A Verdade não está contida na forma e você não a encontra porque ela não está perdida. É muito simples! Veja se você consegue dar essa volta: a Verdade não pode ser encontrada porque ela não está perdida. Se ela estivesse perdida, algum indivíduo a teria encontrado.
Outro dia encontrei um manuscrito que dizem ser de Shiva. Chama-se Centering (centramento, centrando-se). Shiva cantou primeiramente estas canções para sua consorte Devi. Numa linguagem de amor que nós ainda temos que aprender. Amor é exatamente esse momento, de completa abertura para a possibilidade, completamente outra, que não aquilo que sua mente propõe. É um momento de dissolução. Veja o que diz:
Devi pergunta: Oh, Shiva! Qual é a tua realidade?
Qual é o teu universo cheio de maravilhamento?
O que é que constitui a semente deste universo?
Qual é o centro? Quem centra essa roda universal?
O que é a vida, além das formas, das formas contidas?
Como podemos entrar nisso, totalmente, além do espaço,
além do tempo, além dos nomes, além das descrições?
Por favor, deixe que as minhas dúvidas sejam esclarecidas...
Shiva tem cento e doze respostas para essa pergunta. Eu fiquei com a primeira e compartilho. Veja se você acessa a simplicidade dessa resposta:
Radiante Devi: essa experiência pode nascer entre duas respirações. Depois que a inspiração entrou e assim que ela estiver saindo, a beneficência.
Ele está falando desse exato momento onde tudo pára. Então, se você senta e se aquieta, aqui, agora, enquanto tudo acontece, observe que a respiração em quase nenhum momento para. Não se mova e note, nesse quase, tudo para. A respiração entra e sai, quase sem parar. Quase.
Shiva está chamando de "beneficência", este menos de um segundo em que a respiração fica suspensa, entre o entrar e o sair. E essa beneficência se encontra aqui e agora. Tenho insistido nessa única revelação. A sua única possibilidade está em dar-se conta daquilo que existe nesse menos de um segundo.
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