que quer que seja que você descreva como sendo você, é posterior ao “Ser”.
terça-feira, setembro 28
O passado não está aqui!
Jogue tudo fora! Esqueça tudo o que ouviu antes.
Vamos começar tudo de novo...
Você precisa aprender a começar tudo de novo
em todos os momentos.
Nao existem respostas prontas.
Esqueça todo o blá blá blá. O passado não está aqui.
Você diz que gostaria de celebrar a vida.
A minha pergunta é simples:
quem exige que você seja mais celebrativa?
Não imagine nada! Simplesmente olhe e veja.
Participante – Eu não encontro uma resposta.
Porque não há uma resposta. Então, eu pergunto:
dá para a vida ser simplesmente do jeito que está sendo agora?
Participante – Sim
Agora, só por um instante, permita-se "imaginar” que você está
dando “ok” para o fato de ser alguém que está brigando com a vida.
O que acontece?
Participante – Aí tudo se torna uma piada. [SORRINDO]
Este é o “sim” que eu o convido a dar.
Este é o “sim”. É um simples “sim”.
Veja! O que você está precisando agora?
Participante – Absolutamente nada.
Quando digo que devemos celebrar a vida,
estou propondo que você celebre este momento.
Veja como é fantástico!
O que está acontecendo com você agora?
Participante – Celebração.
Viu como é simples?
Você queria celebrar a vida e agora está celebrando.
segunda-feira, setembro 27
do aqui para o aqui
Você pergunta como chegar ao aqui e agora...
mas, eu pegunto:
“Como chegar a um lugar onde você já está?”
Este é um grande dilema.
Você imagina que o aqui e agora não está acessível,
que algo precisa ser feito,
e, assim, se perde em seus pensamentos.
Se pudesse olhar com total sinceridade e honestidade
para os pensamentos, para os desejos –
que são pensamentos ocorrendo na sua mente –,
como coisas sem importância, com as quais não existe
nenhuma necessidade de se incomodar ou fazer algo,
o que lhe aconteceria?
Experimente!
Assim como um pensamento vem, vai.
Ele não vem de lugar nenhum e some.
Mas você tem um enorme apego: ou gosta do que pensa,
ou não gosta do que pensa.
Você tem se devotado aos pensamentos,
mas os pensamentos, em si, não têm o menor apego a você.
Eles não são fiéis, não ficam com você para sempre.
Ou há algum pensamento que o acompanha desde o seu nascimento?
Não há.
Mas você tem colocado toda a sua energia em ser fiel aos pensamentos,
em resolver os problemas deles, em fazer o que eles disseram,
ou em evitá-los como se fossem algo real.
Será que é preciso toda essa importância
que você dá para os pensamentos,
ou você pode desconfiar deles?
O meu convite é que você desconfie de todos os pensamentos que tem.
Todos!
Não apenas dos pensamentos ditos negativos, mas dos positivos também.
sexta-feira, setembro 24
não existe pensamento sem tempo
Você tem construído uma entidade imaginária, que é mensurável,
e você se identifica com ela. Mas, por que se identificar com algo que não é você?
Você sofre tentando manter todas as ideias juntas, conectadas,
com uma certa coerência. Freud chama isso de “ego”, e antigamente
os budistas chamavam de “eu”. É aquela noção de que há um “eu”,
um alguém com identidade própria, com um limite.
Porém, o que é necessário para qualquer limite?
A identidade, a entidade, precisa de tempo e espaço.
Para pensar a si mesmo, é necessário tempo – não existe pensamento sem tempo.
Da forma como você se compreende, você pode existir sem o tempo?
Você pode pensar sem o tempo? Experimente!
Pense a si mesmo sem ter tempo para pensar – isso não faz o menor sentido.
A verdade é que, se não te derem tempo, você não tem a menor ideia
de quem você é. Para a sua mente existir, para o ego existir, para pensar
a si mesmo, você precisa de tempo.
O infinito é o que você é. Isso, que existe na ausência de tempo
e na ausência de espaço, é você. Como nada pode existir na ausência
de tempo e de espaço, você, em si, não existe. Essa é exatamente a sua realidade.
Você é algo que não pode ser tocado, que não é tangível, que não pode ser medido.
A transcendência do Ser ocorre na ausência de tempo e na ausência de espaço.
quarta-feira, setembro 22
É tempo de encontrar!
[Satyaprem] O que você perde, aceitando isso que não quer aceitar?
[Participante] O que perco? O que tenho em minha mente.
Isso em que estou enganada.
[Satyaprem] O que a sua mente lhe dá, que é tão precioso?
[Participante] É a segurança do ego, a segurança de estar aqui.
Mas não é isso. Sei que não é...
[Satyaprem] Qual é a minha pergunta?
[Participante] O que é tão precioso, que minha mente me dá.
[Satyaprem] O que é, tão precioso? Presença, silêncio,
tranquilidade, clareza, luz, confiança, compassividade,
paciência, amor, perdão... Tudo isso?
[Participante] Estou em "choque", não estou escutando...
É como se não pudesse nem te entender...
É como se estivesse tudo cruzado.
[Satyaprem] Bom.
[Participante] É como uma bomba. É como uma explosão.
[Satyaprem] É por isso que você me trouxe aqui. Você está cansada.
[Participante] Sim.
[Satyaprem] Você está cansada de buscar. É tempo de encontrar.
Mas você tem que arriscar tudo!
[Participante] Dá medo.
[Satyaprem Sim. Obviamente. A gota está vendo o Oceano
e vê que vai desaparecer, se saltar. Não vai ficar nada de você.
É natural. Então, aceite o medo.
[Participante] O desafio.
[Satyaprem] Sim.
[Participante] Saltar. Não pensar.
* Trecho de Satsang em Bogotá, Colombia, 2009.
terça-feira, setembro 21
Consciência é tudo que existe
Não há resposta a ser procurada. A questão é irrelevante, é somente um dispositivo que aponta para que você veja quem você é. Está além da periferia ou do centro. Essa pergunta somente aponta para algo. Você faz a pergunta e imediatamente olha para aquilo que você é, sem passar por nenhum pensamento ou sentimento. É a experiência da não experiência. É algo que pode ser visto diretamente, sem reflexo.
Quem você é, existe embaixo de tudo o que acontece na assim chamada “periferia”. Você não pode ser percebido, nem com os pensamentos, nem com os sentimentos, nem com a sua mente, nem com o seu corpo. Você é aquele que transcende o corpo e a mente. Você tem que ter uma experiência direta do Ser que você é.
O “Eu Sou” é uma manifestação da Consciência em repouso, o grande “eu”. Não existe um “como”, a pergunta apenas aponta para você ver. Há um momento em que você tem que largar a pergunta também.
A pergunta é abandonável, você só pergunta para ver – está além dos sentidos. Você pode sentir uma manifestação energética, mas o Ser não é uma manifestação energética. O Ser está além das manifestações. As manifestações pousam nele, vêm dele. É o oceano e as ondas. O Ser não é escuro, nem claro. Ele não tem forma, limite, não tem o que você possa ver, é indefinível. Estamos aqui apenas para que você perceba que o que você vê não faz sentido intelectualmente. No entanto, você é capacitado a ver e isso está disponível todo o tempo, aqui e agora.
Não existe um ponto de onde você venha. Não há um ponto de foco, de nascimento. Não tem um ponto de morte. O Ser não vem, nem vai – ele é a única coisa que permanece. O Ser não se move, não faz barulho; o Ser é apenas observação vinda de lugar nenhum. Chamemos de “Consciência”. Essa Consciência é tudo o que existe. Qualquer que seja a forma que essa Consciência tome, é ela. A forma é efêmera; a Consciência permanece.
segunda-feira, setembro 20
eterna vigilância
O que me parece que é importante é que você
se distancie daquele que tem dor.
Veja que você não é aquele que tem dor.
E isso só vai se estabelecer na medida em que
você não só aceita a proposta, como verifica e medita sobre isso.
Entre nisso e comece a notar quem é que está com fome,
quem está com sede, quem está com sono...
Volte ao princípio de tudo e dê-se conta de que
você é aquele que observa. E isso é um fato!
Não estamos tratando de uma teoria.
No entanto, foi criada uma identificação com o observado
desde os primeiros momentos de vida.
E você confunde aquilo que está sentindo, como sendo você.
Mas o processo de observação é o que eu o convido a não parar.
Continue observando. É uma eterna vigilância!
Veja que aquele que está sentindo isso ou aquilo, não é você.
Note que as sensações passam e você não passa.
Podemos considerar que a observação se estabeleça,
de uma certa forma, através de uma prática.
Mas, ulteriormente, isso já é você. Esse é o ponto.
Talvez seja complexo para você compreender.
E é por isso que eu faço alguns movimentos em direção
a seguinte verificação: agora, nesse instante,
tudo que está ocorrendo, está ocorrendo em si,
ou porque você tem a observância desse acontecer?
Claro que é duro submeter-se a essa Verdade.
Porque, dessa maneira, todas as metas do seu ego,
todos os métodos, todas as ideias ficam temporariamente canceladas.
Mas é tão simples! Não tem nada a ser feito.
E se você olha com clareza, é possível ver que
nem aquele que está morrendo é você.
sábado, setembro 18
você é um 'não-eu'
Onde estão, agora, todos os acúmulos de conceitos, de conhecimentos,
de grandes revelações que você teve?
As pessoas vivem com conclusões às quais chegaram no dia anterior.
Você vai viver hoje de acordo com aquilo que decidiu ontem?
Essa não é a criança. Esse não é o Buda.
O Buda é ilógico.
Seus pais não irão gostar disso. Nem você vai gostar, na verdade.
Porque você sempre teve que ser coerente.
Se tomou uma decisão ontem, como mudar de ideia hoje?
Aqui, entenda, estou falando de conclusões a respeito
do que a realidade seja ou de como você deve se comportar.
Não estou falando de compromissos que você assumiu.
Preste bem atenção! Se assumiu um compromisso vá até o fim,
não use desculpas. Mas as decisões que você toma a respeito de
como deve se comportar, não passam de imaginação.
Dê-se conta de que não existe “você” para fazer as coisas.
Tudo vai acontecendo, não é você que está fazendo nada.
Eu sei que parece controverso o que estou dizendo,
mas é aí mesmo que devemos entrar.
Parece controverso porque você ainda tem dúvida
de que, talvez, exista um “eu”.
Você é um "não-eu".
E esse "não-eu" que você é, é o mesmo que eu sou.
Mas você ainda questiona: “Como as coisas são feitas?
Como eu devo fazer as coisas?” Você não as faz,
elas acontecem através de você.
Veja! Você tem tomado grandes decisões que o torturam,
que não lhe deixam em paz. A grande brincadeira é que
você não pode viver de acordo com suas ideias.
Quando você "des-decide", as coisas fluem, acontecem.
Se ainda não se deu conta disso, investigue!
Continue tentando fazer algo. Mas, se já se deu conta
de que tudo acontece do jeito que tem que acontecer,
quanto mais solto você estiver, quanto menos ambicioso for,
quanto menos egoísta for, quanto menos investir
em querer que as coisas sejam do jeito que você gostaria que fossem,
mais rio você se torna. Você se torna um rio fluindo...
fadado a desbordar no Oceano.
sexta-feira, setembro 17
Basta olhar para dentro
A ênfase em olhar para dentro deve ser absoluta.
Se você olha para o lado externo, vê limitação, em todos os lugares.
Se olha para fora, tudo o que você vê é limite, inexoravelmente.
E diante disso, antevemos que esse corpo e essa mente têm limites,
porque eles foram condicionados por pessoas altamente limitadas pelo tempo,
pela cultura imposta. E você até pode trabalhar isso, mas, mesmo assim,
não há ilimitado na mente e no corpo.
Portanto, a ênfase é: vá para dentro!
E na medida em que você vai para dentro,
vê que as pessoas estão se atropelando -
nessa ansiedade, nessa angústia, nesse medo -,
porque tudo que elas têm está do lado de fora.
Você tem que começar a ver isso no seu dia-a-dia.
Comece agora! Este é um bom momento.
Neste instante: quem é você?
Onde você olha para responder esta pergunta?
Olhe para dentro! Comece a entender o que “dentro” significa.
E, de dentro, não pode surgir nenhuma resposta,
senão Silêncio, relaxamento, paz.
Toque nisso, se desmanche nisso... Está presente aqui e agora!
Meditação não é uma técnica a ser feita, é algo inerente,
que está dentro de você. Basta olhar para dentro.
quinta-feira, setembro 16
Tudo é Leela. Aprenda a brincar!
Tudo o que acontece tem de acontecer e, nesse sentido, nada acontece. Na periferia, as coisas acontecem: elas vêm, vão, e mudam de forma – inclusive você. Você era uma criança, um bebezinho, depois cresceu, ficou adolescente... depois uma mulher e, eventualmente, você vai virar uma mulher velha, mudando de forma constantemente. Tudo o que existe no corpo, na periferia, é uma mudança. No entanto, você tenta aprisionar, conter uma ideia de si mesmo.
Mas veja que você tem falhado – ou você se lembra de tudo o que aconteceu? Tanta coisa já passou. Quando você vê que tudo é como água corrente, não tenta segurar a água com as mãos, você a deixa correr. Inclusive, tire as mãos da água e diga: “Vá para onde quiser”. Um barco perdido, necessariamente, bate no Paraíso. Porque não há nada mais que não seja o Paraíso! Tudo o que há é o Oceano. Você vai sair do Oceano e cair para onde? Você volta para o Oceano de onde veio, de onde nunca saiu.
Você pensa estar fora apenas na sua imaginação, mas, na realidade, não tem nada fora da Existência, não há nada fora da Consciência que você é. Você pode pensar que foi a Marte, ou que foi a princesa Isabel, mas isso não faz de você a princesa Isabel. Você não é a princesa Isabel. Você não é nem aquilo que você está pensando que é, imagine, então, ser a princesa Isabel!
Quando se dá conta de que você não tem limites, o que pode aterrorizar esse Ser que você é? Não tem nada fora dele. O medo, a angústia, a ansiedade... todos esses sentimentos são periféricos, acontecem na ideia de separação. No momento em que você olha e vê que não está separado, tudo isso fica irrelevante, sem sentido.
Você pode fazer o que quiser, o que pintar na sua cabeça, não muda absolutamente nada. Tudo é uma grande brincadeira, leela. Aprenda a brincar!
quarta-feira, setembro 15
Um toque no particular...
Existe na maioria dos sannyasins do Osho, a ideia de que se ouvirem um mestre vivo,
estarão traindo o Osho. Eu acho que essa é uma noção muito equivocada.
Não é isso que ocorre. Até porque, ouvir outro mestre não significa
que você vai entrar no caminho dele, ou o que quer que seja.
De verdade - e hoje eu vejo isso de uma maneira muito mais pura -,
não existe caminho do mestre. Não existe nem caminho. Não existe mestre.
Existe você mesmo criando circunstâncias e situações para ver
quem você realmente é.
Os personagens que apareceram com o nome de mestre na minha trajetória,
no final dela, de nenhuma maneira, se contrapõem à ligação que eu chamaria de
discípulo e mestre com o Osho. E, além do mais, o Osho descreve isso muito bem.
Ele diz que você começa como discípulo, vira um devoto,
e ultimamente você emerge no mestre, onde existe uma dissolução,
onde não existe mestre nem discípulo. Então, permanecer numa
redução relacional dualista de mestre e discípulo é incompreensão.
Aqueles que não compreendem isso, não compreendem seu próprio mestre.
Chega um momento em que você tem que se expor a todas as coisas
que a sua mente chama de perigosas, exatamente para testar a veracidade,
a existencialidade, do que o seu mestre lhe propôs. Aqui, eu tomo o mestre,
o Osho, como literal nesse momento. Nunca houve a necessidade
de um outro mestre. Quando estive na presença de outros mestres,
eu não estava buscando um outro mestre. Na verdade, ir em direção a um mestre vivo
é, talvez, para completar o que já foi iniciado. E, ademais, nunca houve comparação.
Eu gostaria que as pessoas, principalmente os discípulos do Osho,
se dessem conta disso: ele não falhou de maneira nenhuma na proposta que foi feita.
O seu trabalho foi começado. E de uma certa maneira -
vou dizer isso, vendo a controvérsia e talvez o mal entendido que pode ser gerado -,
você tem que terminar. Terminar o trabalho do mestre é olhar literalmente
e tentar entender com o máximo de clareza o que significa todos os toques e
dicas aparentemente contraditórias que ele gerou. Mas, de verdade,
ir de encontro a um mestre vivo talvez seja o Toque de Midas que você precisa
para compreender que o Osho já deu tudo o que você precisava,
e você está completo.
O trabalho do Osho foi, para mim, um diferencial.
Não existe nenhum outro mestre que tenha tido a abrangência de atuação
que ele propôs. Fez uma proposta radical e avessa. Trabalhou um campo
e o tornou fértil. Ele sabia que a iluminação viria, mais cedo ou mais tarde,
irremediavelmente. Ele se preocupou com o geral. Propôs uma mudança.
Talvez ele tenha agido como uma mudança social, uma mudança de paradigma.
E hoje os mestres estão dando um toque no particular.
Os medos que a mente tem, de traição, por exemplo, são equívocos.
Isso é muito fácil de ser eliminanado, se você estiver pronto.
E se você não arriscar se perder, não vai se encontrar.
Portanto, estar na presença de um mestre vivo, talvez o faça ver
que dentro de você tem algo vivo que você nem se deu conta que está vivo.
_
Trecho de Entrevista concedida à Regina Festa,
São Paulo, agosto de 2009.
terça-feira, setembro 14
os lírios não têm ideia do mundo
Veio à tona um poema do Fernando Pessoa, em que ele diz:
“O mundo não é ideia minha.
A minha idéia de mundo é que é ideia minha”.
Se você notar que tudo que você concebe são apenas ideias
que você tem a respeito das coisas, você saberia que as coisas são as ideias
que você tem das coisas.
Satsang é fazer com que você encontre as coisas na sua pureza,
sem a interferência de suas ideias.
Nesse encontro entre você e as coisas, você vai notar que não existe nem você
nem as coisas. Ou, melhor dizendo, você e as coisas são a mesma coisa.
Mas você precisa ter a coragem de ir de encontro à remoção da tela
que o separa de tudo.
Você sofre no mundo, não porque o mundo quer que você sofra,
mas porque você tem uma ideia de mundo que é sofrível.
Nós estamos aqui para mudar a nossa ideia de mundo? Não.
Tenhamos ideia nenhuma de como o mundo deva ser.
Vivamos o mundo do jeito que ele é, como os lírios –
eles não têm ideia nenhuma do mundo.
Você já viu algum lírio tentando virar presidente do mundo ou pregando a paz?
No momento em que todas as pessoas virarem lírios,
o mundo deixa de existir; porque o mundo é exatamente a ilusão em acontecimento.
Se tiver a coragem de olhar para o que estou dizendo,
uma série de conceitos que estão condicionados na sua mente –
como sendo realidade –, começarão a sofrer um desmantelo.
Satsang elimina toda a mentira.
Se o coito não for interrompido, você vai até o fim.
Se o coito for interrompido, nesse caso, as suas prioridades ainda estão intactas.
segunda-feira, setembro 13
O "eu" não é você!
A sua natureza é Observação.
Você não pode ser nenhuma outra coisa.
Praticamente todas as coisas que estão em pauta, a maior parte,
fazem parte da dimensão dessa entidade "eu". Mas isso não é você.
Portanto, não controle a entidade. Não faça nada com ela.
Eu não estou aqui o convidando a fazer algo em relação a ela.
Somente assuma a sua condição de Observador e observe.
Essa entidade é um político. Ela quer falar por você.
Ela pensa que sabe o que é melhor para você.
Mas esse "você", que está em pauta para ela, é ela mesma.
Não é você.
Se você começa a se dar conta – e é fantástico de ver –,
nota como ela está em ação no dia-a-dia.
Ela faz muitas coisas e talvez seja um pouco desesperador
descobrir que não tem "você" em lugar nenhum,
que, praticamente todo o tempo, é a entidade que está agindo.
De alguma maneira, você está me ouvindo em Satsang,
mas ainda não trouxe para a realidade do agora, aquilo que você vê,
aquilo que você é.
Tem uma metáfora interessante:
"É como um homem que parece pobre,
mas tem trezentos milhões de reais no banco".
Por que ele não usa sua riqueza?
A mente, a entidade, está sempre lidando com o mundo
sob uma noção de pequenez. A entidade é muito pequena,
e está sempre tentando ser aprovada, se engrandecer.
Não há o que fazer. Não tem como remediar isso,
porque a relação dela com o mundo é exatamente assim.
A entidade "eu" é infinitamente minúscula.
Enquanto você, quem você verdadeiramente é, é infinitamente vasto.
Veja! Que tamanho você tem, agora?
Mas a maioria das suas relações sofrem regulagens
sob a ótica da pequena entidade.
Existe tamanha identificação com os objetos, com os pensamentos,
com as sensações, com os sentimentos, com o corpo e com a história.
Toda essa identificação é estorvante.
A estrutura da entidade está sempre lhe trazendo para a realidade dela.
E a Consciência, diga-se de passagem, não briga com o estorvo.
A Consciência não briga com nada,
Ela simplesmente aceita essa (aparente) realidade reducionista -
que te limita e obviamente o faz sofrer,
porque você não se dá conta de que "tem 300 milhões no banco".
Talvez seja isso que Jesus estava dizendo, quando propôs:
“Perdoai-vos, eles não sabem o que fazem”.
domingo, setembro 12
sexta-feira, setembro 10
Você não pensa, nunca pensou e nunca pensará.
Henrique — Satyaprem, tem pensamentos que vêm a nós...
Todos os pensamentos vêm. Você não pensa nenhum pensamento, todos eles vêm.
Henrique — Mas tem alguns pensamentos que não gostamos de pensar.
E tem aqueles que gostamos de pensar.
Na verdade, quando não gostamos de determinados pensamentos, tentamos evitá-los.
A minha pergunta é: “Quem tenta evitar?”
Henrique — A mente.
A própria mente, que pensa, tenta não pensá-los.
Ou seja, ela pensa que não está pensando, mas isso é só mais um pensamento.
Isso é o pensar inadequado, porque é a mente que está pensando.
Você não pensa, nunca pensou e nunca pensará.
O pensante é o pensamento com julgamento.
Por exemplo, você fica com raiva de algo que aconteceu
e permanece com aquele pensamento, mas você não o quer e tenta não pensá-lo,
tentando interferir naquilo que está acontecendo. Ou seja, é a própria mente
que está pensando, tentando não pensar e tentando interferir
em algo que não pode ser interferido.
Outro exemplo: está chovendo. Tente fazer parar de chover e será em vão.
Isso é o que chamo de “pensante”, você estará pensando em vão.
Quando pensar em algo com essa qualidade, pense totalmente.
Pense tudo o que tiver que pensar sobre o assunto,
dê rédeas àquilo que você não gosta. Não estou dizendo para fazer algo.
Simplesmente contemple, observe, não interfira.
A mente “trabalhante” (working mind) é o pensar objetivo.
O pensar “trabalhante” é aquele que fundamenta uma ação real no aqui e agora.
Por exemplo, vindo para cá, eu precisava lembrar do que trazer e qual estrada pegar.
A mente é capaz e é para isso que ela existe. Mas pensar em me tornar o Brad Pitt?
Para quê? Não tem fundamento real, é um pensamento inadequado,
porque é um desejo artificial, é algo improvável.
Seria o cacto tentando se tornar uma orquídea, ele não pode virar uma orquídea,
por mais que tente. Essa é a mente pensante tentando realizar uma coisa
que é impossível em termos reais. Há pensamentos que não têm função real,
eles apenas acontecem. Por eles apenas acontecerem, você não se envolve neles.
Deixe que venham.
.
Trecho do Livro "Fragmentos de Transparência",
A orquídea e o pensar.
quinta-feira, setembro 9
Simplesmente devemos estar disponíveis...
Nenhuma ação correta pode nascer de uma decisão,
a ação nasce da observação daquilo que você é, da clareza -
é um transbordamento.
Nos encontremos até que seja totalmente descartada
a possibilidade de que você não seja aquilo que eu estou dizendo.
Porque uma vez que você veja “quem você é”
e isso esteja absolutamente transparente,
você devota todo o seu movimento a Isso.
Eu não estou o convidando a fundar uma religião.
Simplesmente devemos estar disponíveis.
Enquanto você falar grego, precisa falar com quem entenda grego -
até a realização do Silêncio,
onde você não precisa falar nada e nem ter ninguém para te ouvir.
A partir desse ponto, a sua solitude é poderosa em si.
Não tem o que fazer, você não precisa nada.
Você não precisa do outro.
Mas, enquanto o outro é necessário, que seja “o outro exato”,
Encontre-se com aqueles que estejam buscando a mesma coisa;
que estejam reverenciando a mesma coisa;
que estejam devotando o movimento existencial à mesma coisa.
quarta-feira, setembro 8
conceitos versus realidade
Você é o Buda, apenas tem que relembrar.
Todo o problema é o mal-entendido.
Vemos tudo através das condições que nos deram.
Nos relacionamos com os objetos através do nosso condicionamento;
através de um filtro. E esse filtro precisa ser removido.
Esse filtro não tem um aspecto físico, claro. Trata-se de um aspecto subjetivo.
Quero dizer: é um condicionamento imposto na nossa mente,
que nos diz como as coisas são.
Portanto, em Satsang, quando você começa a investigar,
começa a se dar conta de que a 'realidade' não é exatamente
como você estava pensando, que as coisas não são como a sua avó dizia.
A sua avó dizia que quando você nasceu, entrou nesse corpo,
vai ficar um tempo dentro dele... e quando a morte chegar, vai sair do corpo
e aguardar numa salinha, onde será feito um balanço
entre os prós e os contras da sua existência.
E a partir disso, você vai para o céu ou para um outro corpo.
E tudo se repete...
Essas versões são tão poderosas que a maioria dos humanos
ainda acredita nisso. É por isso que os Budas dizem que
a humanidade está dormindo, que 99,99% está num sono profundo.
O sono profundo significa conceber as coisas
e acreditar que a concepção que temos das coisas é o que as coisas são.
Parece um paradoxo, foi criado com essa intenção.
E até hoje você tem vivido como se estivesse fora do "aqui e agora".
Mas quando eu peço que saia do "aqui e agora",
você se dá conta de que não tem como sair.
Em Satsang, você está sendo confrontado com a realidade.
Você tem que examinar duas coisas:
ou você continua acreditando nos seus conceitos
ou você começa a viver de acordo com a realidade.
A realidade é que o "aqui e agora" é infinito
e nunca saimos do "aqui e agora",
porque não tem nada fora do "aqui e agora".
O que fazer, então, a partir desse entendimento prático, básico?
O que você precisa fazer para ficar no "aqui e agora"?
NADA.
Até hoje você acreditou no contrário.
Mas, em Satsang, todo o investimento que você colocou em ficar "aqui e agora",
se torna desnecessário.
segunda-feira, setembro 6
Open Letter to the Inner Circle - from RAMATEERTHA
Dear members of the Inner Circle,
recent developments around the issue of the OSHO Trademark are impelling me – Ramateertha – to write this letter.
I am aware of different possibilities and ways to look at this issue. Still, with this letter I do want to bring up and expose some of the important aspects that I feel that need to be shared and made public at this point.
The attempt to regard Oshos name as a trademark started to become an issue in ca. 1997/8 about 7 years after Osho left the body. It was proclaimed as a protective measure against the misuse of the name Osho.
Repeatedly from 1998 it was said that Osho wanted a trademark that would protect his name. If that was true, why there was no mentioning of it before and – if Osho really would have wanted this – would he not have taken care of this issue while he was in the body?
But, on the contrary, while he was in the body he opposed any kind of organisation that would create a legal bond amongst Sannysins in any form whatsoever. He was particularly clear about the centers: they should be independent – at the most spiritually affiliated. He made it totally clear, that he was against any centrally organised form of structure that would allow sannyasins to control or dominate other sannyasins. Centers should be free in their legal structure but also in their use of Osho’s name as a reference to his teachings and visions. They definitely should not be bound by a franchise contract which controls them in every aspect of their work.
Osho Quotes: “The world headquarters will be publishing my books, will be releasing my tapes, will be doing every kind of work. But it has no domination over anybody. All communes of the world are independent. All centers are absolutely free. They are under nobody’s guidance. My Sannaysins are directly related to me“. The Last Testament, Vol 6; Chapter #12
“... because the whole effort of Anand Sheela and her gang was to create a very centered hierarchy; so everything gets directed from above ... Seeing this I had to come out of silence, because it was absolutely against my work. I want a deconcentrated world of sannyasins. They should be given a clear-cut direction, understanding. Their responsibility should not be taken away. They remain responsible.
They remain free. They remain their own masters“. Light on the Path, Lecture 28; Question # 2
“We have suffered too much because of disciples getting related directly to each other, creating religions, sects, cults, and then fighting. They cannot do anything else. At least with me, remember it: you are not related to each other in any way at all. Just a liquid friendlyness, not a solid friendship, is enough – and far more beautiful, and without any possibility of harming humanity in the future“.
Beyond enlightenment, Lecture # 2;
In total contrast to these public statements from Osho, Osho International Foundation with its legal base in Zürich registered trademarks in the US and in Europe. Vatayana from Global Connections who says that she is acting as an agent for OIF, has been pressuring centers to sign the so called ‚Letter of Understanding’ because of those registered trademarks. If someone did not want to sign they were threatened with legal action and asked to stop using the name Osho for their center.
I was shocked to read the testimonies of Vatayana (Ursula Hoess) and Pramod (Klaus Steg) that were made in the US trial over the Osho trademark. They testify, that they have been visiting Osho Centers in order to police(!), supervise(!), monitor(!) or inspect(!) the licensees’ use of the term Osho:
Vatayana: “Corresponding with and monitoring Osho centers is part of the daily work that Osho Global Connection routinely undertakes for OIF”. Vatayana, after looking at a document, sent to an Osho Center: “This was part of our efforts to police licensed centers to ensure their compliance with OIF requirements“.
Vatayanas answer to the question whether she had personally inspected any of the licensed Osho Centers in the United States: “Y es“. To the question whether there were any other officers or employees of OIF who inspected Osho Centers she comes up with 4 more names of Sannyasins.
In a declaration from Vatayana from 2004 she adresses the court in the US writing: OIF (Zürich) monitors Osho Centers without its licensees’ knowledge (!) by conducting Internet searches (!) to confirm the licensees are not engaging in unapproved (!) activities, and by communicating directly with its licensees customers when those customers visit the Osho Commune.
In my understanding this kind of action it is an insult to Osho and his vision. What could have been an act of love or friendship, an act of sharing a certain understanding has been turned into an act of control and power.
The so called Osho Centerhandbook is turned into a legal paper as part of a franchise contract, that gives the rules and conditions of how a center should be organised and threatens with sanctions, namely that if you do not comply with those rules you will be forced to give up the name Osho – apart from the fact, that the name can be taken away from the licensee at any time without any reason!
How different sounds Osho, when he said to me in 1985 in Kulu Manali in an interview which I did for the German Osho Times:
“I don’t want any structure, because all structures create a certain kind of slavery ... An independent and free mind is always a problem, because he thinks. He may not agree with you. But freedom is more valuable than any functional, practical gains. Everything can be sacrificed to freedom. Freedom cannot be sacrificed to anything. So now there will be no more structures. Each commune should try to live intelligently, rather than following a certain structure unintelligently ... I am for individuality, I am for freedom, I am for the beauty of a chaos.“
I do not deny that the Centerhandbook can be of help for people who want to run a center. It can give directions. But it should be advisory, an aid and definitely not be part of a franchise contract or
a license that makes people dependent and takes away their freedom.
I am writing this letter because I urge the Inner Circle to oppose Osho International Foundation Zürich absurd attempts to trademark the name Osho and instead to respect the freedom of Oshos people to share their love for their Master and His vision.
The name Osho stands for this amazing Master and his teachings and his vision. It can not be separated: here the person and there the teaching. And it is not possible to monopolize the name Osho. It does not qualify to be a trademark because it is the name of Osho as a person and stands as description for the content of his teachings and visions.
The ® some people would like to add to “Osho” is deceptive if it is understood in the usual way. You may give the symbol a new meaning letting it stand for “®eligion” – a “Trademark Religion” - as that is what these people try to achieve: establish a new authority and make religion out of a vision. But then such a new understanding should be openly admitted and explained. To pretend against this, that Osho’s name is a trademark – the name of the man who has always been an advocate for total freedom without religion and whose teachings and visions are spread out by many independent people, centers and entities using his name to refer to his teachings and visions − is as intelligent as someone who does not want the death penalty saying: “I will shoot everybody who is for the death penalty!”
Cologne, Sept. 1st, 2010 Ramateertha
sexta-feira, setembro 3
Diga “sim” com totalidade!
Não julgue aquilo que está acontecendo como algo nefasto a ser evitado.
O inferno é bem-vindo,
você tem que dizer “sim” para o que quer que seja.
Diga “sim” com totalidade!
A mente é uma empregada doméstica que seu avô teve na casa dele,
que passou para o seu pai e o seu pai passou para você.
Ela está velhinha, coitada, tem 250 anos.
Fica tentando arrumar a louça na sua casa e acaba quebrando a metade;
ela já não enxerga mais e tropeça nas cadeiras;
faz comida e em vez de pôr sal, põe açúcar...
Você não acha que já está na hora de dizer para ela:
“Minha amiga, você já ajudou o suficiente.
Sente aqui nesta cadeirinha, e, de agora em diante,
eu é que vou cuidar de você”?
quinta-feira, setembro 2
Esclarecer não é colocar o pingo nos "is"
O que você precisa saber de verdade? Nada.
O que quer que você saiba, é emprestado de terceiros.
Entrando diretamente em contato, com o que quer que seja,
você fica totalmente suspenso no "não saber".
Essa é a inocência do sábio.
A infantilidade do ignorante é achar que ele sabe alguma coisa.
O meu convite é renovado: fique suspenso no "não saber".
E tudo o que você tinha como conceito palpável, se torna,
no mínimo, desestabilizado.
Nesse contexto, o papel do diabo é organizar.
O papel do anti-diabo é desorganizar.
Esclarecer não é colocar o pingo nos "is". É tirar os "is" dos pingos.
No Agora, fica apenas um céu estrelado
e um monte de pinguinhos sem "is".
Sai tudo... todas as letrinhas... E você retorna ao pó.
"Do pó eu vim, ao pó eu vou".
Essa é a morte metafísica. Comece a namorar com ela.
Dê-se conta do Silêncio - daquele momento trancendental -
compartilhado pelos budas.
Isso está totalmente acessível aqui e agora,
a você mesmo, do jeito que você é.
Mesmo que coma carne de porco...
Sim! Você pode comer carne de porco,
pelo mero vislumbre de que aquele que come não é você.
Os acontecimentos não passam de eventos na tela.
Eu sei que é árduo para você, porque mexe numa profunda crença.
Mas o mal é o que sai pela boca do homem, não é o que entra.
Ao ver "quem você é", de verdade, pode ver que não é você que come.
Este corpo não é você!
quarta-feira, setembro 1
além de todas as concepções
O meu convite é para que você ouse.
Ouse não pensar a si mesmo como lhe foi ensinado a pensar.
Ouse pensar-se uma outra coisa e, eventualmente,
com grande esperança no meu coração, ouse não pensar-se coisíssima nenhuma.
Primeiro, simplesmente examine o que você pensa.
Depois pense algo distinto - o que já é um perigo.
E então, eu o convido - e para isso, pode segurar na minha mão -
a não pensar coisa nenhuma.
Se ousar fazer isso, você vai ver algo que está além de todas as concepções
jamais pensadas.
Levemos esse encontro com muita leveza e suavidade. Sem pressa...
Não tire conclusões!
Apenas olhe e examine. Um ponto essencial, para compreender a si mesmo,
é notar como o seu software funciona,
como ele afeta o seu hardware e como você vai lidar com esse
"técnico em computação" que, através da linguagem, vai estabelecer
novos parâmetros de funcionamento para o seu software.
Contemple isso!
Eu não desejo que você tenha uma vida banal.
E isso, meus amigos, não chega a ser para muitos.
Pelo contrário, tem um ditado que diz:
"Se todos estão fugindo e você está indo na direção contrária,
quem vai parecer que está fugindo é você".
O poder da maioria é o poder da tirania.
Portanto, pensar a si mesmo distinto do que diz o software
que foi injetado em você, o coloca como - aparentemente -
contra o movimento da massa.
Eles estão todos indo para o mesmo lugar. Eles estão fugindo.
E se você vai na direção oposta, imediatamente a gestalt que se estabelece é:
quem está fugindo é você e não eles.
No entanto, para ver o que está de fato acontecendo,
não são necessários “olhos”. Veja!
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