Não proponho um caminho. Proponho que você reconheça por si mesmo o que é a boa companhia, o que é a Verdade. Veja! Só existe um obstáculo. E para ver quem é a boa companhia, para ver o que é a Verdade, é preciso estar desperto para o fato de que você é o único obstáculo. Você quem? Esse você que se pensa.
Dê-se conta que esse você é apenas uma construção mental, uma entidade dentro de infinitas possibilidades. E, sejamos francos, você escolhe possibilidades um tanto quanto defeituosas, enquanto existem milhares de outras possibilidades dentro deste momento. Porém, ainda assim, no contexto de Satsang, não está em pauta escolher nenhuma possibilidade. Está em pauta permanecer exatamente avesso a todas elas; permanecer, silencioso para ver que nenhuma possibilidade é a Verdade, que nenhuma possibilidade é a boa companhia.
A boa companhia é exatamente onde as possibilidades ocorrem. Este corpo-mente sentado aí e este corpo-mente sentado aqui são possibilidades ocorrendo dentro da boa companhia.
Ao desprender-se da ideia de que “o experienciado” seja você, é revelada a verdadeira boa companhia – e, nesta revelação, existe a dissolução do percebido. De um ponto de vista quântico, o percebido se torna relativo – ele não é tão importante assim. Por isso eu insisto: quando “o percebido” não for mais tão importante, outras possibilidades penetrarão no seu campo de percepção. E, neste sentido, você não mais estará sendo guiado pelo colapso da possibilidade engendrado pela sua mãe, mas, sim, por uma nova nascença.
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