Conta-se que um filósofo chegou a Buda, para ter com ele uma conversa. Ele disse:
– Por favor, mostre-me o verdadeiro caminho.
Buda, sentado, permaneceu em silêncio. Até que, após alguns minutos, o filósofo se prostrou diante de Buda e afirmou:
– Sim.
Ananda, um discípulo próximo que estava ao lado de Buda, disse:
– Como pode? Nada foi falado e aquele homem saiu daqui cheio de compreensão...
Buda fez apenas o seguinte comentário:
– Um bom cavalo se move com a sombra do chicote.
Todas as experiências que você teve até hoje, apenas servem para mostrar que nenhuma experiência pode revelar quem você é. Na verdade, são as experiências que o mantém preso naquilo que você não é.
A mente está sempre em busca de novas experiências, e somente quando você cansa de ter experiências e decide não mais buscar por elas, se abre a possibilidade da não-experiência. Buda chamou de “shunyata”, a experiência zero, a experiência da não-experiência – que ocorre aleatoriamente, em profundo mistério.
Note que algumas vezes, sem nenhuma sequência lógica, você acaba ouvindo certas coisas de maneira diferente. Por isso, não se leve tão a sério. Levar-se a sério pode o confundir e talvez seja essa a maior de todas as drogas.
Há uma ordem oculta e aleatória. Não tem caminho correto, e isso é o que deve ter ficado claro para Ananda, no momento em que questionou a maneira que aquele filósofo se deu conta daquilo que Buda estava transmitindo.
Isso me lembra o modo como uma amiga se tornou sannyasin. Ela estava caminhando numa rua em Copacabana e, de repente, um livro caiu na sua cabeça. Ela pegou o livro e lá estava Osho na capa. Mesmo ouvindo uma certa gritaria vindo do alto do edifício, ela foi embora com aquele livro, e mais tarde o leu. Foi assim que Osho apareceu em sua vida.
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