Satsang é algo, primeiramente, novo e extraordinário. É novo porque nasce deste instante, provém de um lugar que só existe agora. Satsang significa ouvir, ver e ser, algo nunca antes visto. Aqui, portanto, a sua memória a respeito do que quer que seja, deve ser cancelada. O convite em Satsang é para que você veja o que, neste instante, é realmente importante.
Há muito tempo atrás, os homens acreditavam que a terra era plana e que, chegando no horizonte, cairiam dentro de um abismo. A crença era de que se você chegasse naquela borda, você cairia para dentro do inferno. As pessoas foram regidas durante todo aquele tempo por um sistema completamente supersticioso. Elas não sabiam, e nem queriam saber, porque, de alguma forma, eram atormentados por aqueles que capitalizavam da ignorância delas.
Levou um certo tempo até que um sujeito chamado “Galileu” observou e conseguiu estabelecer algumas regras que provaram que a terra não era plana. Descobriu-se que a terra era redonda e isso gerou uma grande turbulência. Como assim, redonda? – partir deste princípio faria todas as crenças antes estabelecidas, serem totalmente canceladas.
O interessante é que Galileu comprovou. Era um fato, não havia como discutir. Muito embora o Papa da época o tenha chamado e exigido que ele tirasse essa afirmação do seu livro – porque na Bíblia estava escrito que a terra é plana –, alegando que se tirasse, ele permaneceria cristão e iria para o céu e caso contrário, seria excomungado e iria para o inferno, Galileu, disse simplesmente que poderia tirar do livro, mas isso não anularia o fato de que a terra era redonda.
Levou um certo tempo para os humanos se acomodarem na ideia de que a terra é redonda. Mas, tirando um pouco da objetividade desse assunto e trazendo para o lado místico, o que vemos com isso, além da grande necessidade de investigação, é que aquilo que você lança, faz uma volta e retorna ao mesmo ponto. De onde todas as coisas saem, é para onde todas as coisas voltam. Aquilo que sai do ponto A, retorna ao ponto A. Existe um ponto de onde todas as coisas saem e para onde todas as coisas voltam.
Pegue um círculo e veja que qualquer ponto deste circulo é o mesmo. Ele sempre vai dar no mesmo lugar, é perfeito. Mas o que isso tem a ver conosco? Agora eu pergunto: quem você crê ser? Você acredita ser algo plano, que vai chegar num determinado ponto, finito. Isso é apenas uma crença não investigada – medieval, eu diria. Se assumimos a realidade do espaço curvo, a ideia a respeito de quem somos, é alterada. Porque a verdade é que não estamos separados de nada.
Aqui levanto a possibilidade de questionarmos a condição humana e partirmos para uma nova percepção: Quem é você? Se acessa o medieval em você, que tem sido o mais acessível, você tem começo, meio e fim; e todos os pontos são distintos. Existe uma linearidade preenchida pelo A, seguido do B, C, Omega... Mas se isso não for verdade, quem é você?
A minha proposta é que você também seja curvo. De onde você vem é para onde você vai. E se de onde você vem é para onde você vai, existe um outro questionamento: será que você vem de algum lugar e vai para algum lugar? Investigando, é possível que uma série de mal entendidos sejam cancelados na mente humana, nas relações humanas. Se nos damos conta de que não viemos de lugar algum, nem vamos para lugar algum. Você é o alfa e o omega. Fica cancelado todo o temor, culpa, angústia... e a vida se torna uma grande celebração.