quarta-feira, março 30

sem motivo, a entrega

















Conta-se que uma princesa vivia num palácio cercada de rosas, cães, pavões... tudo do bom e do melhor. Mas, de alguma forma, ela não estava feliz. Tudo o que tinha, não lhe dava o que queria, e ela não estava feliz. Então, um dia, ela encontrou um guru. O problema é que na Índia antiga, assim como na Índia moderna, as mulheres não deviam andar atrás de gurus. Isso é coisa para os homens. Mas mesmo assim ela foi. À noite, fugia de casa, pulava a janela e se encontrava com seu guru, às escondidas. Até que descobriram. Um amigo da família contou para seu irmão, tê-la visto na fugir à noite e insinuou que ela estava indo encontrar-se com um amante. O irmão, um guerreiro bem treinado, pegou seu arco e flecha, e seguiu a princesa naquela noite. Chegando na alcova, onde estavam o guru e sua irmã, levantou o arco e apontou a flecha na direção o guru, quando ouviu o sábio falar para a princesa: “O que vou dizer, irá te libertar”. Naquele momento, o irmão ouvindo aquelas palavras, se iluminou.

Você pode parecer estar aqui pelo motivo errado, mas a qualquer momento, algo acontece e você desperta. E aí, ao contrário do que dizem, é melhor a emenda do que o soneto. O motivo não importa, o que o traz aqui não importa... Pode que tenha gostado de uma foto ou o que quer que seja. Mas de repente você entende o que está sendo proposto e acorda.

O meu único propósito é que você acorde, é que você se dê conta da Verdade a respeito de quem verdadeiramente é.

Se me ouve e se expõe, acordar pode ser considerado destrutivo, um certo sentido. Porque existem milhares de coisas sonhadas que não podem permanecer intactas, diante da Verdade. Mas se você permanece se protegendo, ouvindo apenas o que quer e interpretando, isso não vai dar certo. Por isso, vamos com calma. Permaneça atento e quando menos esperar, já era!

Se eu fosse uma pessoa mais séria, estaria falando de entrega, de rendição. Mas é isso mesmo. Estamos falando da mesma coisa. Abra os braços e deixe o Silêncio penetrar em você. O que o estou convidando a pegar, já é seu. Dê-se conta disso e estamos conversados.



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