segunda-feira, janeiro 10

embaixo do oceano, o grande historiador de tudo

















Há muito tempo atrás, escrevi um poema para o Osho, um haiku, forma poética japonesa ZEN como arte de dizer o máximo com o mínimo:

entrem e sentem
conversaremos os pés
sobre o nada

Só os seus pés irão entender o que temos para falar, a sua cabeça não entenderá. Eu preciso que seus pés entendam. O único conhecimento válido, é o conhecimento que entra pelos seus pés, que está além das palavras, e já está aqui. Apenas uma coisa o impede de ver: achar que não pode ser assim. E é isso que compartilhamos em Satsang. Estamos aqui para desentocar aquilo que está escondido embaixo do oceano, aquilo que está desde o primeiro momento como o grande historiador de tudo.

Ramesh Balsekar, um iluminado indiano, disse: “Os cientistas irão reconstruir o primeiro momento. Mas eu quero vê-los construir o que há antes do primeiro momento”. Acho isso, particularmente, muito lindo. O primeiro momento pode ser reconstruído, mas o que há antes do primeiro momento? Essa questão permanece dentro de um loopAquilo que somos está em todos os lugares, começa em todos os lugares, em todos os tempos, em todos os momentos. O que somos, afinal? O descritor dos eventos?

Aquele que descreve os eventos, os perde. Por isso há um negócio chamado mente. O único problema é que ela se arvora em ser você. A mente tem uma lista de eventos, mas quem é você, senão o vedor dos eventos? 

Qualquer coisa dita, estará falsificando o que é Verdade, de uma forma ou de outra. A mente tenta pegar e transformar o encontro com a Verdade em algo imóvel, estático, morto. Por isso, aqui, apenas nos aproximemos. Estamos além das palavras.  

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