sexta-feira, setembro 28
abra os olhos
quinta-feira, setembro 27
o dilema da semente e a aventura da flor
terça-feira, setembro 25
ser você, simplesmente
Satsang não tem a ver com ser feliz, tem a ver com ser você. Você está aqui para "ser você". Pode que, sendo você, isso te dê uma grande felicidade. Mas este, definitivamente, não é o nosso parâmetro. Muito possivelmente, quando você souber quem você é, não fará o menor sentido você dizer que é feliz ou infeliz.
Desculpe o mau jeito, mas qualquer um pode ser feliz. Ser você é muito mais profundo do que estar lidando com adjetivos. Está na hora de amadurecer. Não se contente com "sentir-se bem" ou "ter sucesso na vida" – Satsang não tem nada a ver com isso. Aliás, não tem nada a ver com o que quer que seja que você possa imaginar. Tem a ver simplesmente com ser você.
No entanto, "ser você" é a última coisa que esse você que não é você quer que aconteça. Porque "ser você" detona todas as ansiedades e angústias. Para ser você, não é possivel continuar crendo naquilo que te foi passado como verdade. Ao olhar com carinho para todas as questões que se estabeleceram como verdade a respeito de quem você é, você estará estabelecendo um corte fatal com a sua mente.
A mente não tem continuidade no ambiente do Ser. Experimente isso e depois me dê notícia. O que é dito, e confirmo, é que tudo permanece a mesma coisa, com uma perspectiva totalmente diferente. Mas não tenha pressa. É um "processo" destrutivo, como já falei. Você vem aqui cheio de ideias e todo o meu trabalho é para que você possa perdê-las, uma a uma.
segunda-feira, setembro 24
a brisa do agora
Satsang propõe um corte com o conhecido. Está certo de que é isso que você quer? Na verdade, você deve deixar de querer, porque aquele que quer é exatamente aquele que não pode conseguir. Estamos aqui, portanto, para ressaltar que aquilo que você é já sabe de si – você não precisa se tornar o que já é.
Cautela e humildade estarão a seu favor. Você pensa que compreende, mas o fato é que só decorre Silêncio da compreensão absoluta. O chamado é exatamente a mutação da água para o vinho. Você há de tornar-se uma outra coisa que não este "você" assim como você se concebe. O milagre é que você já é essa "outra coisa" a qual você deve se tornar.
É um koan: torne-se aquilo que você já é. Deixe de ser esse "você", morra para o velho e re-nasça para aquilo que já é você. Um ato destrutivo, por assim dizer, dá origem ao nascimento, ao encontro com aquilo que resplandece quando nenhum conteúdo está em pauta.
Daí a expressão "Morra antes que você morra" – essa é uma chave de preciosidade singular. Morra um pouco a cada dia. Ao menos uma vez por dia mate um conceito a respeito de si, do outro e do mundo. E, a cada instante, sinta o frescor do Silêncio, a brisa do Agora, presente.
sexta-feira, setembro 21
observação cristalina
O caminho mais curto é investigar, por si mesmo, o que você é. Onde está você? O corpo é observável, ou não? O corpo é observável, a mente é observável e entre eles existe esse limbo chamado "emoções", que também é observável. Quem observa tudo isso?
Agora, tente ver esse que observa. Não tem como. Não há quem ou o quê possa observá-lo, porque a Observação é o que está por trás de tudo. De qualquer maneira, tente encontrá-la e você irá se aproximar da realização de que a Observação seja invisível e que aquilo que vê não pode ser visto.
Nem através de um espelho você pode ver aquilo que vê. Nem no espelho da mente, nem no espelho do vidraçeiro, nem no espelho das emoções, nem no espelho das sensações, nem no espelho da mente dos outros... simplesmente, não tem como. E, obviamente, isso é desconfortável para o "eu" superficial.
Uma vez investigado esse desconforto, você começa a se ver como a consciência-testemunha. E a consciência-testemunha vai lidar com aquilo que o corpo-mente lida, de uma maneira completamente diferente. Quando questões como morte, insegurança, fome, carência, ou o que quer que seja, chegam à periferia, veja se a testemunha, veja se a observação em você sofre o que a mente propõe, veja se a Observação é carente de alguma coisa. É notável que as sensações podem ocorrer, podem ser vivenciadas. O corpo e a mente estão sempre gerando algo, mas na medida em que você observa, você se cristaliza enquanto Observação. Esse é todo o nosso propósito.
terça-feira, setembro 18
impensável: inimaginável
segunda-feira, setembro 17
a fala da verdade é silencio
A proposta não é ouvir Satsang, é falar Satsang. E antes que você mal-compreenda o que quero dizer – que é uma possibilidade –, lembre-se de quem você é. Ou você retém a ideia de que você seja um pensamento ou você se dá conta de que você não é um pensamento.
Se você se dá conta que você não é um pensamento, todas as portas se abrem. Se você retém a ideia de que você seja um pensamento, permanece num círculo sem fim, você continua vendo a si mesmo como aquilo que é proposto pela sua mente.
A proposta da mente é limitada e existe uma tendência em querer modificar, em querer melhorar este pensamento. Porém, é difícil arrumar um pensamento porque sempre que você precisa dele, ele não está lá. Você está lidando sempre com algo fantasmagórico, não-existencial.
Se você se dá conta de quem você é, você abandona o pensamento e encontra a si mesmo em totalidade. Esse "encontrar-se em totalidade" – obviamente – não cabe na sua mente nem como explicação, nem como visão.
Satsang, portanto, é uma seta para que você volte para esse lugar de onde você nunca saiu e não entretenha-se mais com pensamentos, por mais coerentes que pareçam.
sábado, setembro 15
atenção come luz
Seu movimento no mundo é determinado pela capacidade de ver a si mesmo como luz, como observação. De acordo com a concepção que você tenha a respeito de si, dependendo o quão próximo você esteja da realidade-observação os tecidos do seu corpo e o fluir dos seus pensamentos se movem mais ou menos tranquilamente.
De repente você se "sente" tão jovem e nada foi feito... Isso ocorre porque a sua percepção a respeito de si e de todas as coisas ao seu redor tornou-se distinta daquilo que vinha sendo convencionado.
A menos que você esteja vendo isso com seus próprios olhos, o que estou dizendo não terá sentido. Por isso insisto: volte-se para dentro e veja.
Quando você VÊ, acende-se a luz interna. Ninguém pode acender essa luz por você. Mas você pode ser responsável por manter os olhos voltados para a luz ao invés de se ludibriar com o falso. Acenda a luz e ponha uma fita adesiva que mantenha o interruptor em on. Em outras palavras: esteja atento. Todos os dias, a cada momento – de alegria ou tristeza – mantenha sua atenção na Observação e não nos objetos. Isso mantém a luz acesa.
Esteja atento e você verá o momento em que a mente propõe o falso. Com a luz acesa você não se confunde com aquilo que você está vendo. O corpo-mente é um sistema sensorial desenhado para ver, ouvir, cheirar, provar, tocar e pensar. Diga-se de passagem, você pode experimentar muitas coisas interessantes. Por que, então, permanecer com esse vicio de experimentar de novo e de novo essas sensações e ideias que causam dor? Este é o alimento da mente. Atenção, definitivamente, é o alimento do Ser. Acenda a luz e Veja.
quinta-feira, setembro 13
Ontem é um pensamento ocorrendo agora
O problema é que tempo e espaço são conceitos – eles não existem de verdade. Só tem uma coisa que você pode experienciar diretamente, sem o auxilio da sua mente, e isso é o Agora – sem tempo e sem espaço.
Agora você não pode dizer quem você é, nem saber quem você é, nem dançar quem você é, nem ouvir quem você é... Você só pode ser quem você é. Olha o mistério...
Para “saber” quem você é, você precisa conceituar. Você precisa, imediatamente, usar o intermédio da sua mente. E aí você não está tendo uma experiência direta de quem você é, você está tendo uma experiência indireta. Você já está perdendo tempo conceituando um troço que você não consegue evidenciar que seja verdade.
Aquilo que você é, está além do tempo, além do espaço, além da linguagem, além dos pensamentos... Então, se você está aí, chegando a alguma conclusão... se você chegou a uma conclusão ontem, pode começar tudo de novo, porque “ontem” é um conceito na sua mente. “Ontem” é um pensamento ocorrendo agora.
quarta-feira, setembro 12
observaçāo versus mente
Participante – Satyaprem, se estou no controle das emoções, como faço para observar essas emoções?
Não há controle das emoções, mas uma desidentificação com elas. Você precisa ficar muito atento, porque não há nenhum propósito em controlar as emoções. As emoções nascem de um agente provocador. O que estou esclarecendo aqui é que as emoções não têm nada a ver com quem você realmente é. Então, observe!
Participante – E o que seria observar?
Seria observar se tem alguém observando.
Participante – Do contrário, é a mente.
Sim – e a mente não observa, ela julga. Raiva surge em seu campo sensorial e a mente diz: "ú não deveria estar com raiva". Isso não é observação. A observação possibilita a investigação de quem está com raiva e a visão de que, diante da revelação de sua origem, a raiva e o que decorre dela somem.
Na observação não há qualquer preocupação com a raiva – há um movimento muito mais alongado em que tudo é aceito incondicionalmente.
Comece a observar e veja que não tem ninguém observando, nem nada para ser observado. Só há observação, em si. Ninguém sabe o que está acontecendo.
segunda-feira, setembro 10
100% observação
Posso guiá-lo até um ponto em que você veja quem é você. A partir daí, não posso fazer mais nada, é tudo com você. Ou, ainda mais sutil, é com a Consciência. Se Ela quiser que você se realize enquanto Observação, isso irá acontecer. De certo modo, a partir de um determinado ponto, não está nas minhas mãos e tampouco nas suas.
Chega um momento em que você vê que você não é esse corpo nem essa mente com os quais você tem lidado como sendo "você". Você é aquilo que os observa, assim como observa todos os outros objetos.
É matematicamente impossível que você seja aquilo que você observa, portanto, por que se identificar com algo que não é você? Você se confunde com a sua panela como sendo você? Não! Então... Esse corpo e essa mente são tão você quanto essa almofada na sua frente. Veja! Reflita.. Pondere... Preste atenção!
Aquilo que você vê, sente, cheira, ouve, pensa... nada disso é você. Deixe que isso cristalize de uma vez por todas. Enquanto a mente pensa, você observa os pensamentos. E, aliás, se tiver algo mais interessante a ser observado no momento, porque dar tanta atenção aos pensamentos? Isso faz parte de uma cultura herdada, de um mal-entendido herdado. Agora você já tem acesso a outra realidade, absorva essa nova realidade e deixe que isso o mova no mundo. Não importa o que esteja acontecendo, você é a Observação 100% das vezes.
sábado, setembro 8
quinta-feira, setembro 6
contradição: iluminação e você
quarta-feira, setembro 5
a nuvem e o indivisível
Uma coisa é certa: enquanto corpo-mente, há limitação, porque o corpo depende de um milhão de coisas. É apenas uma célula do corpo infinito. De fato, não existe corpo independente – o corpo pertence a uma dimensão onde os objetos se correspondem e reflexos ocorrem de uma forma ou de outra. O nosso foco aqui, porém, está em perceber que o que Você é não depende de absolutamente nada.
E esse Você verdadeiro lida com a limitação de uma maneira totalmente casual. Quando existe o discernimento de que todas as coisas têm uma temporariedade, trazem em si uma qualidade "nuvem", pois passam e passam e passam... então não tem porque se preocupar. Estar casado, ser pai, patrão ou empregado... tudo isso é passageiro. Não apresse a passagem das coisas, apenas esteja alerta ao fato de que elas passarão mais cedo ou mais tarde.
E quanto mais cedo você ver isso, melhor. Os papéis perdem totalmente a gravidade e você se torna apto a assumir as relações com todos os objetos com maior leveza. As instituições humanas têm enorme carência de sobriedade, de lucidez. As grandes solenidades estão fantasiadas, eles usam roupas especiais para impor autoridade sobre você. Eis o reforço, a perpetuação da divisão.
Quando você fica quieto, se aproxima do essencial e se cala, todas essas diferenças desaparecem. Se você nota que – no agora – não existem diferenças, essa é a realidade que você vive e compartilha. Sua vida será regida por essa realidade: a realidade da indivisibilidade.
A mente, tacanha, tem inclusive ido em busca de iluminação – na tentativa de tornar-se "melhor", "um ser especial". Veja bem: aqui, desse modo, não proponho nem que você ilumine. Esqueça isso! Simplesmente seja. Tudo o mais é ideia da sua mente! Ela está sempre te vendendo o impossível.