Quando você se dá conta de que está dormindo, é porque está despertando. Ao se dar conta de que toda relação é externa, você desperta. Despertar é acordar para o fato de que aquilo que somos, não tem relação nenhuma com o tempo. O que quer que seja que tenha acontecido ontem, não diz respeito a quem você é. Aquilo que lembramos é apenas uma memória, é apenas conteúdo na mente.
Despertar é acordar para o fato de que aquilo que você pensa que é, não passa de um sonho. Note! No momento em que nos damos conta de que estamos confusos, ainda estamos confusos? Ao reconhecer a confusão, não estamos mais confusos. Portanto, ao se dar conta de estar sonhando, não há mais sonho. Um passo foi dado para um outro lugar.
Antigamente, esse "outro lugar" era extremamente difícil e acessível a muito poucos. Mas estamos diante de uma nova abertura. Começa a ficar claro, para começo de conversa, que aquilo que pensávamos, pode não ser verdade. Não necessariamente não seja, estamos aqui para investigar. Mas pode que não seja. Só o fato da dúvida em relação a uma coisa que era certa, revela uma nova possibilidade. A isso, estamos chamando de "despertar".
Hoje, o entendimento, a clareza está tão palpável, que a maioria das pessoas nem notam que estão acordando. Você acorda, sem saber que está acordando. Na verdade, o mais brilhante é que "não saber" faz parte do acordar. Enquanto você sabe o que está acontecendo, isso condiz a uma referência mental, em relação ao tempo. Se não sabe o que está acontecendo, essa é uma das setas que mostram que estamos no desconhecido. Só sabemos que a referência que tínhamos antigamente, ou ontem, não se aplica mais.
Através de Satsang, estamos mudando do conhecido para o desconhecido. Isso é tão sutil que corre o risco de ser desdenhado. Acordar, hoje, tem um cunho totalmente natural e disponível. Hoje e sempre, acordar significa começar a entender que você está vendo, mas não tem nenhum “você” vendo. Apenas o "ver" acontece - e isso é imediato.
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