terça-feira, novembro 20

o céu azul e as nuvens, brancas ou não


















Aonde você quer chegar? Ou, ainda, quem é esse que quer chegar em algum lugar? Saiba: não-saber é a solução. Não-saber é o estado mais satisfatório que existe.

        – Como está o seu dia?
        – Não sei.
        – O que você vai fazer da vida?
        – Não sei.

Não é que você não saiba. A verdade é que ninguém sabe, mas todos pretendem que sabem. O propósito de estarmos aqui engendra atingir um nível de sinceridade ao ponto de assumir que não sabemos nada. Não tem “aonde” chegar. Aqui está perfeito. Aqui é sempre perfeito. Por que você quer ir a algum lugar? Na verdade, é um paradoxo, você tem saber que não tem o que saber nem quem saiba.

Nesse ponto a mente vai fritar um pouco. Ela tentará se sobrepor, por hábito. Mas a beleza é que quem você é de verdade é muito gentil e não se importa com esse movimento da mente. A mente pretende que você seja esse “você” que ela aponta o tempo todo – vivendo no espaço e no tempo – e você não se importa com o que ela propõe. Essa é a verdadeira sabedoria: saber que mais cedo ou mais tarde tudo vira fumaça, e aquilo que você é não vira fumaça, permanece. Existe um ponto de mutação, um ponto de ir além.

Aqui, compartilho um dizer Zen: “O céu azul não impede o flutuar das nuvens”. Você é o céu azul. O que você pensa que você é, o que você sente, as conclusões as quais você chega são nuvens. Nuvens em passagem. Nuvens com tal insubstancialidade que não dá para senti-las. As nuvens não são reais. 

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