sexta-feira, novembro 2

nos olhos dos outros














Gostaria de elucidar uma questão de extrema importância. Já percebeu que você nunca viu os seus olhos? O fato é que não podemos ver os nossos olhos porque os olhos somente podem ver – essa é a mais bela metáfora a respeito do Ser. Talvez por isso que a visão seja o sentido mais poderoso no ser humano. Essa é a metáfora mais clara para explicar que o Ser não pode ser visto, Ele vê. Ele não pode ser visto com os sentidos, que é o mesmo que ocorre, a nível material, com os olhos. Os olhos não podem ser vistos.

Colocar um espelho na sua frente e olhar para os seus olhos é uma distorção, pois aquilo que você vê é um reflexo. Você se olha no espelho para ver como está hoje, mas aquilo que aparece no espelho não é você. Você pergunta para os seus amigos como você está, mas o papel de espelhamento é o mesmo. E o espelho distorce tudo.

Osho conta uma história muito interessante. Ele já estava iluminado, com uns vinte e poucos anos, e seu professor de Filosofia dizia que não se importava com as opiniões dos outros. O que gerou uma grande discussão em sala de aula. Osho achava que o professor se importava, porém ainda não tinha observado bem o seu comportamento. Pois tudo o que achamos que somos decorre de opiniões dos outros. O professor negava, apesar dos argumentos trazidos por Osho. Então, um certo dia, ele desenvolveu o seguinte projeto: conversou com a empregada do professor e, em troca de algumas rúpias, pediu que assim que o professor acordasse, a primeira coisa que a mulher dissesse para ele fosse: “O senhor está bem? O senhor não parece muito bem hoje... O que está acontecendo?”. E o mesmo foi feito com algumas outras pessoas que ele sabia que iriam passar pelo caminho do professor naquela manhã. Quando o professor chegou na escola, ele estava pálido, passando muito mal, porque todos tinham dito que ele não estava com uma boa aparência. E, claro, quando Osho o encontrou, também reforçou: “O senhor não está bem”. Conta-se que o professor confirmou que não estava nem um pouco bem, suspendeu a aula e pediu que fosse levado para casa. Na sua casa, depois de deitá-lo na cama, Osho revelou: “Viu como as opiniões dos outros importam?” E o professor se deu conta.

Baseamos a nossa existência nos reflexos. Satsang promove um retorno Àquele que vê e, assim, um destacamento, um distanciamento do que é visto. Você é aquilo que vê ou aquilo que é visto? É o primeiro passo, mas não o último.

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