sábado, dezembro 29
zen solitude
quarta-feira, dezembro 26
inconcebível e sem nós
sexta-feira, dezembro 21
o mundo, a mente e o fim
É isso o que tenho para dizer por hoje: todo o seu mundo, o mundo em que você vive, o mundo que você concebe, foi ditado por alguém – é um mundo terceirizado.
Proponho um leve desvio: como seria o mundo diretamente, sem a mediunidade de outrém? Sim, porque vivemos um mundo mediúnico, as nossas relações com os objetos sofrem o intermédio daqueles que nos circundam. Você não sabe o que é nada, até que alguém diga o que aquilo é.
Aqui, corremos um risco: eu vou dizer quem você é, ainda que não seja o suficiente – pois você vai ter que descobrir diretamente. Este será meu intuito: eu digo e não vou descansar até que você veja com seus próprios olhos.
Dê-se conta que isso que você chama de "copo d'água" não é um copo d'água. É pacífico que este seja o nome do objeto e que usemos esse nome, não há nenhum problema com isso. Mas o fato é que o objeto não é o nome do objeto – existe uma diferença abismal entre o objeto e o seu nome.
Agora, veja: o mundo em que você vive, essa casa fechada, é um substrato totalmente intermediado por outros. Tudo é o que o outro diz. Você pergunta para o médico e até para o espelho se você está bem. O hábito é tão arraigado que você não se dá conta que, na verdade, toda a sua informação a respeito de si e do mundo provém de outro alguém, ela não é diretamente sua. É crítico.
Proponho, portanto, que você veja algo que não tem a ver com o que você aprendeu. Aliás, aquilo que você aprendeu serve, tem uma função social – promove a comunicação, a socialização –, mas não faz com que você descubra quem você é.
quinta-feira, dezembro 20
nuvens vêm e vāo
É certo que você adoraria ter certeza a respeito de todas as coisas. Assim você se sente seguro, com o controle. Mas não há nenhuma segurança naquilo que pode ser perdido. Mesmo o que você sabe hoje, pode ser perdido amanhã.
Memórias vêm e vão. O cérebro não foi desenhado para guardar bobagem, ele raciona muito inteligentemente o conteúdo a ser armazenado. Você desprende enorme energia mental, e muitas vezes física, tentando manter as suas memórias. Definitivamente, tem coisas que você não precisa se ocupar em guardar, a qualquer momento pode dar um Google e lá está o que você precisa.
Estamos passando por um período extremamente revolucionário em diversos sentidos. Está claro que não precisamos mais nos relacionar com os mesmos objetos, há algo novo muito latente. E a mudança está ainda mais evidente, tudo passa e tem passado com ainda mais potência. As ordens, os valores estão mudando. Quiçá seja um passo para que as fronteiras também se dissolvam.
Então, comece por derrubar o muro que o separa – imaginariamente – do resto do universo. Coragem de deixar de lado todo o conteúdo que você armazena como verdade, como valioso, é fundamental.
De uma maneira confrontacional, olhe a sua volta, olhe para todas as respostas que te foram dadas e questione-se: Quem sou eu, afinal? Se você consegue colocar de lado, por um mínimo instante que seja, todos os seus saberes, tudo aquilo que o seu maior professor tenha dito, fica muito simples. Encontre Aquilo que é intocável. Ao tocá-Lo, a resposta fundamental resplandesce.
terça-feira, dezembro 18
nu, vazio de sapatos, o infinito
segunda-feira, dezembro 17
o buda, o boi e o drama da telha
sexta-feira, dezembro 14
infinitas possibilidades e a pura aceitação da boa companhia
Só há um obstáculo: para ver quem é a boa companhia, para ver o que é a Verdade, você precisa despertar para o fato de que você é o único obstáculo. Este "você" ao qual me refiro aqui é o você que você pensa que é – aquele que se pensa.
Dê-se conta de que esse "você" não passa de uma construção mental, de uma entidade dentro de infinitas possibilidades. No entanto, não está em pauta escolher uma ou outra possibilidade, nossa pauta consiste em permanecer silencioso e ver que nenhuma possibilidade é a Verdade ulterior, é a boa companhia.
A boa companhia é exatamente onde as possibilidades ocorrem. O corpo-mente com suas sensações e pensamentos são possibilidades ocorrendo em boa companhia. E consciência é nenhuma das infinitas possibilidades.
quarta-feira, dezembro 12
a alternativa mais bela ou o conto do fim do mundo
Tudo o que é criado com a filosofia do medo deve ser destruído. E, de alguma forma, note: ainda que inconscientemente, o próprio "ser humano" está destruindo a feiúra em que o mundo se encontra, construída por ele mesmo. Chegamos num ponto em que não dá mais pra ir em frente, e como – seguindo o medo, a mente – não é possível ver a alternativa do belo, o mundo está se auto-destruindo.
Qual a beleza em produzir mais um milhão de carros este ano e soltá-los caoticamente nas ruas? O que será de São Paulo? A ideia é ter lucro simplesmente, como se a única alternativa de trabalho, de crescimento, de progresso fosse construir carros. Entende por que estou chamando de "feio"?
O belo sempre sugere alternativas viáveis para todos. Essa é a brincadeira de estarmos aqui: dar boas-vindas a um mundo novo. Você teme o fim do mundo? Não tema! Bem vindo, fim do mundo! Esse é o despertar que a humanidade está prestes a vivenciar, estamos a caminho do fim do mundo da mente. Vinde o mundo da paz e da consciência!
Se você quer ajudar o planeta, o melhor presente que pode ser dado à humanidade é ir em direção ao silêncio e reconhecê-lo como quem você é. Existem pensamentos que intoxicam o ambiente. Não nutrir estes pensamentos deixa o ambiente mais límpido – logo, tudo em sua volta.
Como é o seu nome?
Participante – Rosa.
Era disso mesmo que eu estava falando... Você tem que deixar de ser humano e se tornar uma rosa.
terça-feira, dezembro 11
observaçāo é transformaçāo
A proposta, aqui, é voltar-se para si mesmo. Você está disposto? Decidindo por isso, pode que você tenha que excluir algumas coisas que não têm nada a ver com você. Se permite, vou te dar uma dica: comece com tudo! Faça uma triagem bem honesta e veja o que é que fica.
Ao se desfazer daquilo que não tem nada a ver com a sua essência, muito possivelmente você terá uma revelação. Revelação, em nosso contexto, é algo que vem de algures, algo que não está preso a nenhum compromisso mental. Uma revelação não está no script... De repente você ouve ou vê algo e PLIM! Definitivamente não tem como a mente reconhecer. A revelação de quem você é, é absolutamente – entenda bem, eu disse "absolutamente" – desconhecida para a mente.
Ser você é surpreendentemente muito mais simples e não tem nada a ver com o que você imagina. A mente é truculenta, é ela que propõe a complexidade. Ser você deve ser concebido como a única coisa que te resta – é um direito seu.
Quão disposto você está, em relação a isso? Quão honesto você pode ser consigo mesmo? Há quem esteja me ouvindo como um "calmante", há quem queira apre(e)nder para se dar bem, fazer um troco... São todas propostas da mente. Minha proposta é radicalmente que você assuma a sua verdadeira natureza, que você se mude da mente, dos sentidos, para a Observação.
Permitam-me falar hoje com tamanha densidade, mas é que tem muita bobagem em circulação. Corte a bobagem, o excesso, e olhe com muito carinho: a Verdade vai comprometer a sua noção de realidade, a sua noção de si. É um processo transformador.
segunda-feira, dezembro 10
simples, autêntico e original
Faz parte desse momento histórico a desmitificação da espiritualidade. Você tem que abrir os olhos para o que há de espiritual na simplicidade de tomar um café, de comer um sanduíche, de ler um bom livro... ou de, simplesmente, respirar.
Não pode estar relacionado às sensações, pois a essência, o Buda está além dos sentidos. Toda a busca que ocorre através dos sentidos, em algum ponto, se frustra.
A verdadeira experiência mística não é sensorial, nem intelectual. Não é sequer uma experiência tal qual estamos condicionados a compreender o que seja uma experiência. Não existe imagem, conceito ou pensamento que definam a Consciência que você é.
A mente insiste em conceitualizar, em tonificar, em imaginar. Ela, inclusive, investe boa parte do seu tempo em comparar. – "Você viu as barbas longas daquele yogi hindu? Somente quando a minha barba estiver daquele tamanho, estarei onde ele se encontra." É assim que a mente pensa. E você a segue sem pudor – tornando o seu despertar inalcançável.
A mente foi condicionada e a única coisa que você precisa fazer é ver isso transparentemente. Se você puder ver o funcionamento da mente, destacado dela, poderá desidentificar-se das suas propostas. Nesse ponto, se abre uma miríade de possibilidades, nasce o Ser. Novo. Fresco. Virgem. Intocável. Livre de qualquer discurso pregresso. Autêntica e originalmente, você.
sexta-feira, dezembro 7
de orgasmos cósmicos e outros mitos
A única proposta que Satsang nos traz é fazer um retorno ao Original. Se tem algo que precisa ser visto, primariamente, é: quem é você?
Lance essa pergunta a si mesmo, segure a respiração por um instante, não deixe que a mente responda, e veja. Está disponível a qualquer criatura. Se a intenção for correta e você estiver sendo bem encaminhado, só há uma possibilidade: a visão clara d'Aquilo que É. Aquilo que está por traz de todas as respostas impostas pela mente. Aquilo que está debaixo de todos os eventos. Aquilo que não tem nome, não tem forma, não tem idade. Aquilo onde tudo e todos acontecem.
O nosso encontro acende uma pequena chama, o quão longe irá esse fogo não sabemos. Depende do ambiente, depende do vento... depende da sua mente não investir em apagar a chama.
E, veja bem, é muito mais simples do que nos venderam e ainda vendem por aí. As pessoas aprenderam e esperam por "orgasmos cósmicos". A mente, na verdade, projeta também para a espiritualidade aquilo que ela conhece. Mas acontece que o Ser é completamente desconhecido, é um mistério para a mente – ela jamais O viu. A ideia de uma sensação homérica é proposta pela mente. Ser você não é uma conquista, é a sua natureza original.
quinta-feira, dezembro 6
sofrimento é caricatura
No momento em que você vê que não há absolutamente nada que não possa acontecer, ou melhor, que tudo pode acontecer e acontece dentro de Você e não com você, você se liberta. Liberdade é saber quem você é. Liberdade é você.
quarta-feira, dezembro 5
ecologia do silencio: você é a árvore
terça-feira, dezembro 4
de novo, de novo e mais uma vez, de novo
Esteja disposto a acender a sua própria luz, esteja disposto a cometer alguns enganos. A Verdade já é natural a você, apenas esteve encoberta. Não há nenhum outro encontro, senão com a Paz que você é. É essa Paz que nos liberta, porque é ela que inclui absolutamente tudo. Ela inclui o problema e a solução. A dor de cabeça e o alívio da dor.
segunda-feira, dezembro 3
nenhum tom de cinza
Se você não se encanta por isso, pela paz que essa realização emana, então reveja mais uma vez os seus conceitos. Só podemos ir em frente se você quiser, precisamos ver em que degrau você parou. Observe atentamente onde você se encontra. Verifique os seus pensamentos com total simplicidade e objetividade. O convite é único, apenas esteja aqui e seja aquilo que você É. Isso é Satsang.