Você quer manter o domínio de certos conceitos, e até propõe que os seus conceitos sejam os mesmos que os meus. No entanto, o convite aqui é que você se afaste dos conceitos, mesmo os mais incríveis. Porque, se você puder se afastar, o próprio afastamento representa o aparecimento daquilo que é verdadeiro em você.
Se você se afasta dos conceitos e se aproxima do silenciamento, está se aproximando da Verdade, d'Aquilo que você é.
Satsang não propõe domínio de conceitos nem domínio de prática. Quando digo que você deve "praticar" a sua atenção no lugar certo, corro um sério risco de ser mal-compreendido, pois a mente tende à interpretar à sua maneira.
Na verdade, se trata de uma mudança de foco muito sutil. Enquanto você se envolve com o corpo, a mente e as emoções, você é "alguém" que tem um nome, uma idade, um sexo, uma nacionalidade, um marido, uma profissão. E não há problema com isso, exatamente. Porém, você não pode encontrar a si mesmo nesse terreno. Se seu objetivo é ver a si mesmo, tem que olhar para um outro "lugar" que costumo chamar de "dentro", na verdade um não-lugar.
A maioria das pessoas estão envolvidas com os sentidos, elas se ocupam ou em parar de sentir o que não gostam ou em manter aquela sensação que gostam. Este é o dilema da humanidade e veja quanta energia é desprendida com isso. Falemos de tirania... Você não consegue dar liberdade nem para os seus pensamentos e sentimentos, o que dizer a respeito de libertar-se de si mesmo? Diga-se de passagem: esse "si mesmo" é formado pelos pensamentos e sentimentos.
Tem um lugar em você que não é acessado pelos pensamentos nem pelos sentimentos. E, saiba, estou chamando de "lugar" apenas para empreender um diálogo. Mas, na verdade, você se liberta dos conceitos quando para de olhar para o lado de fora, para aquilo que aparece aos sentidos.
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