A maioria das pessoas acredita que acordar – ou chegar ao cume da experiência humana – é um somatório de experiências. Porém, o clímax da experiência humana não é um somatório de experiências, é, ao contrário, a subtração de todas as experiências. A isso Buda deu o nome de shunyata, a experiência zero, a não-experiência.
Esta é a experiência onde aquele que experiencia não está presente, no entanto há algo que acontece. É difícil para a mente compreender, pois esta é a experiência da não-existência do experienciador. O cume dessa experiência é o momento em que experienciador se revela uma fantasia. Você tem defendido por toda a sua vida a manutenção de uma fantasia, enquanto o convite de olhar para dentro engendra a remoção do experienciador, porque essa é a verdade: não tem ninguém aí!
Dê-se conta que você acredita que não consegue ficar aqui e agora e, sabendo quem você verdadeiramente é, perceba que é impossível sair do aqui e agora. Essa é a única intenção do nosso encontro: através de uma investigação direta, proponho que você apenas questione todas as crenças que tem carregado até hoje como sendo verdade, como sendo você.
Veja! Seguindo a realidade proposta pela mente, somos um aglomerado de crenças, e é por isso que aquele que despertou para a realidade além das crenças o incomoda. Porque ele vem de encontro a esse aglomerado de crenças e rompe com essa estrutura. A minha proposta é muito simples: você não precisa acreditar em nada para ser você. Aliás, quanto menos acreditar, mais você é. Quanto mais você acredita, menos você é. Na verdade, você é – e ponto final. Mas as crenças o afastam dessa realização.
A mente é a faculdade do imaginado. Quantas coisas você imagina? É tudo imaginação – imagem em ação. Por isso o convite de aquietar-se e não imaginar nada. Experimente e veja o que acontece. É sensível agora!
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