Não se engane: saber quem você é, evidencia que você não sabe quem é e que não tem ninguém para ser você. Não há nada a ser conseguido, tampouco alguém para conseguir. Permaneça desperto! Querer é um padrão da mente.
Com uma investigação correta, é possível ver de onde vem esse querer. Estabelecido isso, você pode continuar querendo, acreditando que um dia vai conseguir o que quer. Ou, então, pode se dar conta de que está metido numa empreitada fantasiosa e que o melhor é libertar-se de qualquer desejo.
É muito comum ouvir o que está sendo dito e interpretar. Por isso, chamo a sua atenção nesse momento para o fato de que a mente pode concluir que estou propondo que você deve querer nada. Mas não é isso que estou dizendo. Não digo que você não deva querer. Se gosta de ficar desejando, fique à vontade! Até porque, tentar não querer mais nada também é um desejo.
Ao decidir que não deve querer, logo surge a pergunta: “Como faço para não querer?” A partir daí, você segue em busca de mais uma realização. Você vislumbra que haja um momento em que não irá mais querer nada. Isso significa que a origem do querer não foi investigada apropriadamente. Quem está querendo e quem está querendo não querer? Esse é o ponto primordial.
Ao notar que “querer” faz parte de um movimento insconsciente, dê um passo para o lado e investigue a origem disso. Em contrapartida, imediatamente você será colocado em um ambiente no qual não há querer algum. Esse discernimento tem que ser estabelecido.
O convido a dar esse primeiro passo – e há uma grande chance de que ele seja o último também. O passo consiste em se dar conta de que as coisas não são exatamente o que você pensava. Agora, você não pensa mais do mesmo jeito, nem consegue pensar de outro modo. A cadeia do pensar se rompeu.
Em observação, existe algo presente que não é capaz de ser compreendido pela sua mente. A mente serve para ir ao supermercado, não para dizer quem você é.
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